O bom exemplo na coleta de pilhas e baterias

Ainda neste mês, todos os estabelecimentos que comercializam pilhas e baterias serão obrigados a disponibilizar coletores que possibilitem ao consumidor o descarte correto desses objetos após sua utilização. Isso se deve a uma revisão da Resolução 257/99 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que trata do destino dado a esse material, prevista para ser publicada no Diário Oficial a partir da próxima semana.

Atualmente, existem soluções eficientes que já vêm, há dois anos, cumprindo o que a nova resolução determina. É o caso do Papa-Pilhas, programa idealizado pelo Banco Real, que recolhe e recicla pilhas e baterias desde janeiro de 2007.

Hoje, o programa de reciclagem de pilhas e baterias do Banco Real conta com mais de 1.800 pontos de coleta em todo o Brasil. Até dezembro deste ano, a expectativa é atingir 3.170. Já foram coletadas 69.946 toneladas no estado de São Paulo e 131.363 toneladas em todo o Brasil.

Tanto a resolução do Conama quanto a iniciativa do Banco Real, que já alcança todos os estados, se devem a uma delicada questão ambiental. Quando depositadas em lixões e aterros sanitários, pilhas e baterias vazam metais pesados e contaminam lençóis freáticos, o solo e rios. Por meio da irrigação agrícola ou do consumo direto, a água contaminada atinge a cadeia alimentar humana e causa danos à saúde. Os estados que mais se destacam na coleta, além de São Paulo, são Rio Grande do Sul (26.235 kg), Rio de Janeiro (10.794 kg) e Minas Gerais (9.613 kg).

“O País consome 1,2 bilhão de pilhas por ano. Cerca de 40% são ilegais, fabricadas com teores de metais pesados até sete vezes superiores ao permitido. Por fim, só 1% do total consumido tem destino ambientalmente correto. O assunto merece tratamento especial de todos e o Banco Real, comprometido com a sustentabilidade, vem trabalhando nessa questão há quase dois anos, por meio de parcerias firmadas com cerca de 200 instituições, entre elas TIM, Gerdau, 3M, Votorantim e Johnson & Johnson”, diz Linda Murasawa, Superintendente de Sustentabilidade da instituição financeira. “Começamos com o programa em três municípios e oito meses depois, diante do sucesso obtido, já o estávamos expandindo para todas as capitais. Em 2010, devemos estar presentes em nada menos que 479 municípios e alcançar cerca de um milhão de pessoas”.

A questão se torna especialmente complicada porque uma pilha leva séculos para se decompor; os metais pesados, pior ainda, nunca se degradam. Esses metais possuem grande poder de acumulação no corpo humano, em particular, mas o mesmo vale para todos os organismos vivos, incapazes de metabolizá-los ou eliminá-los.

No Papa-Pilhas, os consumidores depositam o material em coletores instalados em agências, postos de atendimento bancário e empresas parceiras. Uma companhia especializada, a ADS Micrologística, faz o transporte seguro do conteúdo até a Suzaquim, empresa de Suzano, na região metropolitana de São Paulo, única no país que se encarrega desse tipo de reciclagem. As pilhas e baterias são desencapadas e os metais, queimados em fornos industriais – todos dotados de filtros que impedem a emissão de gases poluentes. No processo, são obtidos sais e óxidos metálicos, úteis à indústria de refratários, vidros, tintas, cerâmicas, entre outros.

Jogue Limpo recolhe 12 toneladas de frascos de óleo na Grande Curitiba

O programa Jogue Limpo já recolheu quase 60 mil embalagens de óleo lubrificantes por mês — o equivalente a 12 toneladas de plástico — na Grande Curitiba e no Litoral. Inédito no País, o programa atende 600 pontos de coleta com dois caminhões que diariamente recolhem frascos vazios em 18 postos, concessionárias e oficinas.

Os estabelecimentos recebem todos os materiais necessários para acondicionar os frascos inutilizados, que são recolhidos por uma empresa especializada e encaminhados a uma central de reciclagem licenciada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

O programa é resultado de parceria entre Secretaria do Meio Ambiente e Recurso Hídricos, Ministério Público Estadual, Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) e Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Paraná (Sindicombustíveis).

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