
Cerimônia de abertura do Encontro Intercontinental Sobre a Natureza.
Foto: Aguaonline.
Profissionais, pesquisadores, técnicos e lideranças políticas das causas ambientais de 36 países, participaram da cerimônia da abertura do Encontro Intercontinental Sobre a Natureza, realizado em Fortaleza (Ceará), de 21 a 25 de novembro. Na ocasião, o presidente da Rede Brasileira de Informação Ambiental, Vilmar Demamam; o membro do Painel Intergovernamental Sobre Mudança do Clima, Antônio Rocha Magalhães e o secretário executivo da Rede Interamericana de Recursos Hídricos, o venezuelano Alberto Palombo, tiveram seus trabalhos homenageados com comendas e medalha.
A VII edição do Encontro Intercontinental sobre a Natureza – O2, organizada pelo Instituto Hidroambiental Águas do Brasil (IHAB) teve como tema “Sustentabilidade: práticas de segurança hídrica, alimentar, e economia no semiárido”. Lideranças políticas e pesquisadores da Austrália, África, Angola, China, Canadá, México, Venezuela, Itália e outros 28 países participaram do evento. A Seca foi um dos principais assuntos em discussão, já que a situação atual de todos os açudes do Ceará é a de menor reserva hídrica da década, segundo dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh). Dos 156 açudes cearenses, 90% estão com o nível de armazenamento na casa dos 30% ou menos.
Com programação voltada para engenheiros, geólogos, geógrafos, agrônomos, pesquisadores, jornalistas, empresários, lideranças políticas, estudantes e interessados no assunto, o evento discutiu técnicas e alternativas de convivência com a seca, economia de água na agricultura e questões relacionadas à segurança hídrica, alimentar, socioeconômica e ambiental.
Na abertura do evento, o secretário adjunto da SRH, Ramon Flávio Gomes, participou de uma palestra sobre Políticas e Ações Estruturantes para a Convivência com a Seca no Semiárido. Ramon destacou as obras do governo em atenção à atual situação de seca e enfatizou a importância de ações desenvolvidas, como perfurações de poços no interior, abastecimento por carros-pipa e a transposição do Rio São Francisco. A palestra integrou a programação do Encontro Internacional de Jornalistas Ambientais e teve a coordenação da jornalista Cecy Oliveira, editora da revista Aguaonline e como mediadora a jornalista Maristela Crispim, do jornal Diário do Nordeste, ambas integram as redes brasileira (jorn-ambiente) e latino-americana de jornalistas ambientais (RedCalc).
Para o organizador do evento, o geólogo Clodionor Araújo, o encontro tem o papel de conscientizar através de capacitação, oficinas, palestras que todos podem contribuir usando racionalmente apenas a quantidade necessária para a sua manutenção. “Mostrando claramente os exemplos de casos, como as pessoas vivem e utilizam os recursos naturais as pessoas se orientam. A natureza é única, a divisão de continentes é política, portanto, a natureza desconhece esta divisão e atua para atender a vida”, ressalta.
Na opinião da jornalista Claudia Moraes, do Rio Grande do Sul, ao final do Encontro de Jornalistas Ambientais fica evidente a importância da iniciativa de reunir colegas da Comunicação. Para o jornalista, nada é mais importante do que ter acesso à boa informação e às fontes de credibilidade que circularam no O2. Também o jornalista Vilma Berna, da Rede Brasileira de Informação Ambiental (Rebia) “mais uma vez o O2 cumpre com o importante papel de dar e ampliar a voz dos que produzem informações sobre a cada vez mais crítica realidade hídrica do Brasil, com especial ênfase no semi-árido nordestino. Com um diferencial importante: este ano, possibilitou a realização do primeiro Encontro Intercontinental de Jornalismo Ambiental. Certamente, o grande beneficiado é o público, a quem cabe, em última análise, o papel de produzir as alterações urgentes e necessárias que requer a realidade hídrica no nordeste, no Brasil e no mundo.
O que é o O2

Jornalistas e especialistas estrangeiros visitaram o Castanhão, como parte das atividades dos eventos.
O Projeto Encontro Intercontinental Sobre a Natureza – O2 nasceu da união de ideias dos integrantes do Movimento Amigo das Águas. O pensamento do grupo sempre foi contribuir para um mundo, onde as pessoas possam nascer, crescer e viver em um ambiente saudável, que não convivam com o medo da destruição do planeta causada pelo nosso abusivo uso dos recursos naturais.
A primeira edição do O2 ocorreu de 9 a 15 de novembro de 2003, na cidade de Fortaleza-Ceará-Brasil, sede brasileira permanente do mesmo e se repetiu ininterruptamente em novembro dos anos ímpares. Esta foi a sétima edição. O evento tem como objetivo geral discutir sobre as questões do desenvolvimento sustentável em nível intercontinental. O formato do O2, com uma visão sistêmica das ações socioambientais permite, em seus diversos temas: Feira de Tecnologia e Produção Limpa – PROECO, Rodada de Negócios Sustentáveis, Cursos, Conferencia, Mesa Redonda, Apresentação de Casos Exitosos, Oficinas de Educação Ambiental, Tribuna Livre da Natureza, Fórum de Líderes Intercontinentais, Eco Arte Cultura, Livraria Ecológica, Ecoturismo e Esporte Natureza.
Nesta edição de 2015 juntaram-se ao evento o Encontro Intercontinental de Jornalistas Ambientais e o Diálogo sobre Segurança da Água, promovido pela Rede Interamericana de Recursos Hídricos (RIRH).
Jornalistas debatem com especialistas
Sala de Imprensa se transformou em cenário de talk-show entre especialistas e jornalistas. Foto: Aguaonline..
Profissionais da comunicação voltaram seus olhares à segurança alimentar e os impactos causados pelas mudanças climáticas, durante um dos temas discutidos no Encontro Internacional de Jornalistas, no Centro de Eventos do Ceará. O debate contou com a explanação de Vera Boerger, Oficial de Tierras y Aguas de la Oficina Subregional para Mesoamerica (Panamá) – FAO. A mediação do encontro foi realizada pela assessora de comunicação da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Silvana Frota.
Em sua manifestação Vera Boerger apresentou as políticas públicas voltadas para os recursos alimentares e hídricos na América Latina, além de referenciar dados do consumo populacionais. A especialista afirma que “o principal problema na América Latina não está na disponibilidade de alimentos, mas na garantia do acesso aos alimentos adequados”.
Sobre o setor agropecuário a profissional ressaltou que o segmento é de suma importância para a segurança alimentar na manutenção e disponibilidade de alimentos nos países; produção de alimentos em condições de sustentabilidade, cuidando da preservação dos recursos naturais especialmente da água, solos, florestas e biodiversidade; além de melhorar o ingresso ao emprego da população rural.
Jornalistas e profissionais da área ambiental também debateram sobre “As Ameaças Litorâneas ao Desenvolvimento Socioeconômico e Turístico pela Salinização das Águas Subterrâneas”, palestra realizada pelo PhD. Itabaraci Nazareno Cavalcante, coordenador de Hidrologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). O encontro foi mediado pelo jornalista Vilmar Demann.

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