
Elevação do nível do mar, desertificação de diferentes áreas nos cinco continentes, furacões mais intensos, derretimento de geleiras, enchentes e secas cada vez mais intensas, aumento da temperatura média do planeta, risco de extinção de diferentes espécies animais e vegetais, perspectiva de falta de alimentos e escassez de água – eis alguns dos efeitos das mudanças climáticas que cada vez mais têm mobilizado cientistas, ambientalistas, governos e organizações não-governamentais e atraído a atenção da imprensa.
Contudo, há realmente um fundo de verdade nas projeções sobre os efeitos da mudança no clima ou em determinados casos a imprensa atua com sensacionalismo na cobertura do tema? Em que medida a imprensa pode melhorar a abordagem que faz do tema?
Para discutir essas e outras questões – como o perfil da cobertura da mídia sobre o tema e como tornar a linguagem e os conceitos científicos mais atraentes e acessíveis ao público geral – a Fiocruz promove no dia 21 de setembro o workshop Mudanças climáticas: como cobrir e divulgar o assunto? O encontro contará com a participação de cientistas e jornalistas com destaque no cenário nacional e internacional na área de mudanças climáticas.
“O objetivo do workshop é oferecer informações confiáveis e dicas práticas a jornalistas, comunicadores e profissionais de diferentes segmentos que trabalham com divulgação científica sobre como cobrir temas relacionados à mudança climática e como estabelecer um diálogo com a sociedade neste assunto”, diz Luisa Massarani, jornalista e pesquisadora da Fiocruz especializada em divulgação científica e organizadora do encontro.
Um dos convidados, o pesquisador Jose Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), dará dicas de questões que podem ser mais bem exploradas por jornalistas e divulgadores de ciência e fará uma avaliação da cobertura da imprensa no Brasil e no mundo. Ulisses Confalonieri, da Fiocruz, que integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) estabelecido pela Organização Meteorológica Mundial e outras agências das Nações Unidas, destacará informações essenciais relacionadas a mudanças climáticas e saúde que devem ser consideradas no diálogo com o público. Outro brasileiro que participará do debate, o jornalista Carlos Fioravanti, apresentará um estudo no qual compara a cobertura do jornal inglês The Independent e da Folha de S. Paulo.
Com mais de dez anos de experiência na área de divulgação científica, tendo escrito livros, artigos de jornais, revistas e sites, para adultos e crianças, o austrialiano Simon Torok irá discutir formas de preparar textos mais interessantes sobre mudança climática. Já o inglês Mike Shanahan, assessor de imprensa do Instituto Internacional para Ambiente e Desenvolvimento do Reino Unido, discutirá a mídia e a agenda internacional, destacando a necessidade da imprensa oferecer maior inserção às vulnerabilidades sócio-econômicas dos países em desenvolvimento.
O evento, gratuito, terá tradução simultânea. Não há necessidade de inscrição. O workshop será transmitido pela internet no endereço: www.museudavida.fiocruz.br/clima.htm
(acesso só durante o evento). Internautas poderão interagir com os palestrantes, através do envio em tempo real de perguntas e comentários.
O workshop é organizado pelo Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz da Fiocruz, com o apoio do Programa de Comunicação em Mudanças Climáticas da Embaixada do Reino Unido no Brasil.
Descarte de lâmpadas fluorescentes
Ciente da ameaça que o manejo impróprio de lâmpadas fluorescentes representa à saúde e ao meio ambiente, o Instituto Mauá de Tecnologia realizou pelo terceiro ano, a Operação Papa-Lâmpadas, focada no descarte ecologicamente correto dessas lâmpadas, provenientes dos campi São Paulo e São Caetano do Sul do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia.
A operação foi realizada em parceria com a Naturalis Brasil, empresa criada a partir do trabalho final de um grupo de alunos de MBA da Mauá e a única no país com unidades móveis para descarte no próprio lugar de origem das lâmpadas queimadas. Como o processo completo de manipulação, trituração e destinação de resíduos é feito no local, eliminam-se os custos de transporte e, mais importante, os riscos de contaminação.
As lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado, que, ingerido ou inalado, causa efeitos nocivos ao sistema nervoso. Quando se rompe uma dessas lâmpadas, o mercúrio em seu interior é liberado em forma de vapor, que pode ser absorvido pelos organismos vivos. Se forem lançadas em aterros, contaminam o solo e os cursos d’água e, conseqüentemente, chegam à cadeia alimentar.
De acordo com números divulgados pela Agência Fapesp, cerca de 100 milhões de lâmpadas fluorescentes são consumidas por ano no Brasil, sendo 94% delas descartadas em aterros sanitários sem qualquer tratamento.
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