
Foto: FZB.
Para comemorar os 53 anos do Museu de Ciências Naturais, a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul promove, durante o mês de novembro, exposições e encontros temáticos. Como parte da programação o Museu apresenta, em uma das suas Salas de Exposições, a mostra “Esponjas Marinhas da costa Sul – Brasileira: Caleidoscópio Natural”. O Museu de Ciências Naturais foi criado em 5 de novembro de 1955 e tem como missão a conservação da biodiversidade do Estado.
As esponjas marinhas surgiram há mais de 550 milhões de anos, no período Pré-Cambriano da Era Paleozóica. São organismos altamente evoluídos que se adaptaram e sobreviveram por mais tempo do que qualquer outro animal pluricelular. São constituídas de milhões de células, formando um mosaico espetacular de formas diversas e cores vibrantes. A maioria das esponjas tem esqueleto formado por fibras de colágeno com estruturas chamadas espículas, que se assemelham a pequenas agulhas e que podem causar irritação quando em contato com a pele. Apresentam ampla distribuição pelos oceanos e mares, ocorrendo no extremo sul do Brasil, ao largo da costa, em regiões profundas, onde o substrato do fundo é duro. A faixa litorânea do Paraná à Santa Catarina é extremamente rochosa, recortada por baías e enseadas, propiciando a presença de uma fauna de poríferos de águas rasas e quentes, sendo que muitas espécies ocorrem somente nesses locais.
Pela sua condição séssil (órgão fixado diretamente na parte principal de um ser vivo) e filtradora, as esponjas são importantes organismos na indicação de ambientes degradados. Participam na reciclagem do cálcio, tornando-o disponível para o crescimento dos recifes de corais, podendo apresentar simbiose com algas nitrificantes, participando, desta forma, na produção primária dos oceanos. Vivem geralmente fixas ao fundo marinho e, por isso, desenvolveram grande variedade de sistemas de defesa contra diversos predadores e parasitas. Isto faz com que sejam muito procuradas como abrigo por outros organismos, tais como bactérias, microalgas, invertebrados marinhos, e peixes.
Por outro lado, produzem substâncias tóxicas que evitam a fixação de outros organismos sobre elas, bem como sua predação. Tais substâncias vêm sendo testadas pela indústria farmacêutica em todo o mundo, na busca de novos medicamentos com atividades antivirais, citotóxicas, anti-inflamatórias, vasodilatadoras, antimicrobianas e antitumorais.
Pesquisa e acervo
A pesquisa em esponjas marinhas no Museu de Ciências Naturais teve inicio em 1975, com o objetivo de identificar e descrever as espécies da costa sul-brasileira. Conta atualmente com um acervo com mais de 3 mil exemplares, sendo a segunda maior coleção de esponjas marinhas da América do Sul.
Nos últimos 10 anos, o incremento da pesquisa básica resultou na descoberta e caracterização de novas espécies de esponjas. Com a participação de importantes parceiros nacionais e internacionais, a equipe do Laboratório de Poríferos Marinhas do Museu vem desenvolvendo pesquisas de bioprospecção, que possibilita verificar a bioatividade de algumas espécies, promissoras na inibição do crescimento de tumores sólidos malignos.
Serviço
O que: Exposição Esponjas marinhas da costa Sul-brasileira – Caleidoscópio Natural. Esta é a primeira exposição, no Brasil, de fotos subaquáticas e de amostras de esponjas marinhas preservadas, que ilustram uma fauna ainda pouco conhecida na costa Sul-brasileira. Representa a diversidade de formas e cores de esponjas marinhas encontradas tanto no infralitoral, como em grandes profundidades, além da plataforma continental, neste trecho do litoral brasileiro. O conhecimento das espécies e seu potencial bioativo visa à valorização da biodiversidade da costa sul-brasileira. A bioprospecção de algumas das espécies representadas nesta exposição tem despertado interesse para a pesquisa e produção de fármacos.
Quando: de novembro/2008 a maio/2009
Onde: Sala de Exposições do Museu de Ciências Naturais – Bairro Jardim Botânico (Rua Dr. Salvador França, 1427)
Abertura oficial: dia 04 de novembro, às 18h30min,
No dia 05 de novembro haverá a palestra “A origem das espécies de Charles Darwin” a cargo da Dra. Ana Carolina Regner, UNISINOS, às 10h.no Auditório do Jardim Botânico (Rua Dr. Salvador França, 1427), com entrada franca.
Exposição de fotos
Sexta-feira, 7 de novembro, é o último dia para conferir a exposição de fotografias do programa Ação & Meio Ambiente, produzido e realizado pelo UNIFIEO em parceria com Pedro Barbosa, biólogo e especialista em gestão ambiental. A mostra traz imagens dos bastidores e curiosidades encontradas pela equipe de produção da atração televisiva.
No ar desde setembro de 2007, o Ação & Meio Ambiente atualmente é exibido por mais de 20 emissoras, entre elas a TV Mundo Maior, TV Osasco (canal 6 e 22 da NET), TV Jaú, TV Fênix de Campinas e TV Guarulhos. O programa já atravessou a fronteira do Estado e está presente também em Alagoas (TV Maceió); Paraná (TV Millenium) e Santa Catarina (TV Galega e TV Floripa).
A apresentação e a produção ficam a cargo de Barbosa, também responsável, em parceria com a equipe do UNIFIEO, pela edição. O apresentador e produtor sai a campo em busca de fatos, entrevistas e imagens da rica paisagem natural brasileira. O resultado é um programa semanal dinâmico, com linguagem leve, mas de uma rica carga de informações, apresentando soluções para as atuais questões socioambientais. Conheça o programa no link: www.youtube.com.

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