
Cerca de 1/3 da população mundial vai experimentar os efeitos da escassez de água nos próximos 25 anos segundo o estudo divulgado pelo Instituto de Gerenciamento da Água, um centro de pesquisas do Grupo Consultivo em Pesquisa Internacional da Agricultura. O estudo, o primeiro a analisar o ciclo completo de uso e reuso da água apontou para o desaparecimento de mananciais de água como poços, lagos e rios.
O trabalho projeta o suprimento e a demanda de água para 118 países no período 1990-2025. A escassez pode ser um fator de instabilidade segundo os especialistas, principalmente dentro dos próprios países porque diferentes setores da economia estão competindo pela água. Os países foram divididos em quatro categorias: a primeira é dos países que já vêm sofrendo de escassez e que dificilmente manterão em 2025 os mesmos níveis de abastecimento de 1990. Estão neste grupo 17 países do Oriente Médio, sul da África, regiões secas da Índia e China, englobando 1 bilhão de habitantes (1,8 bilhão em 2025). Na segunda categoria estão aqueles que têm recursos potencialmente suficientes mas que terão que redobrar os esforços para acessar estes mananciais. São 24 nações da África Subsaariana, compreendendo 348 milhões de pessoas atualmente e 894 milhões em 2025. Os demais países estão enquadrados nas categorias 3 e 4, incluindo a América do Norte e Europa, com reservas que permitem uma certa tranquilidade no abastecimento. Mas os especialistas alertam para o fato de que em alguns destes países as mulheres e as crianças têm que percorrer largas distâncias em busca de água.
O relatório sugere como uma das soluções para os problemas dos aquíferos o seu reenchimento como forma de garantir a irrigação e a produção de alimentos. A melhor forma de garantir esse reabastecimento seria retirar mais água na estação úmida e deixá-la percolar ou reintroduzí-la nos períodos de estiagem. Outra alternativa é aumentar o plantio de arroz na estação chuvosa. Segundo os pesquisadores, ao contrário do que muita gente pensa, o arroz não desperdiça água e ajuda a manter o nível dos aquíferos. O problema principal que esta cultura acarreta é a poluição por pesticidas e salinização, como ocorre no Paquistão. O que surpreendeu os pesquisadores foi a reduzida atenção que é dada à diminuição da água subterrânea pelos engenheiros e planejadores de políticas públicas. Segundo eles o foco principal tem-se direcionado para a água de superfície sendo poucos os que entendem a magnitude e a complexidade dos problemas da água subterrânea.
Água escassa
Categoria 1: (absoluta escassez):
Afganistão, Egito, Irã, Iraque, Israel, Jordania, Kuwait, Libia, Oman, Paquistão, Arábia Saudita, Singapura, África do Sul, Síria, Tunísia, República Árabe Unida, Emirados, Yêmen, (China)*, (India)*.
Categoria 2 (escassez econômica)
Angola, Benin, Botswana, Burquina Fasso, Burundi, Camarões, Chade, Congo, Costa do Marfim, Etiópia, Gabão, Ghana, Guiné-Bissau, Haiti, Lesotho, Libéria, Moçambique, Niger, Nigéria, Paraguai, Somália, Sudão, Uganda, Zaire.
Categoria 3 –
Albania, Argélia, Austrália, Belize, Bolívia, Brasil, Cambodja, República Centrol Africana, Chile, Colômbia, El Salvador, Gambia, Guatemala, Guiné, Honduras, Indonésia, Kenya, Líbano, Madagascar, Malásia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Myanmar, Namíbia, Nepal, Nova Zelândia, Nicarágua, Peru, Senegal, Tanzânia, Turkia, Venezuela, Zâmbia, Zimbabwe.
* Estes países têm severa escassez regional de água. Uma parte de sua população – (381 milhões de pessoas na China em 1990 e 280 milhões na Índia em 1990) estão na categoria 1. O restante da população está na Categoria 4.
Categoria 4
Argentina, Áustria, Bangladesh, Bélgica, Bulgária, Canadá, (China)*, Costa Rica, Cuba Dinamarca, República Dominicana, Equador, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Guiana, Hungria, (Índia)*, Itália, Jamaica, Japão, México, Holanda, CoréiadoNorte, Noruega, Panamá, Philippines, Polônia, Portugal, Romenia, Coréia do Sul, Espanha, Sri Lanka, Suriname, Suécia, Suíça, Tailândia, Grã-Bretanha, Uruguai, Estados Unidos, Vietnam.
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