Ferronorte investe no Parque das Emas

O Ibama assinou convênio com a empresa Ferronorte para destinação de cerca de R$ 3,3 milhões para investimentos em ações ambientais no Parque Nacional das Emas, a sudoeste de Goiás, próximo do limite com os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os recursos do convênio serão aplicados na ampliação da área do parque

por meio da compra de terras úmidas, importantes para a conservação das cabeceiras dos principais cursos d’água da região e para a elaboração da segunda fase do plano de manejo da unidade de conservação.

O Parque Nacional das Emas tem uma área de 132 ha, a maior parte Cerrado.

Os investimentos, juntamente com as ações que a empresa vem realizando no Mato Grosso do Sul, contribuirão também para viabilizar um Corredor Ecológico ligando o Cerrado ao Pantanal. Desde sua implantação a ferrovia tem buscado alternativas que permitam um impacto ambiental mínimo. Para o presidente da Ferronorte, Nelson de Sampaio Bastos, a preservação do equilíbrio do ecossistema do Centro-Oeste é uma preocupação permanente da empresa.

Negócios ecológicos

A primeira etapa de trabalhos do Programa de Apoio à Produção Sustentável – PAPS está sendo avaliado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), que realizou seminário na semana passada. O PAPS foi lançado no início do ano 2000, após uma fase experimental de desenvolvimento de planos de negócios com pequenos empreendimentos baseados em recursos biológicos.

Dos 32 projetos que atenderam a convocação do edital do Programa, foram selecionados dez, que acabam de concluir a etapa de realização dos seus planos de negócios, com apoio de consultores, e agora fazem um balanço dessa experiência.

A idéia de um Programa de Apoio à Produção Sustentável resultou da constatação, em 1997, de que os financiamentos à produção baseada em recursos biológicos realizados até então eram predominantemente centrados na geração de trabalho e renda para populações carentes em atividades florestais não-madeireiras.

Metodologia

Estimulava-se a produção de polpas de frutas, óleos, essências, fragrâncias etc, com pouca ou nenhuma preocupação com a existência de um mercado comprador para o qual escoar a produção. Daí surgiu a proposta de utilizar a metodologia de planos de negócios para diagnosticar as condições de gestão do projeto, custos, eficiência, mercado potencial, cadeia produtiva, planejamento de distribuição e venda, entre outros indicadores. Busca-se, então, fazer uma análise de risco do negócio e o potencial de retorno para definir as estratégias de superação desses problemas e garantir o sucesso do negócio.

No seminário estiveram presentes dois representantes de cada projeto, membros das comunidades tradicionais que atuam em cada iniciativa e das entidades que coordenam esses negócios, entre elas cooperativas de produção, micro, pequenas e médias empresas, organizações familiares ou comunitárias e outras organizações voltadas à produção de bens e serviços provenientes da biodiversidade brasileira. Além da troca de experiências, o seminário serviu com apresentação dos resultados do plano de negócios aos conselheiros do Funbio. No próximo dia 22 eles estarão reunidos para definir quais projetos receberão aporte do Funbio para implementação desses planos.

Os projetos financiados

1. Produção e comercialização dos produtos da pesca e do artesanato feito a partir do manejo sustentável da caixeta, ordenação e comercialização do vôngole e ordenação do turismo ecológico em Paraty, RJ;

2. Melhoria dos Processos de Produção e Comercialização de Óleos Vegetais por Comunidades da Floresta Nacional do Tapajós – PA;

3.Diversidade de pastagens nativas do Pantanal: o caso da produção orgânica da carne. A produção da carne será feita em propriedades situadas nas sub-regiões do Rio Negro, Nhecolândia e Paiaguás do Pantanal de Mato Grosso do Sul: do total de seis (totalizando 10 mil hectares de terra), três delas foram estabelecidas como Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

4. Dinamismo Econômico e Uso Sustentável da Agrobiodiversidade: uma

interdependência estratégica no processo de desenvolvimento da agricultura

familiar no Centro-Sul do Paraná .O projeto, executado pelo Fórum das Organizações de Agricultores e Agricultoras da Região Centro-Sul do Paraná, abrange 900 comunidades, beneficiando 55 mil famílias rurais.

5. Consolidação da Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananéia.

6. Projeto manejo de 27 comunidades Quilombolas, totalizando cerca de 770 famílias. O projeto tem como objetivos a implantação de sistema de coletas e comercialização coletiva da castanha-do-pará, definição de plano para a certificação da castanha produzida pelos quilombolas, definição de um plano de negócios para introdução da marca Quilombola e comercialização do produto no mercado exterior em parceria com a usina de beneficiamento Empresa Exportadora Florenzano Ltda.

7. Exploração Sustentável de Plantas Medicinais e Aromáticas Nativas em Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira (SP);

8. O Cerrado é Vida – Buscar a diversificação de produtos baseados no potencial agroextrativista do bioma cerrado, com coleta de bacuri, cajá, mangaba, fava d’anta e castanha-de-caju.

9. Frutos do Cerrado – Associação Vyty-Cati das Comunidades Indígenas Timbiras do Maranhão e Tocantins, em parceria com o Centro Trabalhista Indígena (CTI), criou, em 1993, o projeto Frutos do Cerrado.

10.Viabilização econômica de sistemas de produção de café em bases agroecológicas no entorno da Estação Biológica de Caratinga (MG). www.funbio.org.br

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