UnB testa sistemas para pequenas comunidades

A busca de soluções alternativas para a desinfecção da água que possam facilitar a montagem de sistemas a serem utilizados por pequenas comunidades e pela população rural é uma das tarefas que os pesquisadores do curso de mestrado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da Universidade de Brasília (UnB) vêm desenvolvendo. Sob a coordenação da professora Cristina Célia S. Brandão estão em andamento dois subprojetos: o que testa a eficiência da radiação solar e outro, denominado de variante da tecnologia Mogod (misturas oxidantes geradas em site para desinfecção), que prevê a “fabricação” do desinfetante no próprio local onde será instalado o sistema.

Em ambos os casos, esclarece a coordenadora, os testes têm revelado a viabilidade dos processos, especialmente no que se refere à ação contra os coliformes. A experiência com radiação solar se destina a sistemas individuais (para uma família) de tratamento e funciona apenas com a exposição da água ao sol em recipientes de vidro aproveitando o poder bactericida dos raios ultravioleta. Para cada situação de qualidade da água o ensaio é realizado com recipientes de diferentes profundidades e é repetido várias vezes de modo a que se possa observar a eficácia do processo sob distintas condições de nebulosidade. Os pesquisadores estão avaliando também a possibilidade de recrescimento dos microorganismos no caso de armazenamento da água desinfectada.

O que se busca, segundo explica a coordenadora da equipe, é avaliar o efetivo potencial biocida do processo, o tempo de exposição necessário, levando em conta a qualidade da água e de nebulosidade, estimar as “doses” (fluxo de energia) necessárias para a desinfecção e propor o tipo de recipiente mais adequado para uso preferencialmente em zonas rurais.

O segundo subprojeto do grupo da UnB é o que testa um tipo de mistura (salmoura) que atua através da passagem de uma corrente elétrica (eletrólise) produzindo um desinfetante. A instalação é composta de um tanque de alimentação de água a ser desinfetada (bruta), um tanque de salmoura, duas células eletrolíticas, para produzir o desinfetante, um dispositivo de injeção e mistura do desinfetante no fluxo da água a ser tratada e um tanque de contato tubular. Este processo poderá ser adotado para pequenas comunidades na medida em que os testes revelarem a eficiência da mistura, as formas de aplicabilidade dessa tecnologia, considerando as condições da água bruta e o potencial de formação de subprodutos clorados.

Leave a Reply

Your email address will not be published.