O “Tetra do não” acabou com um “bi do sim”.

Rasca Rodrigues

Encontrava-me na cidade de Paranavaí, interior do nosso Paraná, quando sentei para começar a escrever o “Lobo Guará” desta semana. Antes disso, resolvi tomar um isotônico natural derivado do interior do coco-s ua suculenta e gostosa água, quando percebi que estava diante de uma embalagem Tetra Pak.

Desde 2003, temos procurado estabelecer, por meio do Programa Desperdício Zero, uma relação construtiva com os grandes geradores de resíduos visando reduzir em 30% o volume de lixo que chega aos aterros sanitários do Paraná.

Todas as iniciativas com a empresa mencionada foram frustadas. Ainda assim, não desistimos e fomos buscar medidas legais – em parceria com a promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual – para , com o método coercitivo espontâneo, fazer com que este grande gerador cumpra com suas obrigações e se responsabilize pela correta destinação do resíduo por eles fabricado.

Não havia por parte da empresa qualquer política concreta e objetiva de recolhimento destas embalagens, que são comercializadas em milhares de estabelecimentos comerciais e destinadas por milhões de moradores do nosso estado.

Diante do “tetra não”, decidimos tomar uma medida drástica, para os padrões brasileiros, mas não para vários paises que já proibiram a comercialização ou fizeram taxação desta embalagem.

A noticia de que estudávamos proibir a circulação e a comercialização, destas embalagens em nosso estado surtiu efeitos imediatos e foi o suficiente para termos, em audiência na Secretaria, nada mais nada menos do que o vice-presidente da empresa na América Latina e o presidente no Brasil. Ambos disseram um “bi sim” para apresentação de uma proposta integradora da cadeia poluidora buscando inserir no recolhimento, a variável social de forma expressiva.

Acreditamos, que a negação é coisa do passado e viveremos momentos futuros de relacionamento produtivo, fazendo com que a população paranaense se orgulhe da presença desta fábrica na cidade de Ponta Grossa.

Rasca Rodrigues, secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná

Veja outras matérias que tratam deste assunto

A gestão sustentável dos resíduos sólidos – artigo de Manfred Fehr – Aguaonline 108.

Nova Iorque: Capital mundial do lixo – Artigo de Lester Brown – Aguaonline 170.

Lixo hospitalar: avanço ou retrocesso? – artigo de Jussara Kalil Pires – Aguaonline 174 .

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