Mas de 85% dos 180 expositores da Feira Internacional de Tecnologia do Meio Ambiente – Fitma/Aquatech, que se realizou nesta semana no pavilhão da Bienal Ibirapuera, em São Paulo, são multinacionais e estrangeiras que estão sendo atraídas pelo apetitoso mercado brasileiro do saneamento ambiental.
Da bomba à canalização, dos hidrômetros aos sistemas de automação, tudo que foi mostrado aos cerca de 1.500 participantes dos cinco eventos – a própria feira, o I Simpósio Latino-americano de Biossólidos e III Simpósio sobre Biossólidos do Mercosul, o Encontro Latino-americano de Resíduos Sólidos e o 4º Congresso Regional de Engenharia Sanitária da 4ª Região da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (Aidis)/Cone Sul – tem a presença de empresas do exterior.
Muitas delas adquiriram suas concorrentes nacionais, herdaram bons conceitos na praça e imprimiram um jeito estrangeiro de negociar dando um toque de marketing aos aspectos técnicos e muitas vezes juntando forças para obter um melhor espaço no pavilhão das exposições, como foi o caso das empresas holandesas e norte-americanas. Ou ainda, ganharam um suporte dos governos através da presença dos adidos comerciais, como no caso das austríacas e das do Reino Unido.
Novas tecnologias e ofertas variadas em um mesmo segmento, como do tratamento de água e esgoto, de medição ou de canalizações, foram esmiuçadas à exaustão nas palestras técnicas provando que os problemas do saneamento ambiental não estão no terreno técnico, mas na falta de prioridade política. O fato de haver ainda um déficit de abastecimento de água à 24,07% da população e de esgoto a 62,17% (conforme a tabela publicada na página 99 do livro
Biossólidos -um novo campo
No último dia dos eventos, duas palestras apontaram a cidade de Jundiaí (SP) como referência em reciclagem de lodo de esgoto. Os engenheiros Luiz Pannuti, diretor da Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ), empresa concessionária responsável pelo tratamento de esgoto da cidade, e o engenheiro agrônomo Fernando Carvalho Oliveira, da Opersan Serviços Ambientais (prestadora de serviço da CSJ), abordaram o Programa de Reciclagem de Lodo de Esgoto na Agricultura.
Jundiaí é hoje a maior aplicadora de biossólidos do País, com uma produção diária de 250 toneladas, todas recicladas na agricultura. Além da redução de custos com a destinação final a prefeitura está trabalhando para a preservação ambiental além de ampliar a vida útil dos aterros sanitários que deixam de receber esses resíduos.
Evitando a geração
Dar um destino adequado a milhares de toneladas de lodo, oriundas das centenas de estações de tratamento de água e esgoto do país, é o assunto da hora uma vez que os órgãos ambientais estão sendo cada vez mais rigorosos com essa poluição gerada nos processos de tratamento e que até pouco tempo atrás não merecia a menor atenção de ninguém e engrossava ( e ainda engrossa) a corrente degradadora dos rios e mananciais brasileiros.
Pois tem empresa, como a Neotex, prometendo até mesmo a geração zero através de um sistema de tratamento biológico por lodos ativados usando a injeção de “vitaminas” para que as bactérias que se alimentam dele literalmente “raspem o prato”.
Drenagem
Uma alternativa nova prometendo tornar mais fáceis e eficientes as obras e sistemas na área de drenagem está desembarcando no Brasil. São válvulas anti-retorno, caixas de visitas, estações elevatórias e sistemas de armazenamento de água da chuva e um infinidade de outros acessórios da alemã Kessel.

Esgoto a vacuo
A Centroprojekt do Brasil, subsidiária de empresas tchecas, mostrou na feira seu sistema de coleta de esgoto que funciona pelo sistema a vácuo. Entre as vantagens estão: menor profundidade de vala, tubulações de diâmetro bem menor, e sem caixa de inspeção.
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