Os dois primeiros seminários destinados a promover a troca de idéias sobre a proposta para o Saneamento, gestada no âmbito do Governo Federal,deixou transparecer que a disputa infantil que se trava há décadas no setor ocupa novamente o lugar preponderante.
A sina que põe sempre serviços municipais e empresas estaduais em lados opostos, como se inimigos fossem, volta a se repetir. Como meninos birrentos exibindo armas e exércitos, estão novamente travando uma guerra que nunca terá vencedores.
Infelizmente o Ministério das Cidades parece ter fornecido o combustível para atear uma enorme fogueira da qual todos sairão chamuscados e o Brasil perderá outra vez. A lamentável demonstração oferecida no final do seminário realizado em Recife pelo secretário Nacional de Saneamento, Abelardo de Oliveira Filho, ao criticar as companhias de saneamento, deitou por terra as esperanças de muitos que acreditavam ( e ainda acreditam) ser possível construir uma proposta de consenso em torno do assunto.
Oxalá depois dessa escorregadela o Governo Federal tenha uma postura diferente nas próximas edições do seminário.
Boa leitura!
Cecy Oliveira – editora
PS Aproveitamos a oportunidade para informar que estamos procedendo a uma série de modificações no sistema operacional da Aguaonline com o objetivo de torná-la ainda melhor. Por essa razão essa edição 219 está chegando aos leitores em uma nova data.
A Vez dos Leitores
Hidrômetros em condomínios
Quase despercebido, o projeto de lei 787/03, aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados no último dia 7, prevê a conta individual para moradores e inquilinos de condomínios ou habitações coletivas. Em caráter conclusivo, a proposta do deputado Julio Lopes (PP-RJ) será agora analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
Quantos problemas já foram causados por pagamentos excessivos, multas, desperdício e qualidade d’água em condomínios? São incontáveis, reúnem discussões legais e muitas desavenças. O gasto com consumo de água representa de 10% a 15% da taxa de condomínio. Boa parte das pessoas não sabe o quanto paga.
Dentro de dois anos, as empresas concessionárias de serviço de água deverão instalar medidores de consumo em todas as unidades usuárias — apartamentos, salas comerciais, lojas etc. A instalação do hidrômetro é possível em qualquer edifício. Com a individualização, facilita-se a detecção mais rápida de vazamentos, por conta de aumento eventual do consumo. Há como desligar e/ou cortar o fornecimento da unidade que não pagou conta de água, em vez de prejudicar todo o condomínio.
O texto do projeto explica que os serviços serão divididos em dois grupos: produção de água potável, compostos pelas operações de captação em manancial, bombeamento, adução e tratamento de água bruta; e serviços de distribuição de água potável, que incluem as operações de reservatórios, subadutoras e estações de bombeamento, redes de distribuição e ramais prediais de água tratada.
Especialistas do ramo imobiliário dizem que a cobrança individualizada põe fim aos conflitos entre moradores, por causa do consumo. Cada pessoa passa a pagar exatamente por aquilo que consome. A medida pode gerar economia de 25% no consumo de água do condomínio. Em alguns casos, o consumo se reduz à metade. Cada condômino deixa de pagar a conta de água no condomínio, recebendo-a em casa.
Com o novo sistema, há um controle maior de cada unidade sobre os gastos. Empresas do ramo e condomínios relatam também o fim da inadimplência, tanto na conta de água quanto em relação ao condomínio. Nos condomínios comerciais, também costuma haver disparidade muito grande no consumo de água entre condôminos, porque empresas de ramos distintos têm diferentes necessidades de consumo.
Montezuma Cruz
Quando chegará a vez do Saneamento?
Que belo texto “Quando chegará a vez do saneamento?”. Esse texto deveria ser proposto na abertura de todos os seminários idealizado pelo Ministério dasCidades!! Parabéns Cecy!!!
Antonio
Seminários
Oportuna a discussão sobre o marco regulatório do saneamento – ao qual Aguaonline tem dado destaque. entretanto, pelo que temos visto APENAS a opinião das companhias estaduais tem sido enfocada. Como todo bom manual de jornalismo, estranhamos que as posições das companhias. municipais não tenham sido colocadas, fazendo o contraponto e dando a oportunidade de entendimento ao leitor sobre o cenário, as dicussões e as diversas opiniões sobre o tema. água online não é uma revista eletrônica plural? Nós da COMUSA esperamos que sim.
Cláudio – Assessor de Comunicação da Comusa – Novo Hamburgo (RS)
Nota da redação: Prezado Cláudio. Só agora tomamos conhecimento da posição da Assemae e estamos reproduzindo o material na editora de Saneamento. Permanecemos à disposição.
Cecy Oliveira – editora
ANA
Consultando as resoluções da ANA
(http://www.ana.gov.br)/resoluções 2004
para minha surpresa, encontrei uma renovação da outorga preventida
das termoelétrias no rio Mogi-Mirim (resoluções 376 e 375 de 28/06/2004).
Creio que o pessoal da outorga ficou louco! Mais que duplicaram o
consumo de água outorgado para estas térmicas, que estão mais que
condenadas, numa região do rio em que esta disponibilidade de água não é minimamente razoável! Os comitês de bacia foram consultados? Uma análise técnica de eficiência do empreendimento foi realizada? Que diabos está
acontecendo nesta ANA?
DSc.Ana Paula Bosco –
Instituto de Geociências – UNICAMP – BR
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