
Foto:UFSC
O Laboratório de Sistemas Construtivos da Universidade Federal de Santa Catarina (Labsisco/UFSC) desenvolve um novo conceito de casa, que utiliza garrafas plásticas de refrigerante na sua construção. As garrafas PET (Poli-Tereftalato Etileno) substituem os tijolos das paredes e das vigas. Elas são incorporadas no interior de painéis modulares utilizados para construir uma casa pré-fabricada. Os painéis que já foram desenvolvidos no laboratório estão em exposição no prédio de Arquitetura e Construção da UFSC.
Dentro de um molde de madeira, o painel é construído da seguinte forma: primeiro se preenche o fundo com uma camada de concreto, de 2cm de espessura. Em seguida, são colocadas as garrafas plásticas, que tiveram a parte superior cortada e foram encaixadas umas nas outras. Na lateral, é encaixada uma armadura de ferro que dá resistência ao bloco. Para completar, o painel é preenchido com mais concreto.
O professor Fernando Barth, coordenador do Labsisco, explica que construir uma casa com material PET é muito prático, porque, como os blocos já vêm todos prontos, a casa pode ser montada em 48 horas. Além disso, o uso das garrafas plásticas faz com que as paredes apresentem um melhor desempenho térmico, maior espessura e rigidez e menor peso.
O reaproveitamento desse material colabora com a questão ambiental, porque estimula a coleta seletiva e diminui a quantidade do produto que é jogada em lixões e aterros sanitários. Dados, de 2002, da Associação Brasileira de Embalagens PET, mostram que do total de 270 mil toneladas do plástico que são consumidas, apenas 1/3 é reciclado. A Casa PET também pode ajudar a resolver o problema de déficit habitacional no Brasil, pois cria uma nova solução de habitação, de construção rápida e mais barata do que as convencionais, considera o professor.
O próximo passo do projeto será a realização de testes de resistência e impacto dos blocos produzidos no laboratório. Se a eficiência do produto for comprovada na prática, a equipe partirá para a construção de um protótipo. Na planta, a casa possui dois dormitórios, um banheiro, cozinha e sala integradas, que totalizam 39 m². Há também espaço reservado para varanda e área de serviço, que serão apenas cobertas. O projeto busca atender às necessidades básicas de uma família com dois ou três filhos e deve custar, em média, R$ 15.500,00.
Conheça melhor o Laboratório de Sistemas Construtivos a partir do site: labsisco.ufsc.br.
Fonte: Núcleo de Comunicação do Centro Tecnológico .
Conceito
Na concepção da CASA PET buscou-se solucionar dois problemas: o déficit de habitação popular no Brasil e o reaproveitamento e reciclagem das garrafas plásticas tipo PET.
Como primeira solução, adotou-se um processo de pré-fabricação de painéis que podem ser desenvolvidos na
indústria ou no próprio canteiro de obras através de um projeto arquitetônico racionalizado com flexibilidade compositiva suficiente para atender às demandas atuais e futuras dos usuários.
Em função da grande quantidade de resíduos gerados pelo consumo das garrafas PET e a necessidade de ampliar a sua reutilização, propõe-se o uso deste material como um subproduto na fabricação de painéis auto-portantes. A leveza e a rigidez dos painéis pré-fabricados facilitam a fabricação, o transporte e a montagem das habitações.

Sistema construtivo
As paredes da casa são formadas por painéis modulares com altura de 265cm e largura nominal de 50, 75 e 100 cm.
Os painéis podem ser fabricados em um molde de madeira, ou dependendo da escala de produção, com fibra de vidro ou chapas de aço.
– A dimensão efetiva do painel é 10 mm menor para permitir certa tolerância na montagem, cujas juntasverticais são rejuntada posteriormente.
– Corte e limpeza das garrafas PET.


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