As famílias de baixa renda de Guaraqueçaba terão a ligação de esgoto subsidiada. O prefeito Raid Said Zahoui e os diretores da Sanepar assinaram convênio que prevê que a companhia fornecerá o material necessário para a execução da ligação de esgoto intradomiciliar. A prefeitura custeará a mão-de-obra. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 79.115,00 e os beneficiados com a parceria serão as mais de 300 famílias carentes do município. Todas as famílias serão cadastradas na tarifa social da Sanepar e pagarão apenas R$ 7,50 mensais para receber água tratada e ter o esgoto coletado e tratado.
Com o convênio, as ações do Comitê Gestor Integrado, instituído na semana passada, serão agilizadas. O Comitê vai desenvolver atividades para impulsionar cultivos marinhos no município e, assim, incrementar a renda das famílias carentes. A responsabilidade da Sanepar, agora, é dar andamento ao processo de regularização das ligações de esgoto e conscientizar a população para atuar de modo a garantir a recuperação e conservação ambiental. Com a água do mar livre da poluição do esgoto doméstico, a produção de ostras e mariscos terá garantia de qualidade.
Na sede do município, 100% dos imóveis são atendidos com rede coletora de esgoto. Porém, em muitos casos, os moradores resistem em regularizar a ligação. O mesmo acontece com o abastecimento de água. Segundo a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, os moradores que ainda não se ligaram à rede de água e de esgoto, além de proporcionar riscos à saúde pública, podem comprometer o projeto, que vai garantir emprego e renda para as famílias do continente e de cerca de 15 ilhas.
Para o prefeito Zahoui, com o convênio o município vai ganhar com a preservação ambiental, na geração de renda e com o turismo. “Sem o trabalho técnico da Sanepar e dos órgãos que compõem o Comitê, não tem como levar o desenvolvimento para a população de Guaraqueçaba”, comentou.
Maria Arlete Rosa declarou que em Guaraqueçaba, a exemplo do que é feito em Matinhos e Guaratuba, onde está implantado o serviço de coleta e tratamento por bacias hidrográficas, serão intensificadas as atividades do programa Se Ligue na Rede. Todos os imóveis serão vistoriados para verificar se a ligação do esgoto foi feita corretamente à rede coletora implantada pela Sanepar. A estação de tratamento já está em operação.
“Com o apoio da Vigilância Sanitária, da Força Verde, do Ministério Público e do Poder Judiciário, vamos aplicar o conceito amplo de educação em saneamento e ações ambientais, inclusive no meio rural, para garantir saúde e renda para a população fixa do município”, disse.
Fonte: Sema/PR.
Seminário sobre Gestão sustentável nos municípios
Com 500 inscritos, as vagas para participar do Seminário Nacional Gestão Sustentável nos Municípios, que será realizado em Porto Alegre, entre os dias 26 e 28 de março, estão todas preenchidas. O local do evento, inclusive, foi trocado para o teatro do prédio 40 da PUCRS a fim de comportar mais participantes.
Lançado durante a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento das Cidades, em 13 de fevereiro, o evento reúne representantes de prefeituras e diversas outras instituições de todo o país para a troca de informações e experiências e busca de soluções para os mais variados problemas ambientais enfrentados pelos gestores locais.
O seminário é uma promoção da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre e da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma) e conta com o apoio da Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs).
“Será um importante espaço para o debate de temas atuais, como o papel dos municípios no aquecimento global, o gerenciamento adequado de resíduos sólidos, construção sustentável e manutenção de áreas verdes”, destaca o secretário da Smam e coordenador do seminário, Beto Moesch.
Interessados em participar do evento podem entrar em contato pelo telefone (51) 3737-7139, para lista de espera.
Edificações recicladas
Agência FAPESP
Um projeto multidisciplinar desenvolvido na Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP) deu origem a um método inovador para a produção de areia e rochas britadas de alto desempenho mecânico.
Os produtos foram extraídos do entulho produzido na construção civil que, normalmente, ou é reciclado por usinas para gerar produtos de baixo valor agregado ou vai parar em aterros sem qualquer tipo de reúso.
Segundo os coordenadores do estudo que gerou a inovação, Vanderley John, professor do departamento de Engenharia de Construção Civil, e Carina Ulsen, pesquisadora do Laboratório de Caracterização Tecnológica, a melhor destinação da areia e da brita geradas pelo processo é o uso em concreto estrutural para construção de casas e edifícios, com exceção da aplicação em pontes.
“A areia e a brita desenvolvidas pelo estudo podem ser utilizadas em construções que necessitam de um desempenho mecânico maior que 25 megapascais – o índice mínimo de resistência do concreto estrutural exigido pelas normas técnicas”, disse Carina Ulsen à Agência FAPESP.
Para o beneficiamento do entulho, os resíduos foram separados de acordo com características físicas e químicas. A validação do método foi realizada com diferentes tipos de resíduos, cujas amostras foram coletadas em aterros de São Paulo, Rio de Janeiro, Macaé (RJ) e Maceió (AL).
A pesquisadora garante que a areia e a brita geradas pelo estudo têm características superiores ao agregado reciclado, atualmente empregado na pavimentação de ruas e estradas, que é produzido por usinas de reciclagem no país.
“Com o novo processo, temos condições de beneficiar tanto as sobras da construção civil como os blocos de demolição, apontando, em porcentagens, a quantidade do produto final, que é de baixa porosidade e poderá ser utilizado para a produção de concreto estrutural”, disse.
Segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), são gerados cerca de 70 milhões de toneladas por ano de resíduos da construção civil e da demolição. “Estima-se que menos de 20% desse volume seja hoje reciclado”, disse Carina.
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