Criado o Dia Internacional do Sistema de Arrecifes Mesoamericano

Os presidentes da Guatemala, México, Honduras e o primeiro ministro de Belize, acordaram comemorar a partir do presente ano o “Dia do Sistema Arrecifal Mesoamericano,” que será sempre celebrado em 10 de março. O Sistema Arrecifal Mesoamericano –SAM-, que se estende da parte sul da península de Yucatán à Ilha da Bahía, em Honduras, inclui a segunda barreira coralina maior do mundo em Belize, áreas declaradas “Patrimônio da Humanidade”.Por sua longitude, tipos e diversidade de formações de corais ou espécies relacionadas, é unica no hemisfério oriental.

O SAM contribui para estabilização e proteção da paisagem costeira, mantém a qualidade da água na região e funciona como lugar de alimentação e reprodução de mamíferos marinhos, répteis, peixes e invertebrados, muitos dos quais são de importância comercial.

Os arrecifes de coral são estabilizadores e protetores das zonas costeiras; resguardam espécies de importância comercial e proporcionam alternativas de emprego e renda para as comunidades ribeirinhas através do aproveitamento sustentável dos ecossistemas, tanto terrestres como marinhos e costeiros, particularmente com a realização de atividades turísticas e recreativas.

O sistema arrecifal tem importância sócio-econômica, proporcionando emprego e uma fonte de recursos para a região, a mais de 1 milhão de pessoas que habitam as áreas costeiras adjacentes.

Desde 11 de junho de 1997, vêm se reunindo em Tulum, Quintana Roo, os presidentes da Guatemala, México e Honduras, e o primeiro ministro de Belize, para firmar o convênio de diálogo e cooperação entre os países Centro-americanos e o México, que se iniciou por meio dos Acordos de Tuxtla I, II e III, e que determinou a celebração do Ano Internacional dos Arrecifes.

A região conjuga elementos patrimoniais estratégicos como selvas tropicais, arrecifes, lagunas e mangues, com monumentos arqueológicos da época clássica maia, configurando um complexo de enorme atrativo e potencial para um turismo de alta estabilidade social e ambiental.

De acordo com a Carta das Nações Unidas e os princípios do Direito internacional, os países têm o direito soberano de aproveitar seus recursos de acordo com suas políticas ambientais e de desenvolvimento, assim como a responsabilidade de assegurar-se que as atividades dentro de sua jurisdição e controle, não causem dano ao meio ambiente de outros países.

Em síntese, o sistema arrecifal de Belize, Guatemala, Honduras e México pode ser gerido em seu conjunto como um complexo de áreas naturais protegidas e desenvolver, de maneira sustentável, atividades produtivas dedicadas à proteção das mesmas.

Brasil se candidata à UNCCD

O governo brasileiro anunciará oficialmente a candidatura do economista Antonio Rocha Magalhães para comandar a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), neste mês de março, em Buenos Aires. O lançamento do candidato brasileiro, inédito na história das convenções da ONU, ocorrerá durante a 5ª Sessão do Comitê de Revisão da Implementação da UNCCD (Cric), realizada na capital argentina de 7 a 22 de março.

A indicação partiu da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e conta com apoio dos Ministérios da Integração Nacional, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento Agrário. Também apóiam a candidatura bancadas de congressistas do Nordeste e Sudeste, o Banco Mundial e organizações da sociedade civil nordestinas.

As eleições estão previstas para o mês de setembro e o brasileiro poderá enfrentar um adversário da África, ainda não definido. Como o atual secretário-executivo da UNCCD, Hama Arba Diallo, de Burkina Fasso, é nascido no continente africano, aumentam as chances de um latino-americano liderar a convenção, levando-se em consideração o princípio da rotatividade de continentes nos cargos da ONU. Magalhães deverá receber apoio de todo o bloco latino-americano, além da Europa, que reconhece o Brasil como um dos países que mais avançou nessa área.

As regiões áridas, semi-áridas e subúmidas secas representam quase 1/3 da superfície terrestre, abrigam mais de 1 bilhão de seres humanos e são responsáveis por 22% da produção mundial de alimentos. A ampliação dessas áreas, tanto no Brasil quanto no resto do planeta, é conseqüência da exploração inadequada dos recursos naturais, entre outros fatores. O resultado são aquecimento global, eventos climáticos extremos mais freqüentes, como inundações, ondas de calor, menor volume de chuva em regiões secas e incidência de furacões, tufões e ciclones.

Fonte: MMA

Poluição influencia tempestades.

Agência FAPESP

Mais uma amostra do efeito danoso da poluição promovida pelo homem acaba de ser destacada. De acordo com um grupo de cientistas de diversas instituições dos Estados Unidos, a poluição produzida na Ásia altera a química da atmosfera e causa mudanças no padrão de tempestades no continente, que acabam influindo em todo o clima do hemisfério Norte.

O estudo foi feito por um grupo coordenado por Mario Molina, do Departamento de Química e Bioquímica da Universidade da Califórnia em San Diego. Nascido na Cidade do México, Molina ganhou o prêmio Nobel de Química em 1995 por pesquisas com a camada de ozônio.

Os resultados da pesquisa serão publicados esta semana no site e em breve na versão impressa dos Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

Nas últimas décadas, análises feitas a partir de imagens obtidas por satélites revelaram um aumento nos aerossóis atmosféricos, especialmente sulfatos e fuligem derivada da queima de carvão, particularmente na Índia e na China. Os aerossóis influenciam na formação e duração de nuvens e na precipitação, mas não se sabe qual é a extensão dessa ação.

No novo estudo, os pesquisadores analisaram dados atmosféricos colhidos entre 1984 e 2005 e verificaram a relação entre a emissão de poluentes na Ásia e a formação de nuvens convectivas profundas.

O resultado foi o aumento no número de tempestades intensas. Comparação com nuvens convectivas profundas entre dois períodos, 1984 a 1994 e 1994 a 2005, mostrou que o aumento nesse tipo de nuvens ficou entre 20% e 50%.

O estudo destaca que as tempestades no Pacífico têm papel crítico na circulação atmosférica global e que a alteração em seu padrão pode promover um impacto significativo no clima do planeta.

O artigo Intensification of Pacific storm track linked to Asian pollution, de Mario Molina e colegas, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.

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