O Informe das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos no Mundo (WWDR), publicado a cada três anos em colaboração com o Fórum Mundial da Água, é um resumo amplo que proporciona um panorama fidedigno da situação dos recursos hídricos no mundo. O Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP), auspiciado pela UNESCO, que coordena o Desenvolvimento deste informe, é um esforço conjunto de 25 Agências do sistema das Nações Unidas e entidades que integram a ONU-Água, em colaboração com os governos, as organizações internacionais, organizações não-governamentais e outras partes interessadas. A terceira edição do WWDR será lançada no próximo 16 de março de 2008 no V Fórum Mundial da Água, em Istambul, Turquia.
Nesta entrevista William Cosgrove, Coordenador de Conteúdo do Informe das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos no Mundo dá sua visão sobre a questão.
Quais são as principais diferenças entre o Informe WWDR-1 e o Informe WWDR-3 que está sendo produzido agora?
Cosgrove – Minha participação no Informe WWDR-1 foi muito limitada, no sentido de que só contribuí no capítulo sobre águas compartilhadas. Minha participação foi o resultado de ter integrado a equipe de execução do programa PCCP (Do Conflito Potencial à Cooperação Potencial), cujo trabalho foi a base de texto daquele capítulo. O informe em preparação é muito diferente, no sentido de que todos os setores são indagados em cada um dos capítulos sobre o uso e o estado dos recursos. A interface entre eles envolve a todos os membros da ONU-Água, por isso todos podem contribuir e comentar em todas as seções do informe.
Quais são os vínculos que existem entre a Visão Mundial da Água, que o senhor dirigiu, e o Informe das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos no Mundo (WWDR) e o Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos, (WWAP)?
Gosgrove – A preparação do Informe WWDR-3 foi um processo participativo, assim como a elaboração da Visão Mundial da Água. A Visão incluía uma avaliação do uso e o estado dos recursos hídricos no mundo. Foi publicado uns três anos antes do Informe WWDR-1 e foi apresentado durante o 2º Foro Mundial da Água, no ano 2000. Neste sentido, foi um precursor dos Informes WWDRs publicados nos Foros Mundiais da Água seguintes.
Como o WWAP está alcançando os objetivos da Visão Mundial da Água e quais são os vazios que ainda restam?
Cosgrove – As mudanças do panorama mundial ocorrem a um ritmo muito mais acelerado do que o previsto no informe apresentado pela Visão. O consenso científico sobre as mudanças climáticas não havia sido confirmado como uma realidade na época em que a Visão foi escrita. Os problemas que se enfrentavam naquele momento pareciam já suficientemente importantes! A Visão assumiu o fato de que a comunidade mundial responderia quando diferentes problemáticas e oportunidades relacionadas com os recursos hídricos fossem identificadas. Lamentavelmente, a comunidade mundial despertou para a importância da água para o Desenvolvimento sustentável e os perigos da má gestão dos recursos. Os investimentos estão aquém do que foi acordado que aconteceria. As mudanças climáticas agravarão a situação. o Informe WWDR-3 descreve os mesmos desafios que foram ressaltados pela Visão.
Afortunadamente o Informe WWDR-3 estará em condições de apresentar exemplos de lugares e pessoas no mundo que podem enfrentar os desafios.
Prorrogado prazo do Petrobrás Ambiental
A Petrobras prorrogou até às 21h (horário de Brasília) do 29 de setembro de 2008 (próxima segunda-feira), as inscrições para a Seleção Pública de Projetos 2008 do Programa Petrobras Ambiental. O motivo foi o grande número de acessos simultâneos realizados no site do Programa nas últimas 48 horas, o que causou problemas na rede.
O novo prazo para postagem do projeto é 30 de setembro. As inscrições devem ser feitas pela Internet www.petrobras.com.br, mas somente são efetivadas mediante o recebimento do projeto impresso.
Podem participar da seleção pública do Programa Petrobras Ambiental projetos novos ou já em andamento, sob a responsabilidade de pessoas jurídicas, sem fins lucrativos, com atuação no Terceiro Setor, tais como associações, fundações, organizações não-governamentais ou organizações sociais.
O projeto, a ser executado em tempo mínimo de 12 meses e máximo de 24 meses, poderá receber até R$ 3,6 milhões – se o valor do projeto for superior, o excedente deve ser provido por outras fontes, sendo obrigatório comprovar a captação.
Todas as linhas de atuação devem contemplar como tema transversal a educação ambiental, com foco em eficiência energética, conservação dos recursos naturais e consumo consciente. Os projetos deverão apresentar planejamento para alcançar sustentação econômica e organizacional e a sustentabilidade socioambiental, processo para registro das experiências e resultados, planejamento de comunicação, adoção de iniciativas ecoeficientes em suas práticas de gestão e de instrumentos de acompanhamento e avaliação das ações.
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