Escolas economizam R$ 2,12 milhões em água e energia e recebem bonificação

A Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Dr. Miguel Vieira Ferreira, na zona Sul de São Paulo, é do tempo em que, no máximo, se perguntava se a pessoa era sócia da companhia de energia elétrica quando ela esquecia uma lâmpada acesa sem necessidade. Da inauguração, em 1958, aos dias de hoje houve um avanço imenso na preocupação com o meio ambiente e na economia de recursos naturais: a unidade é uma das que foram “premiadas” pela Secretaria Municipal de Educação por terem feito economia de água e luz.

No primeiro semestre deste ano, 729 escolas da Rede Municipal conseguiram atingir a meta que havia sido estabelecida pela portaria 5.678, de 20 de dezembro de 2007. Todas essas unidades reduziram o consumo de água e/ou energia elétrica em, pelo menos, 10%. A economia total foi de R$ 2,12 milhões.

Para se chegar à meta de cada escola foram considerados dois fatores: o histórico de consumo de 12 meses e o número de alunos daquela unidade. A mesma portaria que determinou a meta estabeleceu a bonificação: o dinheiro economizado voltaria como acréscimo do Programa de Transferência de Recurso Financeiro (PTRF), que já é repassado às escolas três vezes por ano. Os valores variaram R$ 4,5 mil a R$ 8, 5 mil.

Para que as metas pudessem ser atingidas, diretores e dirigentes das escolas passaram por um treinamento nos meses de fevereiro e março deste ano. Aprenderam a acompanhar as informações sobre o consumo da escola num sistema informatizado e a divulgar essas informações para a comunidade.

Mas a economia não pode parar por aqui. A cada semestre novas metas serão estabelecidas, para que o uso racional seja contínuo. No caso da EMEF Dr. Miguel Vieira Ferreira, o objetivo era que a escola consumisse 2.222 metros cúbicos de água ao longo do semestre. O consumo ficou em 1.966 metros cúbicos. Com relação à energia elétrica, a meta eram 42.636 kilowatts. A escola ficou em 40.480 kw.

Para atingir esse resultado, a escola está mesclando soluções simples e baratas a alguns pequenos investimentos e reformas. Como a escola é da década de 50, a tubulação era muito antiga e os vazamentos eram comuns. A direção da unidade usou o dinheiro do PTRF e as reformas que vêm sendo feitas na Rede para ir melhorando as instalações da escola: torneiras e válvulas de descarga foram trocadas, a cozinha foi reformada, vazamentos estão consertados.

Os recursos que a Secretaria destina diretamente às escolas – em 2007, por exemplo, foram repassados R$ 40,2 milhões a toda a Rede – foram usados ainda para o conserto de uma máquina de lavagem em alta pressão e para a compra de bebedouros. Com o equipamento, a escola economizou água e as lavagens do pátio são feitas com mais rapidez. Os bebedouros eliminaram algumas torneiras nas quais os alunos tomavam verdadeiros banhos.

“Essa redução de água e energia foi muito conversada, negociada”, conta a assistente de direção Maria Teresa Fueyo. “É claro que o incentivo financeiro contou, mas nós podemos afirmar que as pessoas estão mais conscientes.”

A professora de Ciências, Arlete Maria Guedes Chrispim, que tem cerca de 240 alunos de 5.º, 6.º e 7.º anos, é uma das multiplicadoras da idéia da economia de água e energia. “Sempre trabalhei esses temas com as crianças, mas estamos falando mais nisso”, conta. Ela sugeriu que todos os dias, um estudante fosse o responsável por apagar a luz da sala na hora do intervalo, que dura15 minutos. “São 15 minutos em 14 salas de aula. Imagine a economia…”

Segundo ela, alguns alunos realmente incorporaram a idéia e estão levando isso para casa. “Eles falam que já conversaram com a mãe, que estão controlando o tempo do banho”, afirma. Engajada, Arlete já havia sugerido há alguns anos a colocação de uma película nas janelas das sala de aula (semelhante à que é colocada nos carros) para diminuir o calor e o uso de ventiladores. A idéia surgiu quando ela mesma percebeu que seu carro, com a película nos vidros, ficava mais fresquinho e ela acabava usando menos o ar condicionado.

A economia da EMEF Dr. Miguel Vieira Ferreira também tem o dedo da agente escolar Hilda Maria da Silva Cavaci, de 63 anos. Há 15 anos ela trabalha na escola e é uma das “fiscais” do meio ambiente. “Fico em cima da molecada”, conta, rindo. Foi ela quem descobriu que um ambulante, do lado de fora da escola, havia feito um “gato” e estava puxando energia elétrica da escola. Acabou com a ligação clandestina e continua de olho, para ter certeza que não será refeita. Dona Hilda tem certeza que as coisas estão mesmo mudando na escola. “Todo mundo está colaborando”, garante. “Os alunos melhoraram bastante.”

UNESCO lança livro sobre Água e Paz

Foi lançado no último dia 11 de setembro, na sede de UNESCO, em Paris (França) o livro “Água e Paz para as Pessoas” , escrito pelo Dr. Jan Martin Trondalen abordando as disputas pelos recursos hídricos no Oriente Médio. Presidente da Fundação Compás, em Genebra, Suíça, o Dr. Jon Martin Trondalen tem 15 anos de experiência como facilitador/mediador, e presidiu várias negociações bilaterais e multilaterais na busca de solucionar os conflitos relativos à água no Oriente Médio. Também assessorou governos nacionais e as Nações Unidas em diversas matérias relacionadas com a resolução de disputas relativas ao meio ambiente e aos recursos hídricos; e na formação de diplomatas, técnicos e delegados das Nações Unidas de diversos países.

O ponto de partida da publicação é: a menos que os países envolvidos cooperem, as conseqüências serão devastadoras. A falta suficiente de água potável para as pessoas não só dará lugar a graves sofrimentos humanos, mas também poderá ter graves conseqüências geopolíticas.

Seu livro propõe soluções práticas e objetivas aos conflitos arraigados à água no Oriente Médio. O autor revela e clarifica a complexidade dos conflitos sobre a água, baseando-se em anos de experiência facilitando e presidindo as negociações na região.

A publicação deste livro segue o objetivo do Programa PCCP da UNESCO: facilitar o diálogo interdisciplinar em todos seus níveis com o objetivo de fomentar a paz, a cooperação e o desenvolvimento na gestão dos recursos hídricos compartilhados.

O livro aborda quatro áreas críticas:

– Os Rios Eufrates e Tigre; Nova documentação revela tendências alarmantes;

– Sensibilidade política nas Alturas de Golán; Águas em disputa por parte de Israel e Síria;

– A disputa pelas águas de Hasbani entre Líbano e Israel;

– Os recursos hídricos de longa controvérsia entre os israelenses e os palestinos.

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