Marcelo Jatobá/UnB Agência.
Cerca de 90% do plástico produzido atualmente é feito de petróleo, um recurso natural não renovável cujo preço oscila de forma imprevisível. A insegurança mercadológica, aliada à necessidade de adotar práticas ambientais sustentáveis, tem impulsionado pesquisadores a buscar materiais que possam substituir o petróleo, como fez o químico da Universidade de Brasília Eduardo Ulisses Xavier Peres.
Em seu estudo de mestrado, o pesquisador criou em laboratório um tipo de plástico, o poliéster, a partir do óleo da mamona. “A grande vantagem é usar materiais renováveis que o Brasil possui em abundância. Assim, o país fica menos dependente do petróleo”, diz. A pesquisa na área é inédita.
Segundo Peres, o plástico de mamona apresentou propriedades semelhantes aos materiais encontrados no mercado, tornando possível a comercialização do produto. De acordo com o pesquisador, é necessário analisar outras características do plástico de mamona e verificar a viabilidade econômica.
O poliéster é um dos polímeros mais utilizados na indústria, com aplicações na fabricação de garrafas PET, tecidos e malhas, além de empregado na produção de cordas e lonas de pneus. O mercado interno está aquecido. Em 2007, a produção nacional de fios de poliéster atingiu 90 mil toneladas. Mesmo assim, o Brasil precisou importar 254 mil toneladas.
A escolha da mamona para o estudo não foi obra do acaso. A planta é a única que possui a hidroxila, um grupo orgânico necessário para fazer o poliéster. “O que vai definir o tipo de plástico obtido com os diferentes óleos é o grupo funcional. No caso do poliéster, esse grupo é a hidroxila”, explica.
Para fazer o plástico em laboratório, Péres usou o óleo da planta, um outro reagente e um catalisador, substância que acelera a reação. Durante os experimentos, mais uma surpresa. O rendimento da reação foi de 68%. Significa que cada 100 g do óleo rendem 68 g de plástico. “É um grau de aproveitamento muito bom para esse tipo de material”, diz.
Embora o foco do estudo tenha sido analisar a mamona como matéria-prima, o químico descobriu que a planta é versátil e pode ser usada para produção do catalisador da reação, com a vantagem de ser bastante eficiente. Um dos catalisadores produzidos a partir do óleo de mamona leva quatro horas para produzir o plástico, enquanto sem catalisador demora até 18 horas.
Uma das possibilidades abertas com a pesquisa, e que Péres vai desenvolver no doutorado, é a criação de um plástico de mamona com propriedades magnéticas, feito com a adição de partículas nanométricas de óxido de ferro.
Esse tipo de material é empregado em aviões militares para evitar que a aeronave seja identificada por radares, como o caça norte-americano F-117 Nightwalk. O plástico magnético absorve a radiação emitida pelo radar. Como não a reflete, o equipamento não recebe o sinal de onde está o avião.
Comentário na internet influencia compra
Levantamento feito pelo Ibope Inteligência entre os dias 20 e 21 de janeiro mostrou que, entre os internautas considerados heavy-users, os hábitos de consumo são influenciados por comentários postados na rede.
Feita com 600 entrevistados, a pesquisa mostrou que mais de 90% deles estão de alguma forma envolvidos em processos de colaboração online – seja como consumidores ou produtores de conteúdo. Entre os pesquisados, 46% afirmam ler comentários feitos por outros internautas antes de efetivar uma compra e 40% disseram sempre visitar o site de fabricantes ou fornecedores antes da escolha por algum produto ou serviço.
O estudo aponta ainda que cerca de 21% dos entrevistados contribuem diariamente para algum fórum de discussão e 57% visitam estes fóruns pelo menos uma vez por semana, 16% o fazem várias vezes ao dia. “Embora não seja representativo do internauta brasileiro em geral, esse levantamento permitirá aperfeiçoar uma metodologia de classificação de hábitos e atitudes em relação à mídia social e às motivações que levam as pessoas a criar conteúdo compartilhado, seja para diversão ou para expressar opiniões sobre marcas, produtos e até candidatos políticos”, afirma Marcelo Coutinho, diretor de análise de mercado do IBOPE Inteligência.
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