Cecília Cipriano
As indústrias estão prestando cada vez mais atenção ao tratamento dos seus despejos. No passado, havia a impressão errônea de que se podia consumir água à vontade e de que se podiam lançar os efluentes nos rios sem muita preocupação. Afinal, o Brasil é riquíssimo em água…
Hoje em dia, a consciência ambiental se tornou muito mais aguda entre as pessoas, de tal maneira que empresários, sindicatos, pessoas que moram nas vizinhanças das empresas e os próprios consumidores, passaram a avaliar as indústrias pelo seu desempenho ambiental. Água suja e malcheirosa passou a ser inaceitável. O aumento do número de indústrias e a consequente carga poluidora gerada levou à saturação dos meios receptores.
A legislação brasileira foi enriquecida com novas leis, tais como a Lei 9605, de 1997, chamada de lei dos crimes ambientais, definindo que causar poluição pelo lançamento de despejos acima dos padrões é crime. Está, também, na fase inicial, a implantação das medidas que vão permitir a cobrança pela captação de água nas indústrias.
A certificação ambiental está em pleno vigor e as empresas usarão os certificados como “passaporte”, para poderem se aproximar dos seus mercados e manter a confiança dos clientes quanto a seus cuidados ambientais.
Sem compromisso pela preservação do meio ambiente, além das multas e do aumento das despesas, poderá ser difícil manter as vendas !!!
A busca e desenvolvimento de soluções tecnológicas que atendam a legislação ambiental vigente e que, ao mesmo tempo, sejam compatíveis com seu porte, localização, condições econômicas, operacionais, etc. se faz primordial. Neste ponto, é importante que seja salientada a importância da operação de estações de tratamento de efluentes, instalações que, se não forem bem operadas e monitoradas, estarão fadadas ao abandono, acabando por transformar em apêndice das indústrias que a construírem.
Cenário ideal
Com esse cenário, chega em bom momento o Curso sobre Gestão e Tratamento de Efluentes Industriais, promovido pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos Ambientais e Desenvolvimento (NIEAD) do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) da UFRJ que tem como objetivo fornecer conhecimento aos participantes de forma que estes possam desenvolver tecnologias mais eficientes para o tratamento de efluentes, reduzindo a necessidade de investimento inicial das empresas e também seus custos operacionais para manter os sistemas em funcionamento. Além de permitir que as mesmas se adaptem às normas ambientais e, consequentemente, venham a contribuir para a redução do impacto ambiental da indústria como um todo.
Autora
Cecilia Cipriano é coordenadora de Cursos do Núcleo Interddisciplinar de Estudos Ambientais e Desenvolvimento(NIEAD) do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) da UFRJ
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