O homem e sua evolução; o homem e a preservação de seu habitat; o homem em equilíbrio perfeito com o mundo. Esse foi o tema desenvolvido pela Escola de Samba Império Serrano, do Rio de Janeiro, e cujo enredo, descrito pela própria escola e reproduzido abaixo é, por si só, uma aula de Ecologia.
Segundo a Império Serrano “Um grito de alerta ecoa pelo ar, para a preservação do nosso mundo que agoniza enquanto a ganância se faz com a evolução e a modernidade, desrespeitando todas as leis e principalmente todos os demais seres vivos desse nosso Planeta.
Durante séculos o homem sempre trabalhou para seu crescimento pessoal, expandiu seus territórios, dominou a ciência e se aperfeiçoou no campo tecnológico, ainda assim, esse mesmo homem nunca se preocupou em equilibrar toda essa evolução com a preservação ecológica.
As engrenagens das máquinas e usinas ficaram cada vez mais aceleradas e presentes no nosso dia-a-dia; e em pleno século XXI o que outrora era sonho e ficção hoje se prevê como uma realidade próxima. Seremos então escravos da nossa própria evolução. A máquina da destruição da espécie humana já ligou sua engrenagem, devorando tudo que está no caminho de sua expansão.
Um grito de alerta ecoa no ar para que antes que seja tarde acordemos pela preservação da vida no nosso planeta. Que a ciência, que hoje trabalha para a evolução do homem, trabalhe em prol da preservação de todo o ecossistema da Terra, pois esse manto verde, fonte de vida para todo o planeta, hoje sofre com as queimadas e depredações sem controle criando grandes desertos nas matas verdes.
Um alerta para a preservação das florestas em todo o mundo; o gigante verde clama por estar vivo.
O homem, como num gesto de superioridade destrói as matas e toda a vegetação, mata as espécies e ostenta a caça predatória das mais variadas espécies de animais como troféu. É a ganância e a vaidade pura quebrando o ciclo da vida”.
Um retrato sombrio
Ao explicar o enredo o autor do texto da escola pinta o retrato sombrio do planeta:
“Das queimadas, das usinas, das cidades, da evolução; o alto preço da poluição do ar nos fará escravos de balões de oxigênio. Um ar poluído, que provoca o aquecimento da atmosfera, e as variações climáticas que ocasionam o degelo dos pólos transformando a terra em mar.
Viveremos num planeta tomado pelas águas do mar, uma vez que toda a nossa reserva de água potável ou desperdiçamos sem consciência ou, simplesmente, poluímos com degredos de lixos orgânicos e inorgânicos, vazamento de óleos e outros produtos químicos que não apenas matam como provocam mutações nas mais variadas espécies aquáticas.
Reconhecido como o bem sustentável de maior importância para a humanidade, num tempo futuro a água potável se torna tão escassa que terá seu valor equivalente ao petróleo de hoje em dia.
Um grito de alerta para que, assim como a vida possui o seu ciclo, a destruição também possua o seu. O desmatamento da terra, a poluição do ar, chuvas ácidas e o fim da água potável. Esse é o nosso futuro se não atendermos ao grito que ecoa no ar.
Alerta geral
Um alerta geral para pararmos de agir com a ambição e a ganância, e trabalharmos com a tecnologia que em tempos destruiu para reciclar os nossos conceitos de vida; reciclarmos não apenas o que produzimos e tratamos como lixo, mas principalmente a nós mesmos, seres humanos.
É reciclando e agindo com controle e respeito à nossa Mãe Terra que colocaremos um equilíbrio na balança da vida.
UM GRITO QUE ECOA NO AR, para pregarmos a necessidade de reeducação ecológica aos homens. Cabe ao homem viver em perfeito equilíbrio com a sua evolução e a natureza.
Organograma do desfile
Comissão de frente: Bem e Mal – duelo.
Alegoria 1 : O caos ecológico
Setor 1:
Vila Penha, Estamos aí, Alegria de viver, riquezas do solo, biopirataria, motosserra, Jô Feijó, verde em Chamas.
Alegoria 2 : A Flora e o Solo
Setor 2 : Balanço e Alegria, Caça Predatória (Aves), Amizade, Caça Predatória (Animais Terrestres), Comunidade, Pesca Predatória (Animais Aquáticos), Barroco, Peles e Troféus
Alegoria 3 : A fauna
Setor 3 ; Comunicação/Nobres da Corte, Camada de Ozônio, Comigo Ninguém Pode/Celebridades, Efeito-estufa, All Nation, Ar Poluído, Amizade Imperial, Doenças Respiratórias
Organograma do desfile 2
Alegoria 4 – Ar
Setor 4 : Turismo, Água – O Ouro Azul, Grilo/ Guerreiro Imperial, Desperdício das Águas, Comunidade, Poluição das Águas, Feras, Mutação das Espécies
Alegoria 5 : a água
Setor 5 : Movimento Artístico, Reciclagem do Papel, Ricca, Reciclagem do Metal, Reciclagem: Tributo ao Império/Heróis da Liberdade, Reciclagem do Vidro, Quem Não É Não se Mistura, Reciclagem do Plástico.
Alegoria 6 : reciclagem
Setor 6 : K Entre Nós/ Curtição, A Sabedoria, a esperança. Piu-Piu, desenvolvimento Sustentável, O Equilíbrio Espiritual, A Noite é Nossa/ Elegantes, A Paz
Samba-enredo
Império Serrano – Samba Enredo 2005
by Marcão, Marcelo Ramos, João Bosco, interpretado por Nego
O grito que ecoa no ar – Homem/natureza, o perfeito equilíbrio.
Meu grito ecoa pelo ar
Faço um alerta ao mundo
O homem com a sua ambição
Trouxe a tecnologia
Fez mal uso da razão
De mãos dadas com a ganância
Tem tudo que lhe deu o criador ôô
De graça com amor
No seu futuro vai semear a dor
No meu verde das matas tem magia
Equilíbrio perfeito que irradia oi (bis)
As minhas águas cristalinas
São poluídas no seu dia a dia
Choro, com esta tal evolução
Ressentida estou ao ver minha devastação
O homem com sua sapiência
Transformou tudo em ciência
Reciclando a minha natureza
Mexeu com lixo,
Domou os ventos,
Usou o átomo sem consciência
Causou tristeza, degradação
Coloca em risco toda a civilização
E assim num grande gesto de amor
Já tem gente a refletir
E por mim vive a lutar
Um fio de esperança a reluzir
Basta reciclar os seus conceitos
Na reforma ser perfeito
Produzir sem maltratar
Sou a mãe Terra
Só o seu amor vai me salvar
Clamando numa só voz, vem meu Império
A gente tem que pensar, é caso sério (bis)
Pra natureza sorrir, o homem tem que mudar
E aprender a preservar.
Organograma do desfile 3
Alegoria 7 : o Perfeito equilíbrio
Velha-Guarda,
Bateria – energia solar.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira – 1º Casal : águas cristalinas
Carnavalesco – Ilvamar Magalhães
Enredo: Ilvamar Magalhães/Leila Ostrovski
Texto: Ricardo Costa
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