
Foto: Aguaonline.
Há uma série de controvérsias ainda a serem dirimidas no que se refere à coleta seletiva. Aguaonline defende a tese de que o resíduo que cada um separa em sua casa deve ser limpo previamente para que suporte um armazenamento mais prolongado à espera da coleta oficial. O pouco da água que é usada para uma lavagem simples de um copo de iogurte ou de uma garrafa pet com restos de refrigerante não pode ser contabilizada como desperdício. É bom lembrar que o consumo doméstico da água representa apenas 6,5% de todos os usos!
E mais: este plástico reaproveitado utiliza muito menos água em seu processo de transformação do que seria necessário se a matéria prima fossem os derivados do petróleo.
O que pouca gente sabe é que o reaproveitamento dos resíduos recicláveis cresce e se diversifica a cada dia. E que este é um mercado em franco desenvolvimento pois será cada vez maior a quantidade destes produtos sendo reciclados e reaproveitados. Especialmente porque o Plano Nacional de Resíduos Sólidos e os Planos estaduais que se seguirão – o Rio Grande do Sul já está elaborando o seu PERS-RS – estão impondo a obrigatoriedade da coleta seletiva em todos os municípios.
Aqui alguns exemplos, dados pela Associação Brasileira da Indústria do Pet (Abipet), sobre o uso dos reciclados como matéria prima:
Sistema de drenagem do campo: para que o jogo possa acontecer mesmo embaixo de muita chuva, abaixo do gramado existe uma manta geotêxtil – a grande responsável pela eficiência do sistema de drenagem do gramado. Isso porque o produto, feito 100% de PET reciclado, funciona como um filtro, ao reter a terra e permitir que a água escoe. As mantas também são muito utilizadas em jardins, drenagem de estradas e fundações prediais. Toda a extensão das marginais Pinheiros e Tietê, em São Paulo, foram projetadas e construídas com essas mantas.
Bancos e cadeiras: a exemplo do que acontece com os bancos de ônibus, em alguns estádios de futebol os bancos ou cadeiras cativas de plástico são fabricados com uma resina estrutural de PET reciclado. É a mesma resina utilizada na produção de piscinas, caixas d’água, painéis e aerofólios de automóveis e caminhões, pranchas de surf ou bancadas de mármore sintético. Esse tipo de aplicação foi a que mais cresceu no País e hoje responde pela participação de 18% de todo o PET reciclado.
Chuteiras: há muitos anos, calçados esportivos e até sociais utilizam um produto conhecido como TNT ou tecido não-tecido, feito com PET reciclado. Também está muito presente no solado das chuteiras. Além dos jogadores que estrelam os estádios de futebol brasileiros, os consumidores já contam com marcas renomadas que usam o PET reciclado na estrutura de seus calçados.
Outros produtos
Camisetas, uniformes e roupas esportivas em geral: além dos uniformes dos jogadores, sem saber, os torcedores também podem estar utilizando camisetas normais ou dos times de futebol com PET reciclado em sua composição. A indústria têxtil brasileira é a maior usuária do material. Em torno de 38% de todo o PET reciclado no Brasil vai para esta indústria, que foi a pioneira neste tipo de uso. Em uma das primeiras edições da São Paulo Fashion Week, um dos destaques foi um desfile onde a coleção de luxo era produzida com PET reciclado.
Bolas: a exemplo do que acontece com as chuteiras, as bolas também podem
contar com um reforço similar, feito de PET reciclado.
Rede do gol: as cordas que formam a rede do gol também podem ser feitas de PET reciclado. Aliás, o Brasil abriga uma das maiores empresas de cordas 100% à base do material reciclado da América Latina, que produz itens tão resistentes que são usados para a amarração de navios.
Salas VIPs: mesmo nos espaços mais exclusivos, dedicados a torcedores privilegiados, o PET reciclado pode estar presente nos carpetes e no sistema de filtração do ar condicionado.


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