É possível prever inundações?

Foto: NASA.

Na escala de catástrofes naturais, as inundações se encontram entre as piores. Tanto pelas perdas financeiras como de seres humanos, as inundações são tão catastróficas como os terremotos, os furacões e os tsunamis. De fato, a catástrofe mais mortífera do século XX foi a inundação que aconteceu na China no ano de 1931, que teve como resultado mais de 1 milhão de mortes.

Lamentavelmente, prever inundações é complicado. A previsão depende de uma complexa mescla de componentes: as chuvas, a umidade do solo, os antecedentes recentes de precipitações e muito mais. O derretimento de neve e as tormentas repentinas também podem contribuir para que se produzam inundações inesperadas.

Graças à NASA, entretanto, as previsões estão melhorando. Uma nova ferramenta informática, conhecida como “Sistema de Monitorização Global de Inundações”, está melhorando os prognósticos.

Agora se encontra disponível online uma ferramenta informática, conhecida como Sistema de Monitoramento Global de Inundações (Global Flood Monitoring System o GFMS, por sua sigla em inglês), que confecciona mapas das inundações em todo o mundo. Os usuários de todos os rincões do planeta podem usar o sistema para determinar quando a água das inundações poderia atingir suas comunidades.

“Em nosso mapa interativo global, se pode dar zoom em um lugar de interesse para ver se a quantidade de água que há já se considera como uma inundação, se a água está retrocedendo ou se está subindo”, explica Robert Adler, da Universidade de Maryland. Adler desenvolveu o sistema junto com seu colega Huan Wu. “Também se pode buscar nas áreas próximas para ver se há chuvas rio acima, se a chuva parou e como a água está se movendo rio abaixo”.

O GFMS funciona as 24 horas do dia, os sete dias da semana, mesmo quando haja nuvens ou outro tipo de interferências.

“Em certas ocasiões, o sistema poderia ser a única maneira que de obter informação”, disse Adler.

O sistema funciona desta maneira:

OGFMS se baseia nos dados sobre as precipitações que se obtém dos satélites de observação da Terra, da NASA. Originalmente, o sistema dependia do satélite denominado Missão de Medição de Chuvas Tropicais (Tropical Rainfall Measuring Mission ou TRMM, por sua sigla em inglês). No início deste ano, o GFMS se converteu no novo satélite de Medição das Precipitações Globais (Global Precipitation Measurement satellite, ou GPM, por sua sigla em inglês).

Os dados sobre a chuva que o GPM proporciona se combinam com um modelo da superfície terrestre que incorpora a cobertura de vegetação, o tipo de solo e o terreno com o objetivo de determinar a quantidade de água que pode ser absorvida e a quantidade de água que alimenta os caudais.

Os usuários podem ver estatísticas relacionadas com as precipitações, os caudais, a profundidade da água e as inundações a cada 3 horas, em cada um dos quadros de um mapa global, que abarcam 12 quilômetros. Os prognósticos para estes parâmetros se estendem a 5 dias. Além disso, os usuários podem realizar aproximações maiores para ver mapas de inundações (áreas que, se estima, estarão cobertas de água) com uma resolução de 1 quilômetro.

Organizações como a Cruz Vermelha e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas já estão usando o GFMS antes, durante e depois das inundações quando a informação que se obtém pelos canais convencionais é insuficiente (o que sucede com frequência).

“Eles o usam para saber quando e onde ocorreu uma inundação e para estimar sua magnitude. Utilizam essa informação junto com mapas da população com o objetivo de orientar os esforços de assistência”.

Mais avanços

Adler está ansioso por obter melhorias mais importantes para o sistema cortesia do novo satélite GPM.

“Os avanços logrados pelo GPM nos permitirão estimar as inundações e os deslizamentos de terra em todo o planeta com mais precisão. Além disso, a cobertura global do GPM, comparada com o enfoque de latitude tropical do TRMM, possibilitará realizar prognósticos mais precisos nas latitudes médias e altas”.

Adler planeja trabalhar com grupos internacionais, como o Global Flood Partnership, para ajudar para que o sistema seja mais divulgado.

Mais informações sobre o sistema em:

http://flood.umd.edu/, em inglês.

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