Wal-Mart cria decoração com papel reciclado

O Wal-Mart acaba de investir numa ação em prol da sustentabilidade. A rede optou por usar material reciclado na decoração de primavera verão das lojas. Há cerca de seis meses, a área de marketing buscava alternativas para elaborar a primeira decoração 100% reciclada.

A iniciativa faz parte da política global da companhia de investir em sustentabilidade. As peças têm formato de móbiles de diversos modelos e cores e foram confeccionadas com papel cartão e chapa de papelão derivados de embalagens recicladas.

A natureza agradece e a empresa estima economia de 50 árvores para cada tonelada de papel reciclado e redução de aproximadamente 100% de água no processo de produção do papel reciclado. As primeiras lojas a receber a decoração sustentável são a de Tamboré (SP) e Recife (PE).

Biodegradação gera debates

A Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos promoveu nos dias 21 e 22 de agosto o 5º e 6º Simpósio Plastivida, realizados respectivamente em Curitiba e em São Paulo, com o tema central “Alternativas sócio-ambientais para os plásticos pós-consumo”, com foco em degradabilidade e reciclagem energética. Para ambos eventos, a entidade convidou o professor da universidade de Michigan, engenheiro químico e bioquímico e especialista em biodegradação, o professor Ramani Narayan. Para complementar a abordagem do acadêmico, foi apresentado o projeto de recuperação energética da Usina Verde, que já possui uma usina piloto no Rio de Janeiro.

“A palavra biodegradável é muito sedutora, mas de verdade nada quer dizer se não mencionarmos em quanto tempo e em que condições algo se biodegrada”, explicou Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida. Em sua apresentação, o executivo se preocupou em dar um panorama geral sobre a questão das sacolas oxi-degradáveis, que têm sido objeto de projetos de lei em estados e municípios do país. Assis salientou que, além de gerar uma “poluição invisível” ao se despedaçar, mas não se dissolver na natureza, impor sacolas oxi-degradáveis significa desperdiçar um plástico que poderia voltar para a cadeia produtiva e ainda gerar energia. “Plástico é petróleo e, portanto, tem alto teor energético, comparável ao óleo diesel, e num momento em que o mundo carece de novas fontes de energia é um contra-senso fazer ‘desaparecer’ uma sacola plástica”, finaliza Assis.

Já o professor Ramani Narayan, da Universidade de Michigan, considerado um dos maiores especialistas do mundo em biodegradação de plásticos, foi categórico em sua explicação: “Ou um produto é totalmente biodegradável ou não, não há meio termo”. Assim como Assis, Narayan salientou que para se falar em degradação de algo é preciso estipular o tempo as condições de ambiente que o resíduo deve estar exposto para microorganismos possam ‘digeri-lo’. “A definição mais simples para biodegradação é: em quanto tempo e em que condições este plástico se tornará comida para microorganismos?”, explicou o acadêmico, que lembra que em outros países não existem leis que obriguem o uso do aditivo.

Para ser biodegradável, Narayan explica que é preciso que haja microorganismos que consigam transformar o carbono do resíduo em gás carbônico e um período de tempo estipulado para que o processo seja completo, isto é, 90% do carbono do material deve ter se transformar em dióxido de carbono em 180 dias. Se isso não ocorrer, não se pode denominar o material como biodegradável, sustenta o cientista. “Por isso que pesquisadores têm encontrado no organismo de mamíferos marinhos partículas de plásticos que se dizem biodegradáveis. Estes, apesar de não os matarem sufocados, podem gerar contaminações sérias”, concluiu Narayan.

Tendo como foco a reciclagem energética, a Usina Verde apresentou nos Simpósios o projeto-piloto de sua usina de reciclagem energética (incineração), que tem como objetivo incinerar os resíduos urbanos, gerando energia, nas proximidades dos centros. Os plásticos são essenciais no processo de combustão, uma vez que são inflamáveis.

O projeto-piloto, instalado no Rio de Janeiro, tem capacidade de reciclagem de 150 toneladas/dia e gera cerca de 2,6 MW (capaz de suprir energia para 187 mil pessoas). Além de energia, os resíduos sólidos da usina podem ser empregados na fabricação de pisos e tijolos utilizados na construção civil, pois são inertes. Paes Leme ressaltou que a usina não gera efluentes líquidos e os gases passam por um processo de lavagem, que gera uma fumaça limpa.

Eloísa Helena Garcia, diretora do CETEA/ITAL, participou do evento em Curitiba com a palestra “Plásticos e Meio-Ambiente: Qual é o caminho sustentável?”. A palestrante citou entre os resultados de seus estudos, 13 motivos pelos quais o material dito oxi-biodegradável não é a alternativa ambientalmente correta e eficaz. Os dados levantados por Eloísa Garcia estão em completa sinergia com as prerrogativas da Plastivida.

Mais de 1.000 empresas chinesas estão na lista negra ambiental

Pequim, 04 Set (Lusa) – A Administração Estatal de Proteção Ambiental (Sepa, na sigla em inglês) da China colocou 1.162 empresas e projetos na lista negra de contaminação ambiental. Segundo o subdiretor da SEPA, Pan Yue, a agência fechou 400 empresas e as demais foram suspensas e multadas. O objetivo da ação é deter as emissões poluentes nas bacias dos rios Amarelo, Yangtse, Huaihe e Haihe, os maiores do país, de acordo com a agência noticiosa oficial Nova China.

Segundo Pan, no entanto, o fim das atividades de algumas unidades ainda está longe de solucionar o problema da poluição ambiental no país. “É necessário estabelecer um sistema de proteção ambiental para limitar o desenvolvimento de indústrias com altos consumos energéticos e elevados níveis de emissões de poluentes”, afirmou o subdiretor.

A criação de um sistema de avaliação dos funcionários públicos nas províncias e nas localidades que valorize o desempenho de acordo com padrões ambientais é uma exigência antiga da Sepa, a entidade fiscalizadora do setor ambiental.

A China não cumpriu os objetivos definidos pelo governo para a redução do consumo energético e da poluição em 2006, demonstrando a dificuldade de proteger o ambiente em razão do rápido crescimento econômico.

Segundo a Sepa, a poluição atingiu já 70% dos rios e lagos da China, enquanto 90% dos lençóis de água subterrâneos nas cidades chinesas sofrem as conseqüências de emissões poluentes.

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