Daniel Drosdoff (*)
A cidade colonial de Flores tem uma localização estratégica como centro turístico. Fica próxima dos sítios de antigas ruínas maias, uma importante atração nacional e internacional, e é cercada de florestas tropicais no departamento de Petén, a área menos povoada da Guatemala.
As empresas estão percebendo que muitos dos turistas da região não se interessam apenas por locais históricos, alojamentos e boa comida, mas também por passeios pelas trilhas naturais. Eles têm uma preocupação acima da média com o meio ambiente. Isso significa que podem se sentir inclinados a fazer mais negócios com empresas que exibam a chancela “Green Deal”.
A certificação “Green Deal” concedida a uma empresa informa aos clientes que aquele hotel, restaurante ou agência de turismo adotou medidas não só para melhorar seus serviços, mas também para proteger o meio ambiente, economizar energia e adequar-se aos padrões de saúde e saneamento. Os padrões Green Deal são monitorados pela Rainforest Alliance, uma organização internacional bem financiada com sede em Nova York. O certificado, conferido com base em inspeções feitas no local, é administrado na Guatemala pela Asociación Alianza Verde. Os nomes das empresas que obtiveram o Green Deal são postados na internet.
Para Benedicto Grijalva, proprietário do restaurante Capitán Tortuga e da agência de viagens Marstam, em Flores, possuir a prestigiosa certificação “Green Deal” é um bom negócio. Além de promover metas ambientais, é também “uma boa ferramenta de marketing”, diz ele, especialmente relevante para os passeios ecológicos organizados por sua agência de turismo, cujos serviços especializados atraem turistas sensíveis a questões ambientais. Ele comenta também que as medidas de economia de energia e de saneamento associadas ao certificado – como preservação de energia e água – melhoram a qualidade e a eficiência de suas operações comerciais.
A certificação Green Deal é um dos serviços promovidos por uma associação de 55 empresas de turismo de Petén conhecida como Centro Empresarial de Turismo. Os empresários pagam uma tarifa mensal de 75 quetzals (US$10) e, em troca, têm acesso a seminários de capacitação, um centro de informações, orientações padronizadas sobre qualidade e preços e outras ferramentas de marketing e negócios.
Grijalva comenta que um seminário recente sobre como lidar com a nova legislação tributária guatemalteca, que era difícil de entender, foi particularmente útil para as empresas de turismo.
Esse centro em Flores é uma das três redes de turismo para micro e pequenas empresas que foram estabelecidas por uma organização privada chamada Fundação para o Desenvolvimento da Guatemala (FUNDESA). O programa de redes teve o apoio de uma concessão de US$400.000 do Fundo Multilateral de Investimentos do BID. Empresas guatemaltecas e a Confederação de Empresários de Andaluzia, bem como o governo da região autônoma da Andaluzia, na Espanha, estão entre os financiadores de projetos da FUNDESA.
O gerente-geral da FUNDESA, Juan Carlos Zapata, diz que uma das metas do programa de desenvolvimento do turismo é elevar os padrões de serviço e qualidade de pequenos hotéis com quatro a cinco quartos e pequenos restaurantes com 40 a 60 mesas. Os centros empresariais ganham eficiência por meio de aglomerados de atividades e de melhorias em diferentes tipos de atividades de apoio, conhecidas como “cadeia de valor”. O programa é “um exemplo de empresas grandes dando apoio a empresas menores”, diz Zapata.
As atividades de capacitação oferecidas pelo programa do centro empresarial variam de um seminário de três dias sobre serviços aos clientes a um curso de três meses de inglês básico. Outros cursos abordam marketing, administração de uma empresa de turismo, organização e administração de serviços de hotelaria, gestão financeira, administração de restaurantes, trabalho em equipe e uso da internet.
Uma avaliação do programa contratada pelo Fundo Multilateral de Investimentos concluiu que o projeto havia contribuído significativamente para melhorar os serviços das empresas de turismo participantes. Segundo essa avaliação, os empresários sentiam que as atividades dos centros haviam melhorado a imagem nacional e internacional do turismo na Guatemala e ampliado a consciência da necessidade de cooperação entre as empresas, objetivando atingir padrões mais elevados.
(*) Reportagem publicada no BIDAmérica:
www.iadb.org/idbamerica.
MG faz campanha pelo uso legal da água
Em agosto de 2007 foi lançada pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) a Campanha de Regularização do Uso dos Recursos Hídricos em Minas, ‘Água: Faça o uso legal’. Uma iniciativa pioneira que tem como objetivo incentivar a regularização dos usuários atuando de forma preventiva, além de incentivar o uso racional e evitar o desperdício, a partir de proposições de políticas de gestão da água. O Registro de Uso da Água foi instituído como instrumento de regularização por meio da Portaria Igam nº 30/2007.
De setembro a dezembro foram percorridos 47 municípios para divulgação da Campanha. Além das reuniões previstas foram feitas palestras sobre a Campanha em oito reuniões dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente Regionais (Copams) e ainda em oito reuniões de Comitês de Bacia.
Já foram realizados mais de 31 mil registros. Desses, quase 3.000 foram realizados nas unidades do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) e junto aos parceiros.
Oficialmente foram assinados sete termos de parceria, mas, muitos municípios e sindicatos se disponibilizaram para ajudar na divulgação e realização do registro de uso da água.
O Igam continuará a receber os registros até julho de 2008. A partir desta data os usuários registrados serão convocados para a regularização formal, com a emissão da outorga ou certificado de uso insignificante.
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