Pneus velhos se transformam em pavimentação de ruas e outros produtos

Em 2015, os 45 importadores associados à ABIDIP (Associação dos Importadores e Distribuidores de Pneus) atingiram 100% da meta de coleta e correta destinação de pneus inservíveis definida em legislação pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), através da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e pela Resolução Conama nº 416, dispositivos que exigem que importadores coletem ou contratem empresas que façam a correta destinação dos pneus importados (na proporcionalidade de 1 pneu importado para 1 reciclado).

Diferentemente da prioridade de destinação para cimenteiras, onde os pneus inservíveis servem apenas como combustível para alimentar caldeiras a ABIDIP optou por iniciativas que incentivam a correta destinação para a geração de subprodutos como asfalto-borracha, pisos, vasos, lombadas, cones de sinalização, óleo e gás para geração de energia, além de orientar e educar o consumidor, frotistas e transportadores sobre a importância da correta destinação de pneus usados em pontos de coleta, que são as próprias lojas que revendem os pneus.

O projeto de transformar o pneu em pó para uso em asfalto é realizado em parceria com a Greca Asfaltos (a maior empresa produtora de asfalto-borracha do país) e a Strasse Reciclagem de Pneus no Paraná e também envolve recicladoras parceiras em outros estados do Brasil.

A Strasse realiza o trabalho de coleta e faz o processamento dos inservíveis em chips de pneus transformando-os em pó e uma de suas sedes fica na Colônia Penal Agrícola de Piraquara, no Paraná, iniciativa que permite a ressocialização de presos – que recebem 75% do valor de um salário mínimo e a cada três dias de trabalho abatem um de pena. O salário recebido é destinado a indenizar danos causados pelo crime, à assistência da família, a pequenas despesas pessoais e/ou depositado em uma conta poupança que é resgatada quando o detento ganha liberdade. Essa ação foi possível através da formação de convênio com o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR) que autorizou a montagem de uma usina de processamento de pneus velhos dentro da colônia penal.

“Segundo o Diretor Executivo da ABIDIP, Milton Favaro Junior “precisamos ajudar a indústria da reciclagem em tratativas em todas as esferas de governo – federal, estaduais e municipais e desonerar este setor que já usa produtos que trouxeram impostos em todas as cadeias produtivas e precisam sair de cena. Pedimos apoio a essas indústrias, incentivamos a fundamentação de leis como a do asfalto-borracha nos diversos legislativos estaduais e federal, e instruímos nossos associados a contratar empresas que fiscalizamos e sabemos que são idôneas no processo de reciclagem, ou seja, as que realmente fazem o processamento dos pneus inservíveis para existência de um subproduto ecologicamente correto.”

Outras destinações

“Para a ABIDIP, o pneu é um produto muito nobre para ser simplesmente queimado em cimenteiras. Temos um acordo com a Kasmaq, indústria recicladora de São Paulo, que fabrica tipos diferenciados de produtos que trazem inúmeros benefícios e aplicações como as que estamos fazendo na substituição de vasos de xaxim – que hoje estão proibidos de serem cortados e retirados da natureza – cones de sinalização, lombadas em condomínios e shoppings.

Temos também um acordo com indústrias que utilizam pneus em processos de pirólise, onde se retira óleo e pó de borracha e se gera energia através de gás. Tudo isso é retirado de pneus velhos e é dessa forma que os 45 associados da ABIDIP constroem suas ações de sustentabilidade, através de parcerias e soluções inovadoras que premiem ações sociais e ambientais que revertam em valores sustentáveis para toda a sociedade”, diz Milton Favaro Junior.

Asfalto-borracha é prioridade

Um desses subprodutos é a transformação do pneu inservível em asfalto-borracha, uma tecnologia que já é aplicada há mais de 50 anos nos Estados Unidos e que no Brasil vem crescendo ano a ano, graças ao trabalho desenvolvido pela ABIDIP, Strasse e Greca Asfaltos.

Dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) mostram que dos 6.156 Km iniciais de pavimentação de estradas com a utilização de asfalto-borracha em 2004, hoje já são 451.480 Km.

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