
Como sobreviver sem água?
Essa é a pergunta feita diariamente pela maioria dos cearenses, ao assistirem à diminuição das vazões dos açudes que abastecem o Estado. Segundo dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), 90% dos 139 açudes cearenses estão com o nível de armazenamento na casa dos 30% ou menos. Alguns deles tidos como ícones na história do abastecimento de água no Ceará, como o Castanhão e o Arrojado Lisboa, em Banabuiú, considerado o terceiro maior do Estado, encontram-se com 16% e 0,9%, respectivamente.
Dados da companhia alertam que a situação atual de todos os açudes do Ceará é a de menor reserva hídrica da década. Os efeitos deste cenário afetam áreas como turismo, agricultura e a atividade pesqueira. E o temor de ficar sem água aumenta com a previsão de que 2016 deve se firmar como o quinto ano consecutivo de seca, tendo seus efeitos tão maior ou semelhante ao de 1997.
Por isso questões que abordem o uso mais racional e consciente da água, além de planos para um manejo mais eficiente de recursos ainda a ser explorados, englobam temas de uma discussão importante. E será para discutir questões como essas que o Instituto Hidroambiental Águas do Brasil (IHAB) promoverá, entre os dias 21 a 25 de novembro, em Fortaleza (CE), o VII O2: Encontro Intercontinental Sobre a Natureza cujo objetivo é discutir, estimular e promover o conhecimento sobre temáticas relacionadas à ecologia, meio ambiente e sustentabilidade. O tema central deste ano será “Sustentabilidade: práticas de segurança hídrica, alimentar e econômica no semiárido”.
Para Clodionor Carvalho, presidente do IHAB, a oportunidade vai contribuir para a tarefa de construção de uma sociedade mais empenhada com questões ambientais e com maior respeito com os recursos sustentáveis. “O evento tem como objetivo discutir questões de desenvolvimento sustentável em nível intercontinental, de modo que possa contribuir para a proteção dos seres vivos”, afirmou. Nizomar Falcão, Ph.D em Engenharia Agrônoma afirma que o problema da seca têm se agravado ano após ano como resultado do mau gerenciamento hídrico no Estado: “a crise da água no Ceará, de alguma maneira, existe por uma opção política e econômica; em vez de se fazer a gestão pela demanda, se faz pela oferta. Isto, obrigatoriamente, faz com que sejamos eternos caçadores de água”.
“O nosso evento é destinado a todo mundo que usa água”, salienta Clodionor Carvalho. A programação é composta pelo Fórum de Líderes Intercontinentais, com a presença de lideranças de países como Chile, EUA, Austrália, Canadá, África do Sul e Colômbia, com a apresentação de casos de êxitos na área da sustentabilidade, uma Feira de Tecnologia e Produção Limpa (PROECO), além de palestras, oficinas e cursos sobre a gestão e captação das águas como “Captação de águas subterrâneas em áreas urbanas” e “Caminhos para a eficiência no uso dos recursos hídricos no semi-árido”.
A edição deste ano também terá um Encontro Intercontinental de Jornalistas Ambientais, com profissionais do Ceará e de outros Estados do País e do continente dedicados a cobrir assuntos na imprensa relacionados ao meio ambiente.
A abertura oficial acontece no Parque do Cocó, com apresentações culturais ao ar livre. Toda a programação restante ocorre no Centro de Eventos do Ceará.
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas através do site www.ihab.org.br/o2015/inscricoes.
Mais informações sobre o Diálogo sobre Governança da Água (DWG2015) em:
http://watergovernance2015.iwrn.org/
DIálogo sobre Governança da Água
O Diálogo sobre Governança da Água 2015 (DWG 2015), que acontecerá juntamente com o O2 é organizado pela Rede Interamericana de Recursos Hídricos (RIRH), conjuntamente com a Comissão de Pesquisa da Água da África do Sul (WRC), a Agência Nacional de Águas do Brasil (ANA), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará (SRH-CE), a Organização dos Estados Americanos (OEA), o PNUD Cap-Net, o Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas (UNU-INWEH), o Centro da Água para a América Latina e o Caribe (CAALCA), a Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS), e o anfitrião, IHAB – Instituto Hidroambiental – Águas do Brasil.
Diálogo sobre Gorvernança da Água II
Sob o tema “Segurança hídrica: Equidade na governança da água em regiões semiáridas,” o DWG 2015 concentrará o debate em duas questões centrais ligadas à governança da água: Equidade e segurança hídrica, especialmente em regiões semiáridas em países desenvolvidos e emergentes. Os objetivos são criar um forte diálogo sobre a governança da água, definir e enquadrar o nível e o âmbito das questões abordadas nos debates nacionais e internacionais sobre o tema e aumentar a consciência local e internacional para mobilizar parcerias para o desenvolvimento de programas integrados de pesquisa que abranjam diferentes aspectos da governança da água.
Durante os primeiros três dias (novembro 23-25), o DWG 2015 vai sediar uma discussão em seis (6) temas e um painel de especialistas internacionais sobre governança da água e segurança hídrica. E em 26 de novembro, acontecerá a Consulta Regional sobre a Segurança Hídrica para a América Latina e o Caribe, liderada pela Forca Tarefa da ONU-Água para a Segurança Hídrica.

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