
A cultura que prevalece no mundo inteiro ainda é de que a água doce disponível é abundante, inesgotável e que pode ser usada sem critério. Desde a cultura que reina na Engenharia Sanitária, onde as perdas do sistema chegam a uma média de 40% de tudo que é produzido até a busca de mananciais cada vez mais longe em lugar de buscar a recuperação da qualidade das fontes já deterioradas.
Mas também a agricultura, a indústria e as populações continuam usando irresponsável e perdulariamente a água e onde o desperdício é hábito comum de crianças a adultos.
Os mais de 50 especialistas presentes no Simpósio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) que , antecedeu o Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária que iniciou neste domingo em Punta Kana (República Dominicana) debateram este tema trazendo diversas experiências que buscam promover uma mudança de paradigma no que diz respeito à visão sobre a água.
Na opinião do engenheiro Horst Ottestteter, ex-presidente da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental ( AIDIS) e um dos impulsionadores da criação do Dia Interamericano da Água é crucial que a água volte a ser considerada como um insumo quase sagrado. “Em todas as religiões, na arte e nas diversas manifestações culturais a água aparece com um sentido de puruficação, beleza e sacralidade. No entanto o mundo atual vem maltratando os mananciais e praticamente inviabilizando muitos de seus usos”. Ele considera indispensável que as futuras gerações aprendam a valorizar esse patrimônio que está sendo desperdiçado.
Diversas experiências promissoras, como as que se desenvolvem no Rio Grande do Sul (Semana da Água), no México e no Peru – esta última envolvendo a principal emissora de rádio – foram mostradas pelos palestrantes.
Também foram discutidas as questões de segurança e qualidade da água que hoje é oferecida pelos sistemas de abastecimento. A preocupação geral é de ao lado das mudanças de hábitos e atitudes em todas as esferas sejam institucionalizados os mecanismos de regulação.
A deterioração dos mananciais e o crescimento exponencial das cidades vem agravando as condições dos sistemas de tratamento. Ao lado disto, fica evidente também que é preciso um avanço substancial no tratamento dos esgotos, hoje um dos principais poluidores dos mananciais.
A importância das várias linguagens
A maioria dos especialistas que participaram do Simpósio resslataram a importância do papel da Comunicação para a promoção de uma nova cultura da água.
Um dos exemplos de proposta de mobilização é a da Semana da Água que acontece anualmente no mês de outubro, no Rio Grande do Sul. Foi mostrado o exemplo de um dos eventos que este ano envolveu um grupo de artistas plásticos que estará de 15 a 27 de novembro com a exposição denominada Olhares sobre a Água no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A proposta é utilizar a linguagem artística para motivar as pessoas a refletirem sobre sua atitude em relação à água,

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