
Rio dos Sinos em Caraá.
Foto:Nascentes do Rio dos Sinos. www.caraa.rs.gov.br.
Resgatar o sentido sagrado dos rios e a importância do equilíbrio natural. Esse é o sentido de um ritual que ocorre no próximo domingo (3 de agosto), na cabeceira do Rio dos Sinos, no município de Caraá e marca o início de uma peregrinação que se encerra no dia 12 de outubro, em Porto Alegre (RS). Trata-se da 15ª edição da Romaria das Águas, que no Vale do Sinos terá como tema A Mata Ciliar e a Biodiversidade.
A cerimônia em Caraá vai ocorrer às 11 horas (mesmo com chuva), na ponte sobre o Rio dos Sinos na comunidade do Fraga. Representantes das entidades parceiras, sob a coordenação do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais – InGá, entidade-membro do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – COMITESINOS, deverão retirar uma amostra das águas da nascente do rio e guardá-la em um recipiente de vidro.
No dia 17, outra coleta ocorrerá na cabeceira do Rio Padilha (que também forma o Sinos), em São Francisco de Paula. As águas das duas nascentes serão misturadas no dia 20, em outra cerimônia, dessa vez em Santo Antônio da Patrulha. A partir de então, o frasco com a mistura será objeto de uma peregrinação que terá mais 11 etapas, passando por Taquara, Três Coroas, Igrejinha, Parobé, Sapiranga, Campo Bom, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Estância Velha, Sapucaia, Esteio e Canoas.
A Romaria das Águas se encerra no dia 12 de outubro, na Festa de Nossa Senhora Aparecida, junto à Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Na ocasião, as águas das nascentes do Rio dos Sinos e de outras bacias hidrográficas que formam a Região Hidrográfica do Guaíba serão abençoadas e jogadas no Lago Guaíba. O ato simboliza a união no manancial hídrico para onde todos os rios da região escoam, além do compromisso e esperança em sua recuperação.
A peregrinação pelos rios foi uma iniciativa do irmão marista Antônio Cechin, que trabalhava junto às comunidades da Ilha da Pintada, em Porto Alegre. A idéia nasceu com a procissão fluvial da festa de Nossa Senhora Aparecida de 1994. Na Bacia do Sinos, o envolvimento teve início pelo empenho de organizações não-governamentais (ONGs) ambientalistas, como o Movimento Roessler para Defesa Ambiental e a União Protetora do Ambiente Natural (UPAN). A iniciativa ganhou força com a participação das escolas-pólo de educação ambiental do Projeto Peixe Dourado, mantido pelo Comitesinos e pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Iniciativa, aliás que hoje está tento continuidade no Projeto Dourado (encurtou o nome e agora está formando multiplicadores também para o monitoramento dos rios).
O tema deste ano, A Mata Ciliar e a Biodiversidade, foi o resultado do Projeto de Identificação dos Pontos de Impacto da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – Retirada e Devolução de Água (Monalisa). O Projeto Monalisa (também do Comitesinos e Unisinos) mapeou os impactos ambientais em mais de 2,3 mil quilômetros de córregos, arroios e rios da região. E foi justamente a destruição da mata ciliar um dos maiores problemas apontados nas mais de 8 mil fichas produzidas nas saídas de campo pela região.
Este ano, a coordenação da Romaria das Águas da Bacia do Sinos está a cargo do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá) e do Comitesinos, composto por entidades representativas dos diversos setores da bacia hidrográfica, entre elas o InGá. São parceiros da iniciativa a Associação Trescoroense de Canoagem (Asteca), Movimento Roessler para Defesa Ambiental, UPAN, Projeto Mira Serra e as escolas-pólo e municípios parceiros do Projeto Dourado.
MS promove Encontro sobre Engenharia de Sedimentos

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) promovem de 2 a 8 de novembro de 2008, no auditório do CREA-MS, o VIII Encontro Nacional de Engenharia de Sedimentos – VIII ENES. O evento tem como objetivo principal a promoção de debates sobre os problemas de erosão hídrica e sedimentação, com o intercâmbio de experiências entre técnicos e pesquisadores brasileiros e de outros países.
Entre os objetivos estão a difusão do estado-da-arte do conhecimento científico sobre os processos de erosão e sedimentação, assim como das práticas para a gestão sustentável do solo e da água, com ênfase nos aspectos relacionados aos sedimentos; aumentar a conscientização sobre a importância do estudo dos processos de erosão e sedimentação e dos impactos ambientais, econômicos e sociais decorrentes desses fenômenos. Também vai discutir experiências nacionais e internacionais na área de erosão e sedimentação; e debater os métodos e procedimentos apropriados para gestão dos sedimentos.
Os temas propostos para a apresentação de trabalhos técnicos científicos são os seguintes:
1. Impactos ambientais, sociais e econômicos da erosão e sedimentação.
2.Técnicas em hidrossedimentometria.
3. Dinâmica dos sedimentos em rios, lagos e ambientes estuarinos.
4. Modelagem de processos erosivos e hidrossedimentológicos.
5. Impactos antrópicos na produção de sedimentos.
6. Sedimentos e qualidade da água.
7. Mitigação de problemas erosivos e hidrossedimentológicos.
Estão previstas duas palestras e três mesas redondas. Em todas essas sessões, pelo menos um especialista internacional reconhecido na área será convidado como palestrante. Todos esses convidados também serão encorajados a apresentarem trabalhos técnicos.
Inscrições e demais informações:
www.viiienes.com.br.
Justiça Ambiental
Com o tema A justiça ambiental como um critério de avaliação de políticas públicas, o Prof. Dr. Marcelo Firpo de Souza Porto, da Fiocruz, fará a conferência de encerramento do III Seminário Sulbrasileiro de Saneamento Ambiental.
Considerado um dos principais articuladores do movimento pela justiça ambiental e idealizadores da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, o pesquisador é um dos destaques do programa científico do evento promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-RS), que acontece de 27 a 29 de agosto, no Centro de Eventos do Plaza São Rafael, em Porto Alegre.
Segundo Marcelo, o conceito de justiça ambiental permite pensar de forma integrada o desenvolvimento de ações de prevenção e promoção da saúde. “A mudança de paradigmas nos campos teóricos e operacionais engajados na análise e enfrentamento de problemas de saúde e ambiente também contribui para a renovação do conceito de saúde humana. Este novo conceito de olhar de forma global o ecossistema social, deve também transcender a concepção biomédica, integrando-a á saúde das comunidades e dos ecossistemas”, explica o pesquisador.
O III Seminário Sulbrasileiro traz outras atrações dentro de uma programação atualizada e abrangente sobre os principais temas que cercam a relação saneamento-saúde.
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