Reaproveitamento da chuva em escola pública será mostrado no Fórum Mundial da Água

Foto: Pedro Ventura. Agência Brasília.

Uma iniciativa de reaproveitamento hídrico na rede pública de ensino ganhará espaço no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, de 18 a 23 de março. Em 2015, o Centro Educacional 7, de Ceilândia (DF), começou a instalar um sistema de captação e armazenamento de água da chuva. Hoje, o projeto é usado como exemplo para sensibilizar os alunos sobre o uso consciente do recurso.

No encontro internacional, a unidade de ensino terá direito a um estande, onde alunos e professores mostrarão como a ideia foi desenvolvida e executada. Três estudantes serão escolhidos para se revezar na exposição.

“Serão exibidos vídeos e fotos da época de construção do equipamento, e vamos explicar como funciona”, adianta o coordenador pedagógico, Marcos Borzuk.

Por meio de calhas, instaladas em um dos blocos do colégio, a água escorre da cobertura até três tanques— cada um com capacidade para 20 mil litros. Como a água coletada não é filtrada, ela serve principalmente para limpeza da escola, que tem 76 mil metros quadrados e mais de 2.000 alunos.

“Além disso, a função do equipamento é trabalhada nas salas de aula para ensinar o uso correto do recurso, entre outros conhecimentos importantes”, diz o professor de ciências Werner Bessa Vieira. No ano passado turmas do segundo ano tiveram oportunidade de testar o líquido armazenado nos reservatórios com fitas reagentes para aprender sobre potencial hidrogeniônico (pH).

“O projeto oferece várias possibilidades de ensino interdisciplinar”, acrescenta o coordenador pedagógico.

O sistema de captação foi sugerido por um ex-aluno. Para viabilizá-lo, a escola firmou parceria com estudantes de engenharia civil da Universidade Católica de Brasília.

Água é utilizada para irrigar horta comunitária

O Centro Educacional 7 conta, ainda, com uma horta comunitária, irrigada com a água dos tanques. Cebolinha, coentro, couve, rabanete, rúcula e salsa são algumas das espécies cultivadas.

O idealizador do projeto foi o professor Gérson Gontijo, que cuida das plantas com a ajuda de alunos. “Alguns dos alimentos produzidos são incorporados ao cardápio do próprio colégio. O restante é distribuído entre os estudantes e professores.”

Assim como o sistema de captação de águas pluviais, a horta vira assunto nas salas de aula. “As propriedades nutricionais e o nome científico das plantas são alguns temas que podem ser abordados”, exemplifica Gontijo.

Técnica barata e resistente

Antes de chegar aos reservatórios, a água passa por um encanamento com gotejamento, que descarta a contribuição das primeiras chuvas e a sujeira do telhado. Os tanques são dotados de uma mangueira subterrânea, que equilibra o nível do líquido, e de torneiras individuais.

A técnica utilizada para a construção foi o ferrocimento. Primeiro, faz-se uma armação de ferro no formato de gaiola, que depois se preenche com o cimento. “A alternativa é relativamente barata e muito resistente”, explica Borzuk.

Os custos com material somaram cerca de R$ 9 mil, arcados por recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) que a direção da unidade de ensino recebe.

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