
Foi lançada no último dia 14/04, em Brasília (DF), a primeira EcoBíblia do mundo, numa iniciativa do Instituto Gênesis 1.28, que conta com o apoio da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). A nova obra servirá de instrumento para a disseminação do programa Igreja Verde, criado pelo instituto com o objetivo de despertar nas igrejas cristãs a importância dos cuidados com o meio ambiente.
A EcoBíblia foi desenvolvida pela SBB dentro do projeto de Bíblias de Afinidade e terá uma tiragem inicial de 3 mil exemplares. Trata-se de uma obra inédita, solicitada pelo Instituto Gênesis 1.28 com o propósito de anunciar as Escrituras Sagradas como instrumento de resgate e preservação social e ambiental. Além do texto bíblico, a EcoBíblia contém recursos como A Carta da Terra e textos sobre Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente, Cidadania e Responsabilidade Social, quatro temas que norteiam o programa Igreja Verde.
“Não temos qualquer pretensão de acrescentar absolutamente nada à Bíblia Sagrada, queremos apenas mostrar e ajudar as pessoas a entenderem sua perfeição, que trata de forma muito clara e explícita da consciência e de nossas responsabilidades sobre a Criação de Deus”, afirma Valter Ravara diretor executivo do Instituto Gênesis.
Segundo Ravara, fala-se muito de meio ambiente nos dias de hoje, mas ainda falta uma ação por parte das igrejas. “Nós, cristãos, temos de nos conscientizar que Deus criou um grande jardim e nos colocou aqui para cuidarmos disto. A Igreja Verde tem a pretensão de levar educação ambiental a partir da teologia bíblica e propor ações, como a criação de um ministério do meio ambiente em cada igreja. E a Bíblia é um instrumento fortíssimo nesta empreitada”.
Para o secretário de Comunicação e Ação Social da SBB, Erní Seibert, a Bíblia Sagrada estimula o ser humano a praticar “a esperança de um futuro melhor na vida que estamos vivendo”. “Ler a Bíblia sob esses olhos é um exercício desafiador que nos desperta para novas práticas, de responsabilidade com o próximo, com o mundo em que vivemos e de paz com Deus”, diz Seibert.
Outro diferencial desta obra inédita é a conformidade ambiental de sua produção. “Além de o miolo ser produzido de forma ambientalmente correta, com papel certificado, a encadernação brochura leva laminação fosca biodegradável e o encarte é impresso em papel reciclado no processo Aquacolor”, destaca o secretário da SBB.
A EcoBíblia tem texto bíblico na Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), uma tradução com estrutura gramatical e linguagem mais próxima da falada pelo brasileiro, que se mantém fiel aos originais bíblicos.
Características
Formato: 13,5 x 21,0 cm / Número de páginas: 873 / Encadernação: Brochura laminação fosca biodegradável / Encarte impresso em papel reciclado no processo Aquacolor / Miolo impresso em conformidade ambiental / Capa: Exclusiva.
Equilíbrio natural
Agência FAPESP
Poluição verde? As florestas tropicais liberam enormes quantidades de hidrocarbonetos e outros compostos orgânicos voláteis, que têm papel importante para atrair insetos polinizadores e repelir herbívoros. Entretanto, esses compostos são os mesmos que dominam as emissões globais de gases danosos à camada de ozônio.
O segundo fato foi suficiente para levar pesquisadores a apontar uma possível influência negativa das florestas no aquecimento global. Alguns modelos indicaram que as emissões de isopreno – principal composto volátil emitido pelas florestas – poderiam se sobrepor à capacidade dos oxidantes atmosféricos de remover gases estufa, como o metano, ou tóxicos, como o monóxido de carbono.
Um novo estudo, publicado na edição desta quinta-feira (10/4) da revista Nature, aponta o contrário. Feito por pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, o trabalho destaca que a quantidade de isopreno emitida pelos ecossistemas terrestres em atmosferas não poluídas causa muito menos danos do que se imaginava.
Os cientistas sobrevoaram por diversas vezes a Floresta Amazônica, sobre o Suriname e as Guianas, para medir as emissões. Valores também foram obtidos sobre o Oceano Atlântico.
“Os dados revelaram, inesperadamente, concentrações elevadas de radicais hidroxila [formados pela quebra do ozônio pela radiação ultravioleta]. Acreditamos que a oxidação natural dos compostos orgânicos voláteis, principalmente do isopreno, recicla os radicais hidroxila eficientemente em óxidos de nitrogênio por meio de reações de peróxidos orgânicos”, destacaram.
Se as quantidades de emissões de hidrocarbonos e compostos orgânicos voláteis fossem realmente prejudiciais, segundo os autores, as concentrações de radicais hidroxila deveriam ser menores, uma vez que elas estariam sendo destruídas por meio da reação com as emissões voláteis.
Segundo os cientistas alemães, a oxidação natural dos compostos biogênicos da floresta faz com que os radicais sejam reciclados. “Embora sejam necessários mais estudos laboratoriais para explorar em mais detalhes os mecanismos químicos responsáveis para a reciclagem dos radicais hidroxila, nossos resultados demonstram que a biosfera mantém um equilíbrio notável com o ambiente atmosférico”, afirmaram.
O artigo Atmospheric oxidation capacity sustained by a tropical forest, de Jos Lelieveld e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
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