Embrapa propõe zoneamento ambiental do Aqüífero Guarani

Pelo menos cinco áreas de recarga do Aqüífero Guarani estão em zonas consideradas de risco de contaminação segundo a pesquisa que está sendo feita pela Embrapa Meio Ambiente, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Marco Antônio Ferreira Gomes, líder do projeto, explica que um dos objetivos da Embrapa, que já vem trabalhando em áreas de recarga do Aqüífero Guarani desde 1995, é o de estabelecer a divisão dessas áreas em domínios chamados Pedomorfoagroclimáticos (solo, relevo, uso agrícola e clima), em função das suas diferentes características ao longo do território brasileiro, com uso agrícola diversificado e com uso de agrotóxicos específicos para cada cultura, cujos resultados estão praticamente concluídos.

Com essas informações, pode-se estabelecer uma classificação, também em fase de conclusão, dos riscos potenciais de contaminação da água subterrânea por Domínio Pedomorfoagroclimático. Com a classificação de riscos desses domínios pode se ter uma “radiografia” da situação atual que vai permitir a intervenção imediata naquelas áreas mais críticas. Isso, na prática, já foi feito, com a identificação das seguintes áreas:

1. Estado de São Paulo – área de Ribeirão Preto (Planalto Médio Paulista)– com cultivo de cana-de-açúcar;

2. Estado do Mato Grosso – Nascentes do Rio Araguaia (Depressão do Araguaia)– com cultivo de soja e milho;

3. Estado do Paraná – Nascentes do Rio Ivaí (2º Planalto Paranaense) – com cultivo de milho e pastagem;

4. Estado do Rio Grande do Sul – área de Alegrete (Região da Campanha), com cultivo de arroz irrigado e pastagem;

5. Estado de Santa Catarina – região de Lages (Planalto Médio Catarinense) – com cultivo de maçã

Áreas de recarga

Áreas de recarga são locais ou regiões específicas por onde ocorre o recarregamento direto do aqüífero pelas chuvas, cuja profundidade média, no caso específico do Aqüífero Guarani, é de cerca de 50m de profundidade, estando assim muito expostas à contaminação. Nas áreas confinadas, como a da região de São José do Rio Preto, em São Paulo, por exemplo, são necessários perfurações de até 1.200 metros para se atingir o aqüífero, situação em que a contaminação é muito mais difícil.

Zoneamento

O próximo passo agora, segundo o pesquisador é proposta de um Zoneamento Agroambiental para toda a áreas de recarga do Aqüífero Guarani, fundamentado nas premissas da sustentabilidade. São parceiros desse projeto: Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), Fundação Ecológica EMAS, Agência Rural de Goiás, FIMES – Faculdades Integradas Municipal de Ensino Superior (Mineiros-GO), Embrapa Clima Temperado e Embrapa Pantanal, The Nature Conservancy do Brasil, COINTA – Consórcio Intermunicipal da Bacia do Alto Taquari-MT.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Embrapa

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