
República Dominicana – Por ter maior responsabilidade no aquecimento global do planeta e uma maior “dívida ecológica”, os países industrializados devem aportar os maiores recursos para remediar os efeitos das mudanças climáticas, opinou um funcionário do governo cubano.
Orlando Rey, diretor de Meio Ambiente do Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba, apresentou um resumo do informe “Mudanças climáticas no Caribe e o Desafio da Adaptação”, apresentado na XVI Região do Fórum de Ministros da América Latina e Caribe, organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Secretaria de Meio Ambiente, que se realiza em Santo Domingo, com a participação de ministros e representantes de 33 países. Rey assegurou que para se referir à responsabilidade das grandes nações, surgiram os termos “dívida ecológica” e “pegada ecológica”.
O funcionário cubano lembrou que os que devem assumir os compromissos de Quioto são, precisamente, essas nações. “Esse é um principio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, que quer dizer que o problema é de todos, mas os países mais desenvolvidos são os mais responsáveis porque foram os que mais contribuíram para isto”, argumentou.
Disse que os países industrializados têm mais capacidade para remediar a situação porque são os que têm a tecnologia e os meios.
Em sua opinião, as nações pequenas são, antes de tudo, vítimas dos efeitos das mudanças climáticas. “Nós (os países pequenos) temos que desenvolver-nos, necessitamos crescer, na indústria, necessitamos mais desenvolvimento, e o desenvolvimento gera emissões”.
Afirmou que para lograr uma melhoria no século XXI é preciso trabalhar na adaptação às novas condições. “Temos que cuidar disso nos novos assentamentos urbanos nas casas, no uso dos recursos naturais, cuidar e conservar nossos bosques, que são sumidouros desses gases e, portanto, ajudam também a equilibrar o clima”. Insistiu que mudanças climáticas têm que ver com todos os recursos naturais, e também com a economia.
Mais recursos para a adaptação
Representantes da sociedade civil pediram aos ministros de Meio Ambiente da América Latina e Caribe que incluam nos orçamento nacionais de seus países recursos para financiar as ações para enfrentar asmudanças climáticas. Sandro Chávez, representante da região Andina da Sociedad Civil de América Latina, participou de uma coletiva por ocasião da XVI Reunião do Fórum de Ministros de Meio Ambiente da América Latina e Caribe, acompanhado de Carlos Gómez (México), presidente da sociedad, Cecilia Iglesias (Argentina), representante do Cone Sul e Adriana Valenzuela, da Colômbia.
“O tema do financiamento das mudanças climáticas tem que ver com o redesenho de nossos orçamento nacionais”, disse Chávez argumentando que com os reduzidos orçamentos de que dispõem os países da região não poderão enfrentar com êxito os desafios da mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. “Tem que haver também decisões em nossos governos locais e regionais para que nos projetos novos se incorpore o tema ambiental”.
O mexicano Carlos Gómez advertiu que enquanto o tema ambiental não estiver presente de maneira transversal nas decisões dos governos, os recursos serão menores. “Temos que subir à agenda de cada nação, de maneira prioritária, os temas transcendentes ambientais, mas de uma maneira transversal, porque se o Ministério de Meio ambiente não está apoiado pelo Ministério da Fazenda que gerencia os instrumentos econômicos, não está trabalhando de maneira transversal com o Ministério da Economia para desenvolver projetos produtivos de baixo impacto ambiental, se não está associado ao Ministério da Educação que gera programas de educação ambiental, então os recursos vão ser muito menores”.
Leave a Reply