Empresas oferecem novidades no tratamento de lodos e odores

Oportunidade para troca de experiências e atualização de conhecimentos foram pontos destacados do I Encontro sobre novas tecnologias.

Para os cerca de 300 profissionais que participaram do I Encontro sobre Novas Tecnologias em Saneamento – Lodos e Odores – que aconteceu de 17 a 19 de abril, em Porto Alegre, promovido pela ABES-RS, com o apoio da Aguaonline, as novidades responderam a muitas dúvidas e indagações.

Como ressaltaram vários palestrantes e participantes estes dois problemas estão no centro das preocupações dos sanitaristas e tendem a se agravar se forem concretizadas as promessas de grandes investimentos na área de coleta e tratamento de esgotos. Além disso, há um enorme passivo ambiental representado pela disposição incorreta dos lodos das Estações de Tratamento de Água (ETAs). Muitas das companhias e serviços de água e esgoto, como é o caso da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), do Rio Grande do Sul, já assinaram termos de ajustamento de conduta (TAC) pelo qual se comprometem a dar destinação adequada a estes resíduos.

Uma outra questão que emergiu do evento foi a mudança de enfoque entre os sanitaristas sobre o verdadeiro papel de um serviço de água e esgoto. Se antes o destaque era para o setor de obras, hoje já reconhecem que a empresa desempenha uma atividade industrial e que gera resíduos aos quais é preciso dar destino correto.

As apresentações feitas pelas empresas: Superbac, Pena, Acquaquímica (Seta), Enzilimp/Millenium e Hidromar – uma novidade no evento, uma vez que foi possível mostrar as especificações e característica do que oferecem os fabricantes dentro da programação técnica do Encontro – e os cases dos serviços de saneamento que já vêm utilizando estes produtos proporcionaram uma amostragem bastante significativa das novas tecnologias.

Também foram analisadas as alternativas para a destinação dos lodos, como o aproveitamento energético, como composto orgânico para recuperação de solos e de áreas degradadas, como adubo e até para ser misturado à argila na fabricação de cerâmica.

A criatividade está propiciando também que para dispor adequadamente os lodos e efluentes de ETAs (mais problemáticos pela presença de metais como o alumínio, por causa do sulfato de alumínio usado como floculante) algumas empresas estejam construindo os “lododutos”, palavra nova que já se incorpora ao glossário do saneamento.

Orgânicos na ordem do dia

A professora Beatriz Stoll de Moraes, do Curso de Engenharia Ambiental das Faculdades Dom Bosco, de Porto Alegre (RS) está centrando sua tese de mestrado na área dos floculantes orgânicos a base de tanino. Ela está tomando como base a experiência da Companhia de Saneamento de Novo Hamburgo (Comusa), do Rio Grande do Sul que já vem utilizando estes produtos orgânicos com grande eficiência.

Segundo revelou em sua apresentação durante o I Encontro de Novas Teconologias do Saneamento um dos objetivos do estudo é buscar uma melhor qualidade no lodo formado nas ETAs e assim possibilitar uma utilização mais nobre na destinação deste resíduo

Ela avalia que o uso de floculantes orgânicos pode contribuir para a melhoria da qualidade dos mananciais e a redução do uso de produtos químicos no tratamento da água e consequentemente o seu descarte posterior.

Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a pesquisadora Iene Christie Figueiredo está testando o uso de cloreto férrico, policloreto de alumínio (PAC) e tanino no tratamento do esgoto. Segundo ela, as pesquisas que estão sendo desenvolvidas no Departamento de Recursos Hídricos e Meio ambiente (DRHIMA/Poli UFRJ) e COPPE têm relação com sua tese de doutorado (ainda em andamento), que aborda o tratamento primário quimicamente assistido de esgotos domésticos. O objetivo é avaliar o desempenho desse processo, quando comparado ao tratamento primário convencional, principalmente na otimização de remoção de matéria orgânica e de fósforo.

Essa condição pode se refletir na adequada assimilação de processos existentes à elevação de carga afluente ou, em casos de novas ETE´s, na redução de tamanho do tratamento secundário.

O trabalho, que deverá ser concluído ainda este ano, se propõe a analisar também o impacto de cada um destes produtos químicos na digestão do lodo. Outro ponto a ser avaliado são os custos de implantação e O&M dessa tecnologia de tratamento primário, comparando-a com a demais (UASB, Primário convencional).

Universidades estão pesquisando ativamente

Prof. Belli e a pesquisa de odores

Vários dos painelistas destacaram a intensa atividade de pesquisa acadêmica – tendo sido muito elogiado o Programa de Pesquisa em Saneamento Básico (Prosab) – sobre estes dois temas o que revela um dinamismo da academia em acompanhar as demandas do país, inclusive na busca de tecnologias nacionais e de custos mais acessíveis.

Umas das novidades apresentadas na área de pesquisa foi o trabalho que vem sendo realizado sob a coordenação do professor Paulo Belli Filho, na Universidade de Santa Catarina (UFSC) sobre o Controle de Odores, possibilitando uma análise e medição científica das emanações. Este é um problema que muitas das companhias e serviços de saneamento vêm enfrentando à medida que aumenta a operação das estações de tratamento de esgoto.

Simpósio debate desafios e oportunidades da reciclagem

Acontece na próxima terça-feira, 24/04, das 8h30min às 13h, o 4º Simpósio Plastivida com o tema “Reciclagem: desafios e oportunidades” com o apoio da Secretaria do Estado do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul e da Plastivida (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos).

O objetivo do encontro é promover uma discussão com a sociedade sobre a reciclagem do plástico, sob os aspecto sócio-ambiental e econômico da atividade. O evento contará com a presença da secretária estadual do Meio Ambiente, Vera Callegaro, e do presidente da Plastivida, Francisco de Assis Esmeraldo. Ambos estarão disponíveis para falar com a imprensa.

Durante o Simpósio, a Plastivida também divulgará a pesquisa nacional sobre o índice de reciclagem do plástico no Brasil. A pesquisa, realizada de acordo com os critérios do IBGE, mostra que a indústria da reciclagem no Brasil deu um salto importante nos últimos anos. Além do crescimento do número de empresas, capacidade instalada e faturamento, elas também empregaram mais. Eram 11.501 empregos diretos oferecidos em 2003 que saltaram para 17.548 em 2005.

O evento contará com a participação dos especialistas:

– Haroldo Mattos de Lemos – presidente do Instituto Brasil Pnuma (programa da ONU para meio ambiente);

– Guilherme Castilho, do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) de Campinas (SP)

– Silvia Rolim, assessora técnica da Plastivida.

Superbac ganha distinção internacional

A Superbac, que desenvolve sistemas e processos de controle para o meio ambiente com a utilização de produtos biotecnológicos, acaba de entrar para a exclusiva lista de apenas 36 empresas brasileiras do Painel Internacional de Seleção da Endeavor, instituição que promove o desenvolvimento sustentável por meio do fomento à cultura empreendedora. A cada ano a Endeavor seleciona negócios com grande potencial de crescimento e grau de inovação. Nesta edição, três participantes brasileiras foram escolhidas entre 19 finalistas. A seleção é rigorosa: na primeira etapa, foram analisadas 240 companhias.

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