
Thiago Romero – Agência FAPESP
O desenho de um reator a plasma que integra um processo de conversão de resíduos de lixo urbano em energia elétrica acaba de ser concluído por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
O equipamento, que funcionará acoplado a uma turbina a gás e a um gerador, deverá estar pronto e em operação até o fim deste ano. Segundo um dos coordenadores do projeto, Antonio Carlos da Cruz, pesquisador da Divisão de Mecânica e Eletricidade do IPT, a fabricação mecânica de toda a estrutura física do reator está sendo realizada dentro do instituto, com apoio da FAPESP por meio do programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe).
O processo para a obtenção de energia elétrica por meio do reator, testado de maneira preliminar em outro equipamento existente no IPT, utiliza plasma gasoso – gás aquecido por descarga elétrica em altíssimas temperaturas – como fonte de calor para degradar e gaseificar o lixo que é inserido no equipamento.
“A energia do plasma gasoso é utilizada para transformar em gás os materiais volatilizáveis do lixo, que envolvem todos os resíduos que viram fumaça. Esse processo é controlado para a produção de um gás com alto poder calorífico, que será inserido em uma turbina”, disse Cruz à Agência FAPESP. Acoplado a essa turbina, um gerador produz energia elétrica capaz de realimentar todo o sistema.
“Pelos nossos cálculos teóricos, uma vez que o sistema completo ainda não existe, sabemos que a energia gerada será suficiente para manter todo o processo em funcionamento”, disse Cruz, que também integra o Grupo de Plasma do ITA. A possibilidade de gerar um excedente de energia, cuja quantidade ainda é desconhecida, também não está descartada.
O pesquisador explica que resíduos do lixo que não se transformam em fumaça, e se solidificam depois de serem removidos do reator e resfriados, podem ser usados para pavimentação de ruas e calçadas. “Se tudo der certo, esse processo permitirá que o lixo tenha uma destinação ecologicamente correta – ao se evitar que ele vá parar em aterros – e ainda gere energia para outros tipos de uso”, explicou.
“Estamos na fase de assinatura de contratos e nossa previsão é que os recursos sejam liberados até o fim do ano. Com isso, teríamos, até meados de 2008, essa turbina adquirida para, com outros equipamentos existentes no IPT, operar uma unidade piloto para avaliar, a partir do poder calorífico de diferentes resíduos presentes no lixo e ricos em hidrocarbonetos, qual é o excedente de energia que pode ser gerado”, disse.
Cruz explica que o plasma gasoso vem sendo utilizado em aplicações semelhantes por grupos de pesquisa em países como Japão e Alemanha.
Segundo o pesquisador do IPT, o ideal é que esse tipo de processo de geração de energia seja integrado a uma cadeia de coleta e de separação dos resíduos. O lixo passaria por uma triagem para a seleção de materiais recicláveis. O que não pode ser mais reciclado, como madeira e plásticos sujos – que, por já terem sido reciclados muitas vezes, não podem mais ser reaproveitados –, é o melhor tipo de lixo para a geração de energia.
O projeto de desenvolvimento do reator, intitulado Desenvolvimento de unidade de tratamento de resíduos municipais via plasma, com produção de gás de síntese, é coordenado pela pesquisadora Maria Antonia dos Santos, da Multivácuo, empresa de Campinas (SP) que pretende comercializar a tecnologia.
Paraná capacita argentinos e paraguaios em temas ambientais
A partir do próximo mês, técnicos argentinos e paraguaios que atuam na área ambiental serão capacitados por técnicos paranaenses sobre as principais ações voltadas à conservação desenvolvidas pelo governo do Estado. O cronograma das atividades foi discutido esta semana, em Assunção, no Paraguai, pelo secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, ministro da Secretaria del Ambiente do Paraguai, Carlos Antônio Lopez Doze, e ministro de Ecologia, Recursos Naturais Renováveis e Turismo da província Argentina de Missiones, Luis Arnaldo Jacobo.
Rasca esteve em Assunção para participar da 5a Reunião do Grupo de Gestão Compartilhada por Bacia Hidrográfica (GECOMBAH) que reuniu representantes dos governos do Paraná, Paraguai e Argentina.
A ação integrada com os países que fazem fronteira com o Paraná é um desejo do governo, pois as causas e efeitos são comuns. Afinal, meio ambiente e água não têm fronteiras”, disse Rasca. Entre as ações desenvolvidas no Paraná, os paises vizinhos demonstraram maior interesse no modelo de gestão de bacias hidrográficas, formação dos corredores de biodiversidade, gestão de unidades de conservação, recuperação das matas ciliares.
Os cursos serão ministrados no Paraguai e na Argentina por especialistas da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) – serão realizados até junho de 2008.
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