O tema água nas escolas

Alunos da 5ª. Série do Colégio Cardeal Arcoverde, da cidade de Arcoverde, em Pernambuco, trabalharam, sob a coordenação da professora Jannaina Velloso, o tem água, durante três meses. A professora havia solicitado sugestões da Aguaonline sobre como aproveitar este assunto para motivar os alunos a conhecerem mais sobre saneamento.

Enviamos a ela as sugestões abaixo que podem também ser aproveitadas por outras professoras e alunos:

O ideal é começar pelo que está próximo das crianças: o manancial e a estação de tratamento de água de sua cidade. A melhor forma de aprendizado é ver como funcionam as coisas. Mostrar as nascentes (se possível) e o trajeto que o rio faz, as cargas que recebe (esgoto, lixo, agrotóxicos) e as derivações (retirada de água para irrigação, consumo doméstico e de animais, etc.). A partir daí se pode falar na necessidade da gestão para que todos os usos possam ser contemplados. Na ETA é possível ver as diversas etapas do tratamento e mais importante: que eles possam fazer a conexão entre a água da natureza e a água que recebem em casa.

Isto deve resultar em:

1) valorização da água (a partir do tratamento caro a que deve ser submetida para se tornar potável).

2) preservação dos mananciais ( ponte para o cuidado com o lixo, reciclagem, etc.

Utilize as sugestões abaixo e procure adaptá-las ao grau de desenvolvimento dos alunos:

1. Representar o ciclo da água por meio de um desenho, com os seguintes aspectos:

– evaporação da água;

– formação das nuvens;

– precipitação (chuva);

– acumulação da água (rios, lagos, represa etc.).

Descrever e conceituar cada um desses aspectos.

2. Fazer um estudo sobre escassez e economia de água. Descrever de 5 a 10 ações em que se pode economizar água em nosso cotidiano. Exemplo: não deixar a torneira aberta enquanto se escova os dentes.

3. Fazer um intercâmbio com uma escola de uma região que tenha problemas com suprimento de água, como certas regiões do Nordeste do Brasil. Os alunos, em grupos, podem escrever uma carta a colegas de escolas dessas regiões solicitando informações referentes a itens como:

– as principais características da cidade e do município;

– as principais ocupações da população;

– os rios, lagos, açudes do município;

– época e quantidade de chuva na região;

– problemas com a água (quantidade, escassez, distribuição, utilização).

Verificar a possibilidade de receber fotografias, postais, cartazes, artigos, referentes ao assunto. Fazer uma discussão em classe e preparar um relatório com conclusões sobre o estudo. Os alunos poderão dar continuidade ao intercâmbio com os colegas da outra região, sobre este ou outro assunto do currículo.

4. Organizar os alunos em grupos, a fim de que cada grupo pesquise uma das doenças transmissíveis pela água: esquistossomose, cólera, amebíase, leptospirose, hepatite, cisticercose. Elaborar cartazes sobre as doenças pesquisadas, com conclusões. Expor aos colegas.

5. Discutir a necessidade do tratamento da água e sua importância para a manutenção da saúde.

6. Entrevistar familiares (pais, avós, tios etc.) abordando a importância da economia da água.

– Como a água é utilizada em casa?

– Como é feita a economia de água?

– Como se verifica essa economia?

Apresentar os dados coletados aos colegas.

7. Montar, em sala de aula, vasos com diferentes tipos de solo:

– areia;

– terra roxa;

– terra preta;

– argila… Despejar em cada um deles a mesma quantidade de água e marcar o tempo que leva para ocorrer a absorção. Discutir o fenômeno da filtração, a valorização de determinados tipos de solo e a formação de lençóis freáticos.

8.Pesquisar as principais funções realizadas pela água líquida nos seres vivos.

9. Pesquisar em jornais e revistas as notícias de enchentes na cidade ou no Estado. Discutir, em classe, as principais causas das inundações. Elaborar um relatório com as possíveis soluções para esse problema.

10. Pesquisar os objetivos das construções das barragens, que beneficiam a vida humana, e as possíveis alterações ambientais que provocam.

11. Promover com os alunos um debate sobre a possível conciliação da expansão das cidades e os mananciais.

12.Fazer uma pesquisa de campo com o objetivo de observar as condições de saúde e saneamento básico próximo à escola.

13. Entrevistar médicos, sanitaristas do posto de saúde do bairro ou profissionais da área de saúde a fim de coletar dados como:

– as verminoses mais comuns na região devido à contaminação da água;

– os principais sintomas dessas verminoses;

– o tratamento dos indivíduos contaminados.

Anotar e discutir em classe as informações coletadas.

