ONU quer formar rede de empresas de saneamento

Uma rede de capacitação envolvendo troca de tecnologias, experiências e informações entre empresas de saneamento do Brasil e da América Latina será formada com o apoio da Organização das Nações Unidas. O objetivo é acelerar o cumprimento das Metas do Milênio na área de abastecimento de água e do esgotamento sanitário. Há uma intensa mobilização de países da América Latina e do Caribe, em continuidade a um projeto já iniciado com países da Ásia e da África. Durante três dias, representantes da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas estiveram reunidos em Recife com mais de 60 participantes.

Desde o ano passado esta comissão da ONU vem trabalhando para organizar uma agenda global para a questão do abastecimento de água e saneamento no mundo. Pelo menos 30 países da América Latina e Caribe já se comprometeram a apoiar a formação da rede, além de 50 países da Ásia e 30 países da África. Como resultado da reunião, os participantes do encontro aprovaram uma Carta de Recife que deverá ser divulgada na próxima semana. O documento reafirma o compromisso destes países com o cumprimento das Metas do Milênio estabelecidas pela ONU e ainda o apoio das empresas de saneamento à proposta da ONU de organizar a rede de capacitação.

O presidente da Aesbe, Paulo Ruy Carnelli, destaca que a proposta dessa rede é uma iniciativa positiva e traduz a experiência que a Aesbe já vem desenvolvendo entre as suas 24 associadas. “A idéia é um pouco o que a Aesbe realiza entre as empresas maiores e menores. Troca de experiências e apoio recíproco como forma de estar sempre melhorando a prestação dos serviços” afirmou ele.

A Copasa, de Minas Gerais, uma das empresas associadas da Aesbe, apresentou na reunião de Recife um estudo de caso sobre esta troca de experiência com uma companhia do Paraguai, a Essap. “Esta rede pode e deve facilitar a troca de experiência entre os países da América Latina e isto é muito positivo” afirmou o presidente da Aesbe lembrando que a iniciativa vai estimular o setor rumo à universalização dos serviços.

Para o representante da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU e um dos organizadores do encontro em Recife, Manuel Dengo, a rede será formada por empresas públicas de prestação de serviço porque estas são maioria em todo mundo. “Em princípio estamos mobilizando principalmente as empresas públicas porque elas estão em todo o mundo, mas a rede é aberta” afirmou ele lembrando que a proposta é orientar as empresas de saneamento para intercâmbios pontuais, encontros e troca de experiências e, sobretudo, para que aquelas empresas menores possam receber das maiores ajuda técnica, na área de treinamento e assim acelerar o processo de cumprimento das metas do milênio na área de saneamento básico e abastecimento de água.

Ele informou que desde julho do ano passado a ONU iniciou o trabalho de mobilizar os países para a rede. Em julho houve uma reunião com os países da Ásia, em dezembro com os países africanos e agora no Brasil com os representantes da América Latina e do Caribe. As metas para o abastecimento de água e saneamento são o item número 07 das metas do milênio estabelecidas pela ONU para o desenvolvimento sustentável. Entre os principais objetivos das Metas do Milênio a serem alcançados até 2015, estão a redução pela metade da porcentagem de pessoas que vivem na extrema pobreza, o fornecimento de água potável para todos, a universalização da educação e o combate à propagação da aids, malária e outras doenças. De acordo com o relatório de desenvolvimento humano do PNUD, na área de saneamento, o Brasil precisa levar o esgotamento sanitário para 85,5% da população até 2015.

Fonte: Aesbe

Inovação em transmissão de dados

A Águas de Niterói, concessionária de saneamento de Niterói (RJ), está utilizando uma nova plataforma que deve reduzir custos de transmissão de dados em até 90%. O equipamento monitora os reservatórios e elevatórios via rede celular e reduz custos em comparação à solução tradicional, realizada através de LPs (linhas privadas).

As empresas de utilities pagam entre R$350,00 e R$1.000,00/mês para a transmissão de dados por LP. Em contrapartida, pela rede celular o custo fica entre R$50,00 a R$100,00/mês. Com base nestes cálculos, a companhia fluminense adquiriu 14 plataformas. “Como já obtivemos o retorno do investimento, pretendemos aumentar ainda mais esse número nos próximos meses”, projeta Luciano Cavalcante, engenheiro de automação da Águas de Niterói.

Além da mobilidade de pontos, a plataforma possui a vantagem de ser compatível a equipamentos de diferentes fabricantes. Sua configuração é simples e a utilização é imediata. “Basta que a operadora celular utilizada tenha cobertura na área de instalação do equipamento”, completa Carlos Episcopo, diretor executivo da Airwaves, fornecedora do equipamento.

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