Praça substitui incinerador em SP

Em parceria com o Instituto Abril, a Prefeitura de São Paulo acaba de inaugurar a Praça Victor Civita – Espaço Aberto da Sustentabilidade. Instalada no terreno onde funcionava o antigo incinerador de Pinheiros, a Praça é um presente à cidade que ganha não apenas uma nova área de lazer, mas também a recuperação de um espaço público degradado por anos de acúmulo de resíduos que eram armazenados e processados no terreno.

O projeto teve início em 2001, quando a Prefeitura de São Paulo e o Grupo Abril firmaram um Protocolo de Intenções para viabilizar a recuperação da área do antigo incinerador. Como tantas outras propriedades industriais, o terreno encontrava-se em estado de degradação, exemplo do grande desafio urbanístico que as grandes metrópoles enfrentam.

Com base nessa questão, a arquiteta Anna Dietzsch desenhou um projeto com soluções que se apropriam da temática de modo positivo, focando o problema e ao mesmo tempo, mostrando como superá-lo. O escritório Levisky Arquitetos Associados se encarregou da implementação do projeto e sua coordenação.

O projeto busca utilizar, tanto quanto possível, alternativas ecológicas e sustentáveis para a Praça Victor Civita e com ele as arquitetas participaram da Bienal de Arquitetura em 2007 e venceram o prêmio IAB de urbanismo – obra concluída, em 2008.

Um grande deck de madeira legalizada pousa sobre o terreno, sustentado por estrutura metálica, de modo a impedir o contato com o solo contaminado. O deck se estende na diagonal do terreno, propondo um percurso que enfatiza a perspectiva natural do espaço e convida o usuário a percorrer os caminhos da Praça. Como o casco de um grande barco, o deck se desdobra do plano horizontal ao vertical com formas curvilíneas, criando ambientes que se delimitam pela tridimensionalidade da forma, grandes “salas urbanas” que diversificam e incentivam o uso do espaço.

Este deck, suspenso a aproximadamente 1 m do nível do solo existente, leva o usuário a um passeio pelo conhecimento de processos ligados à sustentabilidade, como a legalização da madeira, laboratório de plantas com espécies em pesquisa para produção de biocombustíveis, hidroponia e fitoterapia. Também conduz ao conhecimento de sistemas orgânicos para o reuso de águas pluviais e servidas, adotados no funcionamento da Praça, assim como o racionamento energético alcançado com a utilização leds – lâmpadas sem filamentos, que não queimam e, portanto, oferecem benefícios em longo prazo.

Junto a essas experiências, o usuário tem também acesso a outros programas, como a arena coberta com arquibancada para 250 pessoas, o Museu da Sustentabilidade, instalado no edifício do antigo Incinerador, totalmente recuperado, o Centro de Integração, Informação e Preparação para o Envelhecimento (CIIPE), a Oficina de Educação Ambiental e o Núcleo de Investigação de Águas e Solos subterrâneos, onde a CETESB realiza cursos e demonstrações técnicas.

Sustentabilidade Econômica

Através de parceria público-privada, a gestão privada viabiliza a transformação e reabilitação do espaço para uso público. A realização de espetáculos, exposições e cursos tornam o empreendimento auto-sustentável. A gestão da Praça ocorre com a participação de parceiros, como o Grupo Abril, o Itaú, a Petrobras e a Even Construtora.

Sustentabilidade Cultural

O projeto busca usar o espaço como catalisador de desenvolvimento comunitário, cultural e educacional, oferecendo acesso a programas como a Arena Coberta, o Museu da Sustentabilidade, o Centro da Terceira Idade, a Oficina de Educação Ambiental e o Núcleo de Investigação de Solos e Águas subterrâneas. Para isso conta com a parceria de instituições como Verdescola, CETESB, MASP, SESC SP, Guri Santa Marcelina, Academia Bio Ritmo, Editoras Ática e Scipione, Gerdau, CPFL, Oficinas Culturais do Estado de São Paulo e Rádio Eldorado.

Sustentabilidade Ecológica

Através da parceria com instituições como o IPT, CETESB, SVMA e GTZ, a Praça Victor Civita apresenta uma oportunidade de investimento na pesquisa de temas ligados à sustentabilidade, como a legalização da madeira, uso de sistemas orgânicos para a reciclagem de água e racionamento energético.

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