Cetesb quer mais câmaras ambientais e reuso

Ampliar o número de Câmara Ambientais; aumentar as ações no gerenciamento de recursos hídricos, bem como incentivar o reuso da água utilizada em processos produtivos. Esses foram os principais itens abordados por Rubens Lara, novo presidente da Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, de São Paulo, durante encontro com 23 representantes setoriais.

Realizado no dia, na sede da ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – estiveram presentes, além do presidente da Cetesb, Paulo Skaf, presidente da ABIT e da Câmara Setorial do Setor Têxtil, considerada referência, Hamilton Targa responsável, dentro da Cetesb, pelas Câmaras Ambientais e Eduardo San Martin, consultor e coordenador para assuntos de meio ambiente da ABIT.

O encontro com o setor produtivo integra o objetivo da nova diretoria da Cetesb que quer aumentar a interação com a indústria paulista. “Vamos ampliar nosso trabalho que terá maior disciplina, dedicação e excelência sobre as ações ambientais”, afirmou Rubens Lara. A escolha da ABIT para abrigar este evento se deve ao fato de a Câmara Ambiental da Indústria Têxtil ser considerada referência dada sua pro-atividade e resultados alcançados. “O interessante da proposta destas câmaras ambientais é a exposição dos problemas e a busca conjunta, entre o setor e os técnicos da CETESB, para a avaliação dos impactos ambientais e suas soluções”, informa Paulo Skaf, presidente da ABIT.

Bons resultados

Dentro dos projetos desenvolvidos pela Câmara Ambiental da Indústria Têxtil, dois merecem destaque pelos bons resultados obtidos. Um desses programas é o de Produção Mais Limpa – P+L –, cujo objetivo é conscientizar as indústrias têxteis para que produzam os mesmos bens ou serviços com menor consumo de recursos materiais e energéticos e, ainda, com menor geração de poluentes. O outro é o Inventário Ambiental do Setor Têxtil que visa mapear a real situação das empresas e o que pode ser feito para que elas ampliem sua competitividade dentro do conceito de desenvolvimento sustentável.

Eduardo San Martin, consultor e coordenador para assuntos de meio ambiente da ABIT, lembra que os dois programas estão dando resultados excelentes. “No Produção Mais Limpa, durante o projeto piloto, tivemos empresas que conseguiram reduzir o consumo de água em 25% e 12% em energia elétrica; 50% em geração de carga orgânica nos efluentes, 16% em lodo seco e 67% em produção de resíduos sólidos. Segundo San Martin, esses resultados foram obtidos com medidas simples como a conscientização dos funcionários, reuso de água, instalação de válvulas de bloqueio automático na rede de água, ampliação da coleta seletiva de resíduos sólidos e algumas substituições de matérias-primas e equipamentos.

Já no que diz respeito ao inventário ambiental, San Martin conta que além de se fazer uma radiografia no setor, o objetivo é reunir informações que permitam sanar dúvidas e responder a possíveis questionamentos de países importadores sobre a política ambiental adotada pelo setor.

Paulo Skaf informa que a questão ambiental pode ser um impeditivo para otimizar exportações, mas bem administrada torna-se um facilitador. “O fato de a indústria têxtil brasileira estar em conformidade com a legislação da União Européia permitirá que exportemos, neste ano, US$ 500 milhões para os países daquele bloco”, conclui o presidente da ABIT.

Fonte: ABIT

O bom exemplo de Parauapebas

Eleito o município empreendedor de 2002 na região Norte pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Parauapebas (PA) é uma cidade de apenas 14 anos de emancipação, inserida no projeto mineral da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce). Preocupada em proteger o meio ambiente – 78% de sua área é de proteção ambiental- e garantir a saúde pública, a prefeitura deu especial atenção ao serviço de limpeza urbana.

O projeto implantado tem um cunho social, já que a empresa contratada para executar os serviços se comprometeu a capacitar e absorver uma boa parte dos carroceiros que antes desempenhavam a atividade de forma precária. “Iniciamos o trabalho com uma campanha de educação ambiental com a população, fortalecendo a importância da mudança do sistema, informando os setores, dias e horários da coleta”, lembra Roginaldo Rocha, engenheiro da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e Ambientais de Parauapebas.

Além dos resíduos sólidos domiciliares, faz parte do programa um serviço de coleta de resíduos de serviços de saúde, que conta com veículos e profissionais especializados no manejo desses materiais. Por fim, o município conta ainda com um sistema de varrição eficiente e organizado. “Com uma cidade mais limpa, os moradores ficam felizes e se predispõem a colaborar cada vez mais com o programa”, comemora Rocha.

O case de Parauapebas será apresentado no SENALIMP 2003 (Seminário Nacional de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana), que acontece de 26 a 28 de março no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Os interessados em participar do seminário, que é realizado pela ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) e pela ABLP (Associação Brasileira de Limpeza Pública), podem se inscrever antecipadamente até o dia 21 de março. Quatro ou mais inscrições feitas em conjunto receberão 15% de abatimento. Mais informações no site www.senalimp.com.br ou pelo telefone (11) 3284-3211.

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