As várzeas são áreas úmidas (florestas e campos) periodicamente inundadas que ocorrem principalmente ao longo do rio Solimões-Amazonas (3.500 km de extensão). A largura da várzea varia de algumas centenas de metros em trechos do Alto Solimões, passando por larguras médias de 50 km ao longo do Médio e Baixo Amazonas até 200 km na foz do Amazonas. Em termos territoriais, abrange uma área de aproximadamente 250 mil km2, ou 5% da superfície da Amazônia legal.
A várzea é um ecossistema rico e único na Amazônia em termos de biodiversidade (abriga 25% das espécies de peixes de água doce do mundo), diversidade de uso dos recursos naturais (madeira, produtos não madeireiros e pescado) e produtividade. Os solos são os mais férteis da Amazônia em virtude da renovação periódica dos nutrientes.
A vegetação terrestre é predominantemente florestal, embora em certas áreas ocorram pastagens naturais. A vegetação florestal e as macrófitas influenciam significativamente a vida aquática, fornecendo alimento (frutos, folhas e sementes) e abrigo, principalmente para os peixes e mamíferos aquáticos. Estes, em troca, realizam a dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração da vegetação florestal da várzea.
Ecossistema vulnerável
As atividades de extrativismo florestal não madeireiro (borracha, batata, palmito, frutos, plantas e óleos medicinais etc.), a agricultura de subsistência e turismo são atividades complementares na economia da várzea.
Mesmo sendo um dos ecossistemas mais ricos da bacia amazônica em termos de produtividade biológica, biodiversidade e recursos naturais o seu atual processo de desenvolvimento está levando à degradação progressiva da várzea. Entre os principais fatores de degradação incluem-se os desmatamentos, o assoreamento dos rios, a turvação das águas pela pecuária e a destruição das lagoas marginais em decorrência da expansão agrícola e urbana.
Fonte: site do Ibama
Pesca
A pesca é a principal atividade econômica da várzea. A produção anual de pescado é aproximadamente 100 mil toneladas (o potencial fica em torno de 1 milhão de toneladas/ano), ou 50% da produção nacional das águas continentais (rios e lagos).
O valor dessa produção é aproximadamente US$ 100 milhões. A atividade proporciona cerca de 70 mil empregos diretos na região. Além disso, o peixe é a principal fonte de proteína das populações ribeirinhas (consumo per capita entre 100 e 550 gramas por dia).
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