
O ‘Guinness World Records’, edição 2008, que a Ediouro coloca nas livrarias em outubro, traz em destaque inúmeros recordes na área do Meio Ambiente. Entre as boas notícias, estão diversas iniciativas para diminuir o aquecimento global.
Em 2 de fevereiro de 2007, o governo australiano anunciou que até 2009 o país não usará mais lâmpadas de luz incandescente, a fim de reduzir em cerca de 800 mil toneladas a emissão de gases de efeito-estufa.
Outro recorde é o do ‘maior prêmio ambiental’ já instituído até hoje para salvar o Planeta. Em fevereiro deste ano, o britânico Richard Branson anunciou a criação do “Earth Challenge”, o “Desafio da Terra”, que dará um prêmio de US$ 25 milhões para o indivíduo ou grupo que fornecer a melhor solução para a remoção do dióxido de carbono da atmosfera terrestre. Os inscritos devem projetar um sistema que livre a atmosfera de, no mínimo, um bilhão de toneladas de dióxido de carbono, todos os anos, por uma década. A data limite de inscrição no “Earth Challenge” é 8 de fevereiro de 2010.
A nova edição do “Livro dos Recordes” também registra o melhor e o pior desempenho ambiental, segundo pesquisas do Índice de Desempenho Ambiental, apresentado em 2006 no Fórum Econômico Mundial, por cientistas das universidades americanas de Yale e Columbia. Dos 133 países pesquisados, aquele com melhor desempenho ambiental é a Nova Zelândia. Em segundo vem a Suécia e em terceiro, a Finlândia. O país com pior desempenho ambiental é a Nigéria, na África.
O Guinness 2008 também destaca tristes recordes. Os maiores níveis de dióxido de carbono na atmosfera (grande causador do efeito estufa) foram registrados em 2004 – 377,1 partes por milhão. Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, isso significa um aumento de 35% na quantidade de CO² na atmosfera desde a era pré-industrial do século XVIII.
Enquanto isso, os Estados Unidos continuam sendo o maior produtor de dióxido de carbono. Em 2004, o país emitiu quase 6 bilhões de toneladas de gás carbônico, como resultado do consumo e da queima de combustíveis fósseis. A China vem em segundo lugar, com 4,7 bilhões de toneladas, e a Rússia, em terceiro, com 1,7 bilhão de toneladas.
O Brasil é lembrado por causa do desmatamento. Dos 44 países que, juntos, detêm 90% das florestas do mundo, a Indonésia possui a taxa anual de desmatamento mais alta: 1,8 milhão de hectares foi desmatado anualmente, de 2000 a 2005, o equivalente a 2% das florestas do país por ano. Mas o maior desmatamento já registrado ocorreu no Brasil, que possui 14% das florestas do mundo. Nada menos que 2.309.000 hectares de floresta tropical foram desmatados entre 1990 e 2000. Só em 2004, segundo o Guinness, os fazendeiros, produtores de soja e madeireiros brasileiros acabaram com 26.127 km² de floresta tropical.
Pesquisa mostra sustentabilidade na construção
Um balanço das práticas de sustentabilidade utilizadas em projetos de construção, na América Latina, foi organizado por Vanderley M. John e Diana Csillag, docente e mestranda da Escola Politécnica da USP, respectivamente. Os autores da pesquisa adotaram como objeto de estudo os trabalhos inscritos na primeira edição do Holcim Awards – premiação mundial promovida pela Holcim Foundation for Sustainable Construction com o objetivo de reconhecer projetos de construção sustentável que reúnam inovação, eficiência e visão de futuro para o este segmento.
Os pesquisadores da USP analisaram 233 projetos latino-americanos que se inscreveram na premiação. A base da análise estatística considerou como principal critério as três dimensões que compõem a construção sustentável: o desenvolvimento social, a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico.
Pesquisa mostra sustentabilidade na construção II
A análise geral constatou que, na América Latina, o conceito de sustentabilidade é tratado predominantemente pela dimensão ambiental com participação em 87% dos projetos. Já as dimensões econômica e social foram encontradas em apenas 64% e 54% dos projetos, respectivamente. Entre os países, o México e o Brasil são os que apresentam maior predominância de projetos contemplando de forma mais equilibrada o tripé da sustentabilidade. O Brasil aparece com 88% de esforços ambientais, 65% econômicos e 59% sociais, enquanto o México aparece com 85% de esforços ambientais, 67% sociais e 51% econômicos.
Para John e Csillag, a insistência em apoiar o conceito de sustentabilidade apenas no quesito ambiental mostra que há uma falta de conhecimento sobre este tema entre os profissionais da construção da América Latina.
Além de dar menor importância aos aspectos sociais e econômicos, a sustentabilidade está concentrada na fase de concepção dos projetos, deixando de lado o ciclo de vida da edificação.
A pesquisa ainda observou que há falta de preocupação e compreensão do ciclo de vida de um projeto por parte dos profissionais latino-americanos; pois a maior porcentagem de ações para sustentabilidade está ligada às etapas iniciais do projeto, como energia (60%), materiais (57%) e água (43%). Redução de perdas, durabilidade, gestão de resíduos e impacto do canteiro de obras são menos considerados pelos projetistas.
Entre os projetos brasileiros, os pesquisadores encontraram dentro da dimensão social a predominância da ação integração entre os agentes envolvidos, com 41%. Já na dimensão ambiental a predominância foi no aspecto energia com presença em 60% dos projetos. Na dimensão econômica a ação predominante é a viabilidade econômica presente em 57% dos projetos.
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