
A dimensão dos processos erosivos em áreas urbanas (especialmente nas zonas de expansão urbana) e dos processos erosivos associados a obras civis (obras viárias, empreendimentos industriais e comerciais, dutovias, linhas de transmissão, etc.) tem evoluído exponencialmente no país, implicando em altíssimos custos sociais, econômicos e patrimoniais para a toda a sociedade. Consideradas suas condições geológicas e seu clima tropical, a quase completa ausência de maiores cuidados técnicos preventivos e corretivos no combate à erosão em todo o país, seja por descuido, seja por desconhecimento técnico, constitui o principal núcleo causal desse gravíssimo problema.
No caso específico da Região Metropolitana de São Paulo, a expansão urbana tem alcançado progressivamente terrenos topograficamente mais acidentados e geologicamente extremamente susceptíveis à erosão, e via de regra implicado em intensas e extensas operações de terraplenagem (na trágica cultura de se adaptar a natureza aos projetos, ao invés de se adequar os projetos à natureza), as quais têm exposto, invariavelmente e por longo espaço de tempo, grandes superfícies de solos à ação dos processos erosivos pluviais.
Esta erosão é a origem do fantástico assoreamento de córregos, rios, bueiros, galerias de drenagem, constituindo-se em uma das principais causas das enchentes metropolitanas. Esses mesmos processos erosivos revelam-se também no preocupante assoreamento dos lagos/reservatórios componentes do sistema de abastecimento de água da região.
A erosão compromete assim tanto a área fonte dos sedimentos, destruindo a infra-estrutura aí atingida, como as áreas para onde esses sedimentos são transportados pelas águas de chuva. Somente nos municípios da Grande São Paulo, centenas de milhões de reais são gastos anualmente no desassoreamento do rio Tietê e seus afluentes e no enfrentamento das enchentes decorrentes. A liberação média de sedimentos por erosão está já na ordem de 10 a 15 toneladas/ha/ano na RMSP, o que implica em volumes anuais de até 3.500.000 metros cúbicos de sedimentos liberados para o assoreamento das drenagens.
Naquilo que se refere às medidas de caráter corretivo, ou seja, de proteção das superfícies de solo já expostas à erosão, pode-se afirmar que sua não aplicação generalizada encontra certamente uma enorme dificuldade devido ao altíssimo custo das alternativas mais conhecidas e comercialmente disponíveis para tanto: gramíneas em placa, hidrossemeadura, geo-texteis, aplicação de telas fixantes, etc.), uma vez que, no caso em questão, está envolvida a necessidade da proteção de enormes extensões de área. O uso alternativo de emulsão asfáltica é totalmente desaconselhável, dadas suas graves conseqüências de ordem ambiental.
Neste cenário, o oferecimento de uma nova técnica de proteção de solos contra a erosão, de aplicação simples, eficaz e economicamente viável, é fundamental para o sucesso de um programa de combate à erosão. Essa técnica é baseada na pulverização de calda fluída de cal com aglutinantes sobre as superfícies de solo a serem protegidas, tendo como denominação a expressão “Cal-Jet”.
Algumas avaliações iniciais de custos indicam que a proteção de superfícies de solo contra a erosão com a utilização da técnica Cal-Jet resultará custos da ordem de 30 a mais de 100 vezes menores em relação às técnicas clássicas de proteção como grama em placa, hidrossemeadura, mantas vegetais, etc.
A aplicação da técnica Cal-Jet poderá atender situações de proteção permanente (aplicações manuais experimentais realizadas pelo autor em taludes de diversas naturezas geológicas e pedológicas, sem maiores cuidados técnicos especiais, demonstraram durabilidade funcional de pelo menos 3 anos – tempo de duração da observação), ou provisória, quando se pretenda no futuro substituir a pintura de cal por algum tipo de revestimento vegetal de caráter paisagístico.
No caso dessa substituição, bastaria apenas “aranhar” com um rastelo ou raspar a película de revestimento da pintura a cal e proceder de imediato o revestimento vegetal desejado, obviamente com os cuidados agronômicos de praxe.
Aspecto positivo importante ainda a se considerar é a neutralidade ambiental da técnica proposta, tanto do ponto de vista estético (permitindo inclusive a utilização de corantes adequados a cada diferente situação) e o não comprometimento dos solos protegidos (diferentemente das emulsões asfálticas) para eventuais futuras proteções vegetais. Outro fator extremamente facilitador e conveniente está em que o talude ou superfície de solo a ser protegida não demandaria uma operação anterior de regularização, uma vez que a pulverização atingiria todas as eventuais irregularidades da superfície (pequenas cavidades, buracos, sulcos…).
O desenvolvimento da nova técnica está praticamente concluído, sendo atualmente cumprida uma última etapa de testes de campo para aferição final de alguns procedimentos e para quantificação de fatores de rendimento. No início de 2006 a técnica será divulgada publicamente, juntamente com seu Manual de Execução.
Várias empresas privadas e instituições de pesquisa, entre elas o IPT, estão participando desse projeto, com a cessão de materiais, equipamentos, aperfeiçoamento de componentes, execução de testes experimentais, etc. É senso comum a todas as empresas e instituições participantes, e também ao coordenador do projeto, que não serão requeridos patenteamentos de equipamentos e procedimentos, de forma a não criar nenhuma dificuldade à disseminação, divulgação e uso da técnica por todos agentes sociais interessados.
Quem está desenvolvendo a técnica é o geólogo. Álvaro Rodrigues dos Santos (santosalvaro@uol.com.br ), ex-Diretor da Divisão de Geologia e Ex-Diretor de Planejamento e Gestão do IPT e autor dos livros “Geologia de Engenharia: Conceitos, Método e Prática, A Grande Barreira da Serra do Mar e Cubatão.
Absorvente para óleo
Uma esponja mineral – OilSorb – produzida a partir de uma matéria-prima barata e abundante, tem como característica principal o seu alto poder de absorção de óleos e graxas. O novo produto é capaz de absorver até seis vezes o seu próprio peso em óleos.
Outras características importantes são: não é tóxico: é natural; flutua na água; tem granulometria variada; é de fácil manuseio: após o uso em óleo classe II pode ser usado na agricultura como condicionador de solo
O produto foi desenvolvido e patenteado pelo Professor Dr. Jader Martins, PhD em Processamento Mineral, Titular do Departamento de Engenharia de Minas, da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto. Pelo desenvolvimento do produto, inédito a nível mundial, o Professor Jader, recebeu o Prêmio Nacional do Invento Brasileiro em 1991, concedido pela Secretaria de Indústria e Comércio do Estado de São Paulo.
A produção e comercialização estão sendo feitas pela Hydro Clean Indústria e Comércio Ltda, situada no município de Nova Lima, MG.

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