O assessor de Ciência e Tecnologia do presidente Barack Obama, John Holdren, vinculou a onda de frio polar que está afetando o país norte-americano com as mudanças climáticas.
Em um vídeo divulgado pela página da Internet da Casa Branca, Holdren adverte aos espectadores de que não creiam em ninguém que lhes diga que a onda de frio polar que assola os Estados Unidos “desmente” o aquecimento global porque, de fato, nenhum episódio meteorológico extremo concreto pode provar ou desmentir as mudanças climáticas.
Deste modo, o especialista explica que o clima é o senhor do tempo que se observa em cada estação e zona geográfica e pode ser descrito com médias e probabilidades, mas acrescenta que um crescente corpo de evidências aponta que a tendência geral é que a média anual das temperaturas e precipitações está mudando em âmbito mundial e que a frequência dos fenômenos meteorológicos extremos está aumentando.
Como consequência das mudanças climáticas, se produzirão mais episódios de frio extremo nas latitudes médias.
Além disso, Holdren destaca que os episódios de frio extremo como o que afeta boa parte do país norte-americano são “uma tendência que vai-se repetir cada vez com mais frequência enquanto continuem elas mudanças climáticas”.
O cientista explica que a causa deste frio é o vórtice polar, que é uma corrente de ar frio cuja intensidade depende da diferencia de temperatura entre o Ártico e as latitudes médias no hemisfério norte.
A este respeito, explica que o Ártico está aquecendo “duas vezes mais do que nas latitudes médias”, onde estão os Estados Unidos e acrescenta que isto diminui a intensidade do vento polar, provocando ondas de ar frio mais pronunciadas e que, portanto, chegam mais ao sul. Isto se deve a que a diferença entre as temperaturas entre o pólo e as latitudes médias está se agudizando.
“Existem muitos fatores que explicam este fenômeno e o debate científico neste campo continuará. Creio que nos próximos anos podemos esperar que como consequência das mudanças climáticas, se produziram mais episódios de frio extremo nas latitudes médias”, insistiu.
Finalmente, o cientista opina que no futuro se pode esperar que, como resultado do aquecimento global, serão vistos mais fenômenos deste tipo e ondas de frio nas latitudes médias e mais ondas de calor nas latitudes mais ao norte.
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