Giovani Toledo
As discussões em torno das questões ambientais têm se mostrado bastante oportunas e chamado a atenção da sociedade para problemas importantes que já afetam ou atingirão a todos. Mais do que temas para debates, os assuntos ligados à ecologia são parte do nosso cotidiano. A utilização correta dos recursos hídricos, bem como o tratamento de esgoto sanitário e o reaproveitamento de água – seja em residências ou indústrias – são vitais para a sobrevivência humana.
Alguns números expõem a realidade a que estamos sujeitos. Segundo estimativas, somente no Estado de São Paulo, cerca de 70% da poluição das águas são de origem doméstica e 30% industrial. Vale lembrar que menos de 1% da água doce do planeta está disponível para consumo.
No Brasil, aproximadamente, 40 milhões de pessoas não têm acesso à água, o que influi diretamente na saúde da população: todos os dias, sete crianças com menos de cinco anos morrem devido à diarréia e 70% das internações em hospitais se devem a doenças causadas pela má qualidade da água. Atualmente, o governo brasileiro direciona em torno de R$ 300 milhões anuais ao tratamento de doenças ligadas à falta de higiene.
E ainda mais. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada em 2006, demonstram que apenas 48,5% dos domicílios dispõem de esgotamento sanitário através de rede coletora e 22,1% utilizam fossa séptica; os 29,4% restantes não contam com esse tipo de serviço. Ou seja, mais da metade do país não possui rede de água, tampouco tratamento de esgoto.
Por conta deste quadro, está prevista a ampliação da rede de tratamento de esgoto para mais 7,3 milhões de domicílios, com investimentos de R$ 40 bilhões em saneamento até 2010. Hoje, cerca de 80% do esgoto são despejados em lagos, rios, mares e mananciais sem receber nenhum tipo de tratamento.
Esses dados refletem a necessidade de atuação mais efetiva no que se refere aos recursos hídricos, em termos de investimentos, políticas de planejamento e atuação, educação, ações estas realizadas pelo poder público e também pela iniciativa privada. Isto porque, além de uma questão de saúde, os cuidados ambientais afetam também a economia de Estados e empresas. Nos âmbitos residencial, comercial e industrial, o desenvolvimento de práticas e sistemas específicos de tratamento de esgoto sanitário podem significar economias substanciais com processos produtivos e utilização do recurso.
Com a Lei do Saneamento Básico (11.445/2007) e a determinação, pela Organizações das Nações Unidas (ONU), de 2008 como Ano Internacional do Saneamento, o Brasil tem a possibilidade de aumentar o número de domicílios atendidos com tratamento de esgoto, melhorando assim as condições básicas de vida da população e reduzindo os gastos com saúde, e ainda reduzir ou eliminar o lançamento de dejetos industriais em rios e mananciais.
Tecnologia à disposição
Empresas do setor oferecem soluções eficientes para o tratamento de esgotos de forma adequada a diferentes necessidades.
Cada sistema baseia-se no dimensionamento personalizado, nos quais se consideram a origem e o destino do esgoto gerado e sua vazão diária; a área de implantação e local de acesso; o perfil hidráulico da rede de esgoto, entre outros fatores, o que permite alcançar a melhor relação custo-benefício nos aspectos sócio-ambientais e econômicos.
É papel também do setor produtivo promover o desenvolvimento e o bem-estar das pessoas, do setor econômico e do meio ambiente de forma sustentável e responsável.
Autor
Giovani Toledo é Gestor de Unidade de Negócios da Mizumo – divisão de negócios do Grupo Jacto, especializada em sistemas compactos de tratamento de esgoto sanitário.
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