Brasília se prepara para receber o 8º Fórum Mundial da Água

Cobertura especial direto de Brasília. Encontro preparatório ao 8° Fórum Mundial da Água. Fotos: Aguaonline.

Durante três dias, de 25 a 28 de abril, 800 especialistas originários de 70 países debateram em Brasília propostas e sugestões de temas e eventos que deverão compor a agenda do 8º Fórum Mundial da Água que acontecerá de 18 a 23 de março de 2018 na capital brasileira.

Nesta 8ª edição do principal encontro mundial sobre a água o tema central é “Compartilhando a Água” (Sharing Water) e são esperados mais de 5.000 participantes, incluindo dezenas de chefes de Estado. O evento é promovido pelo Conselho Mundial da Água (World Water Council-WWC) com o apoio dos Governos brasileiro e do Distrito Federal, Agência Nacional de Água e Associação Brasileira das Indústrias de Base (ABDIB).

Na abertura oficial dos trabalho o governador do DF, Rodrigo Rollemberger, citou algumas iniciativas, como o programa produtor de água, que estão sendo adotadas no DF para enfrentar a atual crise de água que assola a capital federal. Como ele, também o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, destacou o fato de o Brasil possuir 12% das reservas mundiais da água doce tendo 65% do território em bacias transnacionais. “Nossa responsabilidade também abrange a preservação, prevenção e adaptação e o cuidado com as nossas árvores pois tudo que fortalece as florestas é bom para as águas, o clima e o planeta”.

O presidente do WWC, Benedito Braga, destacou que este 8º Fórum Mundial da Água é realizado pela primeira vez no hemisfério sul, caracterizando seu caráter global. “Nossa força está em entendermos nossas diferenças” disse, alertando também que as consequências da má gestão da água são globais: “uma crise de água é um multiplicador de crise”.

A mesa de abertura contou também com a participação do representante do Ministério das Relações Exteriores, José Antonio Marcondes de Carvalho, com o presidente da Agência de Regulação do DF (Idasa) Paulo Salles, do senador Roberto Muniz e de Veniton Tadine, da Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB), encarregada de organizar a participação do setor privado no Fórum.

Participação popular

O presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, destacou a importância da participação, por meio do Fórum Cidadão, um dos processos para a organização do Fórum Mundial da Água. “Esperamos que a participação social neste evento seja considerada uma referência aos demais Fóruns, pois vamos cuidar de dar expressão e sentido a cada uma das demandas dos cidadãos”, disse Andreu.

Outro canal de participação social para influenciar nos temas a serem discutidos no Fórum, que espera reunir cerca de 15 mil pessoas em março do ano que vem, é a ferramenta SuaVoz. Trata-se de uma plataforma online que permite que qualquer cidadão no mundo possa expressar sua opinião ou contribuir com experiências e troca de ideias sobre os desafios envolvendo a água sobre clima, pessoas, desenvolvimento, meio urbano, ecossistemas e sobre o financiamento das soluções.

A plataforma foi proposta pela Agência Nacional de Águas e está sendo usada pela primeira vez em um Fórum Mundial da Água. As contribuições podem ser feitas em português ou inglês, mas há ferramenta para tradução para 90 idiomas. Serão três rodadas de debates. A primeira esteve ativa entre 13 de fevereiro e 23 de abril e recebeu mais de 20 mil visitantes em 35 sessões de discussões que geraram 555 contribuições.

Políticos e juristas

Pela primeira vez no Fórum Mundial da Água haverá uma participação intensa de parlamentares e juristas. Como ressaltou o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Hermann Benjamin, ao falar na abertura do Encontro Preparatório de Lideranças, a água está presente em todos os códigos mundiais desde a antiguidade.

O que é o Fórum Mundial da Água

O Fórum Mundial da Água ocorre a cada três anos com o objetivo de aumentar a participação do tema água na agenda política dos governos, além de promover o aprofundamento das discussões, troca de experiências e formulação de propostas concretas para os desafios relacionados aos recursos hídricos.

As edições anteriores do Fórum Mundial da Água aconteceram em Marrakesh, no Marrocos (1997); Haia, Holanda (2000); Quioto, Shiga e Osaka, Japão (2003); Cidade do México, México (2006); Istambul, Turquia (2009); Marselha, França (2012); e Daegu e Gyeongbuk, Coreia do Sul (2015).

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