Vera Damian – especial para a EcoAgência de Noticias.
Porto Alegre, RS – A afirmação de que mesmo adotando hoje medidas drásticas o planeta não vai deixar de sofrer as conseqüências no clima, geradas pelas emissões dos últimos 100 anos é menos uma previsão e mais uma constatação de Rafael Fonseca, do Instituto de Conservação Internacional. Até porque ele é bastante comedido em qualquer tipo de previsão, num reconhecimento de que os modelos tecnológicos que projetam o futuro do clima são ainda bastante imprecisos.
Mas mesmo nas perspectivas mais modestas, os cientistas não têm dúvida quanto ao futuro de alguns biomas. O Cerrado, considerado o maior do Brasil, com 2 milhões de quilômetros quadrados e 4% da água doce do mundo, será fortemente impactado e reduzido de tamanho (hoje já tem menos de 46% da área original).
O bioma Amazônico poderá sofrer um processo de savanização (e não se transformar em cerrado como alguns apregoam) a Caatinga deverá se tornar ainda mais árida, o Pantanal sofrerá mudanças hídricas e o Pampa poderá ter sua área reduzida.
Rafael Fonseca foi o palestrante da oficina “Impactos do aquecimento global nos biomas brasileiros”, no II Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental realizado em Porto Alegre – RS. “Clima é um sistema dinâmico. Mudanças de clima sempre ocorreram. A diferença é a velocidade com que estão ocorrendo hoje”, alerta o especialista e recomenda: “planejar para mitigar os problemas hoje é mais eficiente do que tentar bloquear seus efeitos, porque eles virão ainda que as emissões sejam contidas a curto prazo”.
Como financiar o jornalismo ambiental

Foto: Luiz Abreu – Ecoagência.
Marcondes: independência das mídias é fundamental.
O financiamento das mídias ambientais foi um dos temas debatidos no 2o. Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, realizado de 10 a 12 de outubro, em Porto Alegre (RS). Com a participação dos jornalistas Adalberto Marcondes e Vilmar Berna o painel analisou as dificuldades de obtenção de recursos e até mesmo inserçoes publicitárias de grandes empresas para a mídia dedicada exclusivamente a temas ambientais.
Questionados sobre a dicotomia entre os textos jornalísticos que defendem a preservação ambiental e a publicação de anúncios de empresas reconhecidas por passivos ambientais Marcondes, que é editor da Agência Envolverde, não vê incompatibilidade entre essas duas condutas. “Publicar um anúncio de uma empresa com um histórico de agressão ambiental não significa um aval da publicação a essa conduta”, disse Marcondes.
Ele ressaltou que jamais o recebimento de um patrocínio deve ter interferência na autonomia do veículo seja na escolha do tema que vai publicar ou a abordagem escolhida. E garantiu que as grandes empresas respeitam e entendem a necessidade de que essa independência seja mantida para garantir a credibilidade da publicação.
Berna, por sua vez, sugeriu que uma medida que garantiria a sustentabilidade das mídias ambientais seria a destinação de 5% do total gasto pelos governos em publicidade para inserções nos veículos que se dedicam a disseminar informações sobre meio ambiente e que desempenham um papel relevante no escalrecimento e conscientização da população.
Evento debate comodities ambientais

O II Evento Brasileiro de Créditos Ambientais, será realizado nos dias 08 e 09 de novembro de 2007, em Florianópolis/SC, e terá sede no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, onde reunirá experts em créditos de carbono e demais Comodities Ambientais non-CO², om o objetivo de demonstrar às empresas de diversos ramos de atuação, várias soluções para os problemas ambientais e transformando-os em projetos de sustentabilidade e benefício financeiro.
As comodities sócio-ambientais são provenientes de soluções ambientais propostas para os 91elementos poluentes relevantes e para alternativas ambientalmente corretas como projetos de energia renovável, redução energética, cogeração de energia, sistemas de saneamento com mitigação de elementos poluentes, sistemas florestais, biodiesel, ferramentas de análise socioambientais, metodologias carbono zero e comercialização de certificados do Protocolo de Quioto.
O evento é realizado pela MAR Assessoria Ambiental e Internacional, empresa brasileira,especializada em economia ambiental, MDL e Esquemas de Negociações Ambientais e Plataformas Independentes de Transações.
Outras informações e inscrições podem ser obtidas no site do evento, www.creditosambientais.com.br.
Al Gore e IPCC ganham Nobel da Paz
O Comitê norueguês do Prêmio Nobel da Paz anunciou nesta sexta-feira (12) os ganhadores deste ano. O Prêmio será compartilhado em duas porções iguais entre o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC e o político Albert Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e autor do documentário “Uma Verdade Inconveniente”.
A premiação foi justificada, no caso de Al Gore a seus esforços para disseminar informações sobre as mudanças climáticas, viabilizando ações que contribuirão para a neutralização destas mudanças.
Com os relatórios científicos emitidos pelo IPCC já há duas décadas, foi formado um consenso de que as atividades humanas estão contribuindo para as mudanças climáticas.
“Concedendo o prêmio da paz de Nobel para 2007 ao IPCC e a Al Gore, o comitê de Nobel procura contribuir para que os processos e decisões no sentido de proteger o clima e reduzir a ameaça à segurança da humanidade sejam tomadas com maior rapidez. A ação é necessária agora, antes que a mudança do clima se mova além controle do homem, finalizou a nota expedida em Oslo.
Fonte: Ecoagência.
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