Presidente colombiano destaca importância do saneamento básico

Rio Medellin

Bogotá, Colômbia

(Prensa Verde)

Para que o país supere o atraso em saneamento básico e possa cumprir as metas do Milênio neste tema, Bogotá, Medellín e Cali têm a obrigação de dar exemplo e descontaminar seus rios, pois estas três artérias se converteram nos principais focos de contaminação do país. A manifestação foi feita pelo presidente da Colômbia, Álvaro Uribe Vélez, ao participar de uma conferência de empreendedores.

“Bogotá, com o apoio do Governo Nacional e da corporação ambiental tem que demonstrar ao país que é capaz de limpar o rio Bogotá. Cali tem que demonstrar ao país que é capaz de tratar todas as águas residuais antes de vertê-las ao rio Cauca. Medellín precisa construir a segunda estação de tratamento de esgotos e dizer ao país: cumprimos a meta de tratar 100% dos esgotos”, disse.

“É praticamente impossível pedir aos pequenos municípios que resolvam esse problema, se os três grandes focos contaminantes não o resolvem”, acrescentou.

Uribe Vélez disse que recomendou ao Departamento Nacional de Planejamento que aprofunde os estudos para apurar as falhas que levaram o país a esse atraso em saneamento básico.

Explicou que se trata de estabelecer se este atraso, que põe a Colômbia em risco de não cumprir as metas do Milênio em saneamento básico, obedece a problemas de corrupção, falta de recursos ou políticas inadequadas. “Pedi ao Planejamento Nacional que investigue o que está falhando, porque até agora conhecemos os gráficos de incremento dos aportes e de menor avanço da cobertura, mas há muitos prejuízos e teses que devem ser comprovados. Alguns imputam o fracasso à corrupção, outros à falta de recursos, outros às políticas inadequadas”, detalhou o Presidente.

Ele recordou que as transferências por parte do Governo Nacional às regiões, para o tema de saneamento básico, somam US$ 450 milhões. Apesar disso, “temos problemas graves em abastecimento de água potável e nenhuma solução em matéria de saneamento de águas residuais”.

Ao reiterar que a Colômbia está muito longe de cumprir as metas internacionais neste sentido, Uribe Vélez disse que é preciso fazer um esforço muito grande nos próximos anos e “sermos muito cuidadosos com os recursos, para nos colocarmos em dia neste tema”.

“Isso – afirmou – nos obriga a sermos muito cuidadosos nos orçamento da Colômbia, para saber priorizar o que temos que priorizar. Diria que essa exigência de saneamento básico o país tem que assumi-la com toda a intensidade. Do contrário, não somente vamos ficar mal nessa meta do Milênio, mas também vamos enfrentar sérios problemas em matéria de produção, de produtividade e de competitividade”.

Principais problemas da Bacia do Rio Cauca

Bacia do Rio Cauca

Desmatamento

Mau uso do solo

Desperdício de água

Ausência de tratamento de águas servidas

Uso irracional de agroquímicos

Incêndios florestais

Introdução de espécies exóticas

Segurança alimentar restringida

Perda de biodiversidade

Governabilidade limitada

Escassez de trabalho ambientalmente sustentável

Filtro contra o arsênico na água

Um novo filtro de água anti-arsênico que pode salvar dezenas de milhões de vidas em todo o mundo foi apresentado na sede da Unesco em Paris. Simples e ecológico, o filtro utiliza como absorvente um produto derivado muito fácil de encontrar e que não custa nada. Foi desenvolvido pelo Instituto Unesco (IHE) para a educação relativa à água.

A presença de arsênico no meio ambiente se deve a fenômenos naturais e também a certas atividades humanas (exploração mineira, fundição de minerais, centrais elétricas de carvão…), e não existe terapia contra o envenenamento por arsênico presente na água potável. A prevenção é a única arma contra esta praga, que afeta um grande número de países, desde Bangladesh aos Estados Unidos, passando pela Argentina, Chile, China, Gana, Grécia, Hungria, Índia e México.

“Já está constatada uma concentração de arsênico entre 15 e 20 vezes mais elevada que o máximo aceitável na água potável de um bom número de países, entre eles Grécia e Sérvia e Montenegro”, declarou Branislav Petrusevski, diretor do projeto no Instituto, detalhando que estes máximos aceitáveis são, segundo a Organização Mundial da Saúde, de 0,01 mg por litro de água. “Em Bangladesh, por exemplo, a concentração de arsênico nas águas subterrâneas é de 1,8 mg por litro”, agregou. Segundo a OMS, 30 milhões de pessoas foram afetadas pelo arsênico neste país.

“Pesquisas médicas recentes mostram que uma exposição prolongada ao arsênico, mesmo em baixas concentrações, pode provocar câncer e outros efeitos nocivos à saúde humana”, acrescentou.

A tecnologia desenvolvida utiliza areia rodeada de óxido de ferro como material para absorver o arsênico. Este material, quando produzido em fábricas, é muito caro. A equipe do Instituto utiliza a areia recoberta de óxido de ferro que se encontra nas estações de tratamento de água. Trata-se de areia natural que se utiliza como filtro para a eliminação do ferro e que, depois de alguns anos, tem que ser trocada. “Descobrimos que esta areia é um método excelente de absorção do arsênico na água”.

Fácil de utilizar, o filtro do Instituto funciona sem eletricidade e pode ser fabricado localmente.

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