
O alemão Ritchie, uma ararinha-azul nascida na Suíça, que viveu na Alemanha e é descendente de brasileiros, saiu anteontem do Refúgio Biológico Bela Vista, mantido pela Itaipu Binacional em Foz do Iguaçu, para se encontrar, em São Paulo, com a brasileira Flô, para um relacionamento que deverá ser permanente e prolífico. Para o bem da própria espécie.
A jovem ave (8 anos, para uma espécie que pode chegar aos 30) foi levada para conhecer sua futura parceira, Flô, em local que o Ibama prefere não identificar, já que as ararinhas-azuis não podem ser expostas ao público. Flô é tão nova que, no ano passado, pôs ovos pela primeira vez. Todos inférteis. É onde entra Ritchie: a expectativa é que seja um “garanhão”.
A importância de Ritchie e Flô pode ser medida pelos números que receberam: ele é 59, ela é 73, do total de apenas 75 ararinhas-azuis existentes no mundo, Flô é uma das mais recentes. As aves nasceram em cativeiro, de pais que também nunca souberam o que é a vida lá fora. No Brasil, com Ritchie, agora existem em cativeiro oito ararinhas-azuis. E é só em cativeiro que as ararinhas-azuis existem. Na natureza, o último exemplar desapareceu em 2002. A espécie vivia na Bahia, numa área restrita da caatinga.
Ritchie passou 30 dias num recinto especial. A quarentena foi exigência do Ministério da Agricultura para permitir que a ave entrasse no Brasil, um cuidado necessário devido à gripe aviária (Influenza) e à virose New Castle.
O recinto de Itaipu foi o único no Brasil que reuniu as condições necessárias para a quarentena. Foi aprovado tanto pelo ministério quanto pelo criadouro alemão que cedeu Ritchie ao Brasil.
Pudera: os cuidados incluíram uma geladeira exclusiva para guardar os alimentos da ave, esterilização de tudo o que entrava ou saía do recinto. E mais: toda vez que se aproximavam de Ritchie, o veterinário Wanderlei de Moraes, o biólogo Marcos José de Oliveira e a técnica Rosana Pinto de Almeida eram obrigados a trocar as roupas por macacões, botas e luvas.
Um macho velho que vive com Flô, agora noiva de Ritchie, perdeu o posto. Há tempos ele não atendia mais às necessidades do Programa de Reprodução em Cativeiro do Ibama. Mas o pobre macho não será abandonado. A intenção é fazer com que seja exposto ao público, no zoológico de São Paulo, para que as crianças conheçam uma espécie já extinta na natureza. E aprendam como é importante evitar que isso se repita.
Segundo a bióloga do Ibama “Itaipu tem o melhor sítio ambiental para se fazer uma quarentena como essa”. O diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, também foi só elogios à equipe do Refúgio. E lembrou que, sem Itaipu para garantir a vinda da ave do exterior e sua ida para um zoológico no Brasil, todo o programa do Ibama estaria prejudicado.
ANA lança kit sobre Caminho das Águas
A Agência Nacional de Águas lançou o kit do projeto de educação ambiental Caminho das Águas. A solenidade marcou a abertura da programação do Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.
O projeto Caminho das Águas prevê a distribuição de 1.600 kits com material educativo para estudantes de 5ª a 8ª série. Cerca de 800 escolas públicas receberão material didático criado especialmente para o ensino fundamental. O kit aborda temas como poluição e despoluição dos rios, usos múltiplos e governança da água, desenvolvimento sustentável e gestão ambiental dos ecossistemas aquáticos brasileiros.
Enfoca principalmente quatro bacias hidrográficas: do rio Doce, dos rios Piracicaba/Capivari/Jundiaí, do Paraíba do Sul e do São Francisco, que abrangem os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e o Distrito Federal.
Cada kit contém um CD com músicas que tratam de água, um CD Rom com todo o conteúdo didático, DVDs com programas feitos pelo Canal Futura especialmente para o Caminho das Águas, além de outros programas do Futura que tratam de recursos hídricos. Há dois cadernos de orientação para os professores, um mapa das regiões hidrográficas brasileiras e um jogo de RPG, que serve para ensinar os jovens ludicamente.
Para que escolas de todo o país tenham acesso ao conteúdo do Caminho das Águas, foi feito um sítio para o Projeto: www.caminhoaguas.org.br. Na página, os interessados poderão baixar todo o conteúdo dos kits, além de um jogo feito especialmente para o sítio.

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