Marina Silva vai continuar luta pelo desenvolvimento sustentável no Senado

A senadora Marina Silva (PT-AC) afirmou que volta ao Senado para defender o desenvolvimento sustentável e a política ambiental que pôs em prática no Ministério do Meio Ambiente, do qual pediu demissão na última terça-feira (13). Ela disse que somente um novo pacto político pode superar a estagnação que a política ambiental estava enfrentando por pressões principalmente de alguns governadores de estados afetados pela operação Arco de Fogo.

Depois de ressaltar que estava falando com a imprensa como senadora, disse que pediu demissão para que seu afastamento possa contribuir para o desenvolvimento sustentável, e que é necessário que as conquistas do sejam mantidas. Entre essas conquistas, apontou a resolução do Conselho Monetário Nacional que impede empréstimos e financiamentos dos bancos oficiais a empresas que estejam atuando de forma ilegal.

Marina defendeu a manutenção da resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), de fevereiro deste ano, a qual estabelece que empréstimos na modalidade de crédito rural na Amazônia, seja de bancos públicos ou privados, só serão aprovados com a apresentação de Certificado de Cadastramento de Imóvel Rural e comprovação de respeito à legislação ambiental. As medidas passam a valer a partir de 1º de julho, quando se inicia o plantio da safra 2008/2009.

– Não podemos aceitar que se revogue a resolução do Conselho Monetário Nacional, não podemos aceitar que haja retrocesso sobre as unidades de conservação, que antes eram criadas em áreas remotas e agora estão sendo criadas na frente da expansão predatória, o que ajudou a frear o desmatamento – disse.

Para Marina Silva, em vez de reivindicar a flexibilização da legislação ambiental, deve-se procurar criar gado de forma intensiva e aumentar a produtividade da agricultura por meio de avanços tecnológicos e não pelo desmatamento. A senadora admitiu divergências com o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, sobre esses assuntos e sobre a resolução do Conselho Monetário Nacional, entre outros pontos da política ambiental.

Ela afirmou que o licenciamento de projetos como hidrelétricas, por exemplo, atrasam não por causa da legislação ambiental, e sim quando os estudos de impacto ambiental não são feitos com eficiência.

– Existem muitos empresários, muitas pessoas que estão dando uma significativa contribuição com a eficiência dos seus projetos – declarou.

Trabalho em equipe

Marina Silva admitiu que não foi consultada sobre a indicação do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Roberto Mangabeira Unger, para coordenar o Plano Amazônia Sustentável (PAS), mas disse que não saiu em função desse fato. Ela lembrou que trabalhou com equipes de mais de dez ministros, sempre respeitando a função de cada um.

Sobre as divergências com ministros, Marina lembrou suas disputas com Ciro Gomes, quando ela defendeu a diminuição do volume de água que seria desviado do Rio São Francisco com a transposição. Marina elogiou a capacidade de Ciro Gomes de aceitar pontos de vistas divergentes.

Questionada sobre se sua saída era uma derrota dos ambientalistas, Marina disse que há fatos que fora do contexto podem ser julgados como derrotas, mas que dentro de um processo são contribuições para uma vitória futura.

Fonte: Agência Senado.

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