
Agência FAPESP
Em matéria publicada na edição desta quinta-feira (27/09) da revista Nature, o cientista e ambientalista James Lovelock propõe uma ação radical para estimular a capacidade de a Terra curar a si mesma, como um tratamento de emergência para o que chama de “patologia do aquecimento global”.
O texto foi publicado em co-autoria com Chris Rapley, do Museu de Ciência de Londres. Lovelock, da Universidade de Oxford, é o criador da hipótese de Gaia, sugerida para explicar o comportamento sistêmico do planeta Terra, encarado como um grande organismo.
Os dois propõem que sejam instalados nos oceanos tubos que, com o movimento das ondas, bombeariam para a superfície a água que está entre 100 metros e 200 metros de profundidade. Segundo eles, a mistura de águas ricas em nutrientes sob a termoclina – região onde há um decréscimo brusco de temperatura da água – com a água relativamente estéril da superfície estimularia o crescimento das algas.
“A água bombeada fertilizaria as algas na superfíce e estimularia seu desenvolvimento. Isso diminuiria o dióxido de carbono e produziria dimetil sulfito, o precursor dos núcleos que formam nuvens refletoras de luz solar”, diz o artigo.
Os canos teriam cerca de 10 metros de diâmetro, com uma válvula unilateral na parte de baixo, permitindo que o movimento das ondas produza o bombeamento.
De acordo com os cientistas, processos naturais que normalmente serviriam para regular o clima estão sendo levados a acirrar o aquecimento global. “É duvidoso que qualquer técnica, ou esquema social bem intencionado, de redução das emissões de carbono possa restaurar o status quo”, sugerem.
O radicalismo da proposta é justificado pelos cientistas pela emergência da situação. “Precisamos de uma cura fundamental para a patologia do aquecimento global. Esse tratamento de emergência poderia estimular a capacidade que o planeta tem de curar a si mesmo”, afirmam.
“Os oceanos, que cobrem mais de 70% da superfície terrestre, são um lugar promissor para buscar uma influência reguladora”, destacam. Os autores admitem que a estratégia pode falhar tanto em termos de engenharia como em termos econômicos. E o impacto na acidificação do oceano precisa ser levado em conta.
“Mas as apostas são tão altas que colocamos em prática o conceito geral de utilizar a própria energia do sistema terrestre para melhorá-lo. A remoção de 500 bilhões de toneladas de dióxido de carbono do ar por ação humana está além da nossa atual capacidade tecnológica. Se não podemos curar o planeta, talvez possamos ajudá-lo a se curar sozinho”, sugerem.
O artigo Helping the Earth to cure itself via the oceans, de James Lovelock e Chris Rapley, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
Evento discute créditos ambientais
O II Evento Brasileiro de Créditos Ambientais será realizado nos dias 08 e 09 de novembro de 2007, em Florianópolis/SC, e terá sede no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, onde reunirá experts em Créditos de Carbono e demais Commodities Ambientais non-CO². O objetivo é demonstrar às empresas de diversos ramos de atuação, várias soluções para os problemas ambientais e transformando-os em projetos de sustentabilidade e benefício financeiro.
As commodities sócio-ambientais são provenientes de soluções ambientais propostas para os 91 (noventa e um) elementos poluentes relevantes e para alternativas ambientalmente corretas como projetos de energia renovável, redução energética, cogeração de energia, sistemas de saneamento com mitigação de elementos poluentes, sistemas florestais, biodiesel, ferramentas de análise socioambientais, metodologias carbono zero e comercialização de certificados do Protocolo de Quioto.
Instituições como MME, MCT/FINEP, CETESB, ESALQ/USP, Petrobras, UBEM, ETS/ITL, Saneatins e MAR, disponibilizaram profissionais especializados para compor o quadro de ppalestras, dentre os quais, há profissionais técnicos que também compõem a comissão do Executive Board da ONU no Brasil.
Será também ministrado o urso “Créditos Ambientais: da elaboração e concepção do MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo à negociação de créditos de carbono, créditos non-CO² e portfólio ambiental”.
Paralelamente ao evento, acontecerá uma mostra sócio-ambiental de produtos e serviços ligados ao meio ambiente. O evento é realizado pela MAR Assessoria Ambiental e Internacional, especializada em economia ambiental, MDL e esquemas de Negociações Ambientais e Plataformas Independentes de transações.
Outras informações e inscrições podem ser obtidas no site do evento: www.creditosambientais.com.br.
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