Durante o XXI Simpósio da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, realizado de 23 a 27 de novembro de 2015, foi organizado o II Seminário Brasil e Austrália – Água e Seminário Desenvolvimento Sustentável: Alternativas Técnicas, Legais, Econômicas e Ambientais. O governo daquele país manifestou interesse em colaborar com instituições brasileiras para solução de problemas relacionados à água, e a Unesp será uma das principais parceiras.
“Em maio de 2014 visitamos pela primeira vez diferentes câmpus da Unesp para negociar parcerias sobre questões hídricas”, lembra Stuart White, professor da University of Technology Sydney. Segundo o pesquisador, a interação foi positiva e, nesse momento, as instituições trabalham para oficializar a obtenção de recursos, que poderão vir do governo australiano, da Fapesp (Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo) e também do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). “Essa ação visa permitir que os gestores e estudiosos brasileiros possam aprender algo com a experiência australiana, a exemplo da cooperação que já temos com a Califórnia, nos EUA, que também enfrenta sérios problemas relativos à água.”
A Austrália viveu uma forte estiagem na década de 1990, com uma crise de desdobramentos econômicos e sociais que só foi encerrada em 2012. A solução passou por uma revisão das leis e de todo o sistema hidráulico. “A criação do mercado de águas foi fundamental para estabilização da oferta e do consumo de água” – afirma Stuart Bunn, da Griffith University. Segundo o estudioso, o país também investiu em água de reuso e fortalecimento dos órgãos gestores e fiscalizadores.
“Nossa expectativa é a de que, com a criação do novo mestrado profissional na Unesp em Ilha Solteira, cooperações com esse caráter de resolução de problemas práticos sejam ainda mais necessárias”, explica o professor Jefferson Nascimento de Oliveira. O pesquisador da Unesp participou de um jantar oferecido pela Embaixada da Austrália por conta da realização do Simpósio. “Fiquei bastante otimista com o nível de interesse deles e pelo andamento das negociações.”
“O mais importante é que a academia possa oferecer uma grande quantidade de dados confiáveis para subsidiar os tomadores de decisão”, afirma Jayne Godfrey, da Australia National University. Para ela, as possibilidades de cooperação são muitas. “Nós temos interesse em diferentes áreas, como qualidade de água, melhoria de infraestrutura, participação popular na gestão hídrica e educação e divulgação ambiental, por exemplo.”
Cooperação também em pesquisa
O Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp, localizado em Rio Claro, recebeu, nos dias 23 e 24 de novembro o workshop Research Trends in Earth Sciences and Environment. O evento abriu espaço para apresentação de pesquisas da Unesp e Austrália na área de Meio Ambiente e Ciências da Terra, além de aproximar os pesquisadores de ambos os países no intuito de desenvolver projetos em conjunto na área acadêmica.
O workshop é um desdobramento da missão realizada pela universidade à Austrália, em junho de 2014. Um dos organizadores do evento, o professor Daniel Bonotto foi um dos docentes que visitou 14 instituições australianas em 16 dias de viagem e estabeleceu o contato com as instituições do país.
Após o evento, a diretora de Relações Internacionais para a América Latina da Macquarie University, Guie Hartney, confirmou o interesse em receber, no próximo ano, outro workshop com esta temática em sua universidade.
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