
A tecnologia inédita de transformação e reaproveitamento do vidro e do plástico extraídos de pára-brisas quebrados na produção de frascos, pratos, copos, tapetes, garrafas, fios, calçados e tapetes foi apresentada pela Saint-Gobain Sekurit na Conferência sobre Resíduos Industriais, realizada em São Paulo. Essa fabricante de vidros para a indústria automobilística mostrou o processo que desenvolveu para evitar que as duas camadas de vidro e uma lâmina de plástico (polivinil butiral) que compõem o pára-brisa laminado continuassem a ter como destino os aterros sanitários quando substituídos por quebra ou trinca irreparável.
Vanderley Loro, gerente de Qualidade da Saint-Gobain Sekurit, informou que a preocupação com o meio ambiente motivou o desenvolvimento de um processo inédito de separação do vidro e do plástico, com a participação das empresas Reciclamac, em Guarulhos, região da Grande São Paulo, e Massfix, localizada em Santo Amaro (São Paulo, Capital). “Além de se constituir em programa para minimizar os impactos no meio ambiente, a reciclagem de pára-brisas representa uma nova atividade profissional, contribuindo também na questão social”, acrescentou Loro.
“A aplicação dessa tecnologia inédita e o apoio recebido das distribuidoras de vidros, assim como de lojas especializadas em aplicação automotiva, permitiu eliminar da deposição em aterros sanitários de mais de 6.800 toneladas de vidros e de material plástico em 2004, cuja decomposição é superior a 500 anos”,salientou.
De acordo com Loro, a Saint-Gobain Sekurit desenvolveu as caçambas para o recolhimento dos pára-brisas que são transportadas de várias capitais do País para as empresas de reciclagem em São Paulo. Por intermédio de um processo de separação, os vidros resultam em copos, pratos, garrafas e frascos diversos. O plástico é reaproveitado pela indústria de calçados, tapetes, fios e material de revestimento, entre outros produtos.
Gerenciamento do lixo

Thiago Romero – Agência FAPESP
Um software de gerenciamento do lixo domiciliar, desenvolvido por técnicos da Divisão de Tecnologia de Transportes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), pretende racionalizar os gastos das prefeituras brasileiras com os serviços de coleta e transporte dos resíduos urbanos.
O Planlix IPT on demand, que pode ser aplicado em qualquer cidade com até 600 mil habitantes, permite fazer diversas simulações para calcular os custos operacionais em cada etapa do processo. Também podem ser feitas previsões dos gastos necessários por tonelada de lixo coletado.
Segundo o coordenador da equipe que criou o programa, Sérgio Inácio Ferreira, com o programa é possível reduzir, em média, 30% das despesas de um município com a coleta.
O pesquisador do IPT explica que o programa é dividido em três níveis de informação. O primeiro diz respeito a dados como área do município, perfil sócio-econômico, densidade demográfica e topografia da cidade. No segundo estão as planilhas de manutenção e custos administrativos, e o terceiro nível, relacionado aos índices operacionais, inclui dados como o consumo de combustível e a velocidade média do caminhão de coleta. “A intenção não é apenas reduzir o custo, mas principalmente estabelecer um gerenciamento contínuo e organizado para as cidades.”
Depois de ser testado e aprovado pelo IPT em cidades como Guarulhos e São José do Rio Preto, em São Paulo, e Vitória da Conquista, na Bahia, o programa de computador encontra-se disponível para as prefeituras de todo o país pela internet.
As empresas privadas também podem se beneficiar com a metodologia. As licenças do Planlix são concedidas após o pagamento de uma taxa de R$ 5 mil. A manutenção anual custa R$ 1 mil. PLANLIX
O Planlix©2005 adota metodologia que engloba a especificação dos procedimentos de previsão e medição da demanda e dos custos da coleta, transporte, índices de desempenho e qualidade dos serviços, e um sistema que armazena, recupera e analisa essas informações. Para utilizá-lo é necessário obter uma licença de uso.
Mais informações: www.ipt.br/planix.
Vitrine I
Água reciclada
A empresa israelense BioMem, Ltd. desenvolveu um sistema barato e compacto para tratar, em nível terciário, os esgotos de pequenas comunidades com o uso da tecnologia de membrana (Membrane Bio-Reactor – MBR) .
Testes de laboratório mostraram a remoção de 99.999% das bactérias presentes no esgotoe o efluente final poise ser usado para irrigação.
Informações adicionais: www.bio-mem.com.

Vitrine II
Chuva útil
Eduardo Geraque – Agência FAPESP
Uma casa simples no bairro de Ratones, no norte da Florianópolis insular, é um exemplo prático de que o reúso da água de chuva, para uso exclusivo em válvulas de descarga, pode ser bastante benéfico para as famílias brasileiras.
“Nossos resultados iniciais mostraram que, de cada 30 dias, a água captada e reutilizada da chuva garantiu o funcionamento da descarga durante 23 dias”, disse Luiz Sergio Philippi, professor do departamento de Engenharia Sanitária-Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina e coordenador da pesquisa, à Agência FAPESP.
Apesar de o projeto ainda estar em fase inicial e de problemas metodológicos precisarem ser resolvidos, os resultados iniciais foram considerados positivos pelos responsáveis da pesquisa. Além disso, segundo Philippi, uma série de outras variáveis é importante em um processo como esse.
“Não podemos garantir que serão sempre 23 dias”, diz. Segundo explica, aqui entram em jogo desde as condições climatológicas até o tipo de vida da família que habita a casa. No caso do experimento inicial, participou uma família com três pessoas.
O cálculo da economia é simples. Como a descarga é responsável por 20% a 30% do custo na conta de água mensal, os pesquisadores catarinenses acreditam que a utilização da água de chuva para uso exclusivo nas descargas residenciais possa resultar em uma diminuição das despesas na mesma proporção.
As experiências com o reúso da água da chuva não estão ocorrendo apenas em Florianópolis. Inseridas no Programa de Pesquisas em Saneamento Básico (Prosab), trabalhos semelhantes estão sendo realizadas por grupos de pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo e da Universidade Estadual Campinas.
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