14. Discutir as conseqüências que o desmatamento excessivo traz ao ecossistema, a partir do comentário de Eneas Salati:

” O estudo do ciclo da água na Amazônia demonstra a importância do tipo de cobertura vegetal existente para o balanço hídrico e o equilíbrio climático da região.”

Conforme a professora relatou os alunos trabalharam duro neste assunto. Vejam o que eles fizeram:

1ª Entrevista com os familiares dos alunos sobre de onde vem a água que abastece sua cidade e o tipo de tratamento que ela recebe;

2ª Pesquisas em sites diversos sobre dicas úteis, como economizar água; em relação a este tópico um dos grupos do projeto confeccionou um jornal e o distribuiu no colégio e entre a comunidade;

3ª Debate sobre as doenças causadas por água contaminada, contando com a presença de alguns profissionais da área de saúde. Os alunos pesquisaram sobre as doenças antes do debate;

4ª Visita à Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa). Lá eles tiveram contato com todas as etapas da estação de tratamento da água (ETA), contando com a participação de profissionais com técnicos e químicos, explicando todas as etapas, desde a captação até a cloração; todos os grupos apresentaram relatórios sobre tudo o que foi vivenciado nesses três meses.

Brasil sediará Fórum das Águas nas Américas

A cidade de Foz do Iguaçu (PR) receberá, nos próximos dias 23 a 25 de novembro, representantes de governos de mais de 30 países que farão parte do Fórum de Águas das Américas. O encontro será uma preparação para o Fórum Mundial da Água (World Water Forum), a ser realizado na Turquia, em março de 2009.

Convocado a cada três anos, o Fórum Mundial é uma iniciativa do Conselho Mundial da Água, organização dedicada a analisar políticas mundiais sobre a água e com o objetivo de responder à crescente preocupação global com a enorme pressão exercida pelas populações humanas sobre os recursos hídricos.

O desmatamento, as mudanças climáticas, o uso indiscriminado de agrotóxicos, a erosão de solos e a poluição industrial e urbana são alguns dos principais fatores que põem em risco o abastecimento de água no futuro próximo. Segundo projeções da ONU, se não forem tomadas medidas corretivas agora, em 2050, praticamente metade da população mundial sofrerá com falta de água.

Por conta disso, o tema está cada vez mais presente nas agendas de governos, como comprova a realização do Fórum de Água das Américas, uma iniciativa conjunta de diversas instituições, entre elas o Americas Regional Consortium, a Agência Nacional de Águas (ANA), a Itaipu Binacional, Governo do Paraná, entre outras.

A programação do encontro está dividida entre as regiões geográficas: América do Sul, Central, do Norte e Caribe, e finaliza com uma plenária que reunirá os resultados das discussões de cada sessão. A idéia é gerar compromissos políticos e metas a serem cumpridas pelos participantes nos próximos anos.

No caso da América do Sul, foi realizada uma reunião preparatória no último mês de setembro, em Montevidéu (Uruguai), que reuniu governos, sociedade civil e instituições de ensino e pesquisa de 10 países.

Entre as prioridades apontadas pelos participantes, além de alocar mais recursos financeiros para viabilizar o acesso à água e ao saneamento básico, está a necessidade de cada país elaborar seu plano nacional de recursos hídricos, assim como vem fazendo o Brasil. Um documento contendo esses e outros temas apontados pelos países servirá como base para as discussões regionais do Fórum.

Entre as participações confirmadas para o evento estão o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, o presidente do Conselho Mundial da Água, Loïc Fauchon, e do vice, Benedito Braga, e dos diretores-gerais brasileiro e paraguaio da Itaipu Binacional, Jorge Samek e Carlos Mateo Balmelli, respectivamente.

Programação paralela

Em paralelo ao Fórum de Águas das Américas, será realizado o V Encontro Cultivando Água Boa, promovido pela Itaipu Binacional. Os dois eventos terão uma abertura única no dia 23 de novembro e têm programações distintas nos dois dias que seguem.

O Cultivando Água Boa, programa socioambiental da Itaipu que promove ações de educação ambiental, correção de passivos da agropecuária, conservação da biodiversidade e conversão de atividades econômicas para uma produção sustentável nos 29 municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (região Oeste do Paraná), realiza anualmente encontros que reúnem os mais de 1.200 parceiros do programa, além de lideranças comunitárias e beneficiários da iniciativa. Os encontros servem para discutir os resultados e reavaliar as metas e propostas.

Para mais informações:

Fórum de Águas das Américas: www.ana.gov.br/arc.

Cultivando Água Boa: www.itaipu.gov.br/vcab/pt-br.

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