
O desafio de encontrar alternativas economicamente viáveis para a recuperação dos mais de 200 milhões de hectares de áreas degradadas do Brasil está sendo enfrentado com sucesso pelos pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Eles desenvolveram uma metodologia, usando microorganismos do próprio solo associados a espécies vegetais, que permite a revegetação rápida, mesmo nos locais onde o subsolo já está exposto. Por conta do projeto – orçado em R$ 395 mil – os pesquisadores já estudaram mais de 600 espécies de plantas nos laboratórios da Embrapa.
Ações como mineração, construção de estradas, represas e áreas industriais resultam em impacto imediato sobre o solo. Existem várias técnicas que permitem revegetar áreas degradadas, inclusive utilizando camadas férteis do solo, de outros locais, como forma de permitir o estabelecimento da vegetação.
Nos processos tradicionais de revegetação e recuperação das áreas nos casos extremos de degradação, as alternativas usadas têm sido a adição de grandes quantidades de compostos orgânicos ou a transferência de terra fértil para as áreas degradadas. A primeira alternativa é viável nas cidades com compostagem de lixo urbano, enquanto a segunda, representa a transferência de um problema para o outro. Nos dois casos, o custo do transporte é bastante elevado.
Além disso, como os principais nutrientes minerais são perdidos em solos sem matéria orgânica, há a necessidade de fazer uma adubação, o que torna ainda maior o custo do processo.
Proteção ao meio ambiente
A tecnologia faz com que seja também obtido um aumento da produtividade do solo, pela adição de nitrogênio, carbono e matéria orgânica, proporcionando sustentabilidade dos sistemas produtivos com proteção ao meio ambiente.
A utilização de bactérias e fungos acelera o processo de sucessão natural em áreas degradadas. A técnica para recuperar a formação vegetal de áreas com solo empobrecido consiste na associação natural entre bactérias e árvores leguminosas, criando assim mudas de plantas mais resistentes ao solo infecundo.
Para recuperar estas áreas degradadas, os cientistas potencializaram uma associação natural já existente entre bactérias e leguminosas. Por meio desta simbiose (troca entre seres vivos proveitosa para ambos os lados), as bactérias do solo fornecem nitrogênio retirado do ar para a árvore, enquanto recebem carboidratos oriundos da fotossíntese.
Os pesquisadores selecionam em laboratório as linhagens de bactérias mais eficientes e produzem as mudas de árvores associadas a essas bactérias. Depois de uma seleção das melhores mudas, as leguminosas são plantadas em viveiros da Embrapa e encaminhadas à área degradada.
Além do uso das bactérias para enriquecer o solo, os pesquisadores da Embrapa ainda utilizam fungos micorrízicos que vivem no solo e se associam não só às leguminosas, mas também a outras espécies de árvores. Esses fungos aumentam a capacidade de absorção de fósforo e água na planta, além de lhe dar mais resistência em situações de estresse ambiental. Com a nova técnica, associando bactérias e fungos, além de aumentar a capacidade de recuperação da cobertura vegetal, foi possível também reintroduzir espécies difíceis, que foram beneficiadas pela capacidade de regeneração das leguminosas.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Embrapa
Energia no saneamento
O consumo de energia pelo setor de Saneamento é equivalente a mais de 7 bilhões de kwh por ano, segundo os dados revelados no Seminário de Eficientização de Energia no Saneamento, realizado pela Companhia de Saneamento do Ceará (Cagece), em Fortaleza, de 21 a 23 de abril. Outra constatação é de que os gastos com energia podem chegar a 20% das despesas das companhias e serviços municipais estando em segundo lugar entre os gastos principais. Todas as conferências e principais informações debatidas no encontro estão disponíveis no site da Cagece:
http://www.cagece.com.br/
Alternativa viável
O método desenvolvido pela Embrapa é uma alternativa viável principalmente para as comunidades de baixa renda, agricultores e muitas prefeituras e já foi aplicada em diversas regiões do Brasil e com resultados positivos. Em Angra dos Reis, litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, foi recuperada uma área de encosta. Em Porto Trombetas, no Pará, foi recuperada uma área de rejeitos de bauxita, na Mineração Rio Norte. Em Paracatu, Minas Gerais, está sendo desenvolvido um trabalho de recuperação de uma área degradada pela exploração do ouro, na Rio Paracatu Mineração.

Produto de exportação
A técnica, que é bastante econômica, vem chamando atenção de órgãos internacionais e já está sendo exportada para o Peru. Por meio de um convênio entre a Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, e o Governo do Peru, os pesquisadores brasileiros Avílio Franco e Eduardo Campello, da Embrapa Agrobiologia, estão implantando a metodologia na região do Hapethue. O objetivo é recuperar uma área de 80 quilômetros quadrados na bacia amazônica peruana, degradada pela exploração do ouro.
Esgoto em Porto Alegre
A seção Rio Grande do Sul da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-RS) promoveu, em sua reunião-almoço mensal uma palestra com o diretor-geral do DMAE, Carlos Todeschini, sobre os sistemas de esgotamento sanitário de Porto Alegre. Na explanação o dirigente da autarquia municipal mostrou os esforços da autarquia para melhorar a infra-estrutura sanitária da capital gaúcha reconhecendo a necessidade de ampliar a cobertura de coleta que ainda conta com um percentual elevado de redes mistas e de tratamento. O próximo investimento deve ser o equacionamento do tratamento dos esgotos que ainda fluem diretamente para o Lago Guaíba carreados juntamente com os pluviais.


